Capítulo 23 - O jogo no Maracanã

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Vitor narrando:

Estava preocupado com o César e para piorar o imprestável do Dolinho não conseguia contato com a mosca morta do meu amigo. No desespero dele, César ligou para todo mundo, mobilizou a SWAT, invocou o presidente, chamou a Liga da Justiça e depois simplesmente sumiu.

Será que já posso dar meu amigo como desaparecido? Será que a mãe do jogador descobriu tudo e mandou matar meu amigo e enterrar no jardim da mansão? Bem, dizem que bicha burra morre cedo, então, parece que meu amigo morreu mesmo.

David estacionou na portaria da mansão e está desesperado tentando falar ou com o César, ou com a Dona Irene, mas nenhum dos dois atende o telefone. Já eu estou em casa, procurando uma elegante roupa de enterro. Tenho que estar apresentável para o enterro do meu amigo, afinal, sou a irmã inteligente dele.

Enquanto fazia as coisas dentro de casa para não ficar preocupado com César, Dolinho ficava me atualizando sobre a situação por mensagem, dizendo que não conseguia contato com ninguém e que o nosso amigo provavelmente está morto entregue aos cachorros.

Aquela situação já estava me estressando muito. Deixei o frango já temperado no fogo e liguei para a Dona Irene na esperança de conseguir alguma informação. No segundo toque a mãe suprema atende o telefone.

"O imbecil do Dolinho deve estar ligando pra pessoa errada" eu pensei.

- Inhai tia Irene, Turubon. – Falei no deboche que eu sei que ela adora.

- Tia é o caralho porque não sou irmã da sua mãe. Fala logo, o que você quer? – Falou minha segunda mãe.

- Nossa, faz tempo que não converso com a minha segunda mãe e ela me trata como se fosse o ex marido, Hastag Chateada! – Falei prendendo o riso.

- Hahahahahahaha. – gargalhava tia Irene pelo telefone - Ex marido foi pesado. O que você quer meu segundo filho? Tá perdido ou o menino que você acabou de conhecer tem um pinto pequeno e você quer se livrar dele? – Falou tia Irene no bom humor.

Essa mulher deveria ser a minha mãe, porque ela tem o mesmo humor negro que eu. Tia Irene se refere ao dia em que fui me encontrar com um boy magia do Grindr e na hora "H" a bicha tinha uma "torneirinha" junto do tanque lindo que ele ostentava. Foi, talvez, a maior decepção que eu tive na vida. Chegava a salivar com a possibilidade de ser rasgada no meio pelo boy e na prova real o menino só conseguia me fazia cosquinha. Eu mandei mensagem pro César pedindo ajuda para me tirar do motel e o viado resolveu contar para a mãe. Eles foram me buscar no motel dizendo que eu era maluco, instável e que não poderia ficar sozinho nunca. O menino saiu correndo do motel me deixando pra trás, morrendo de medo de mim. Naquele dia nós três rimos muito da minha terrível experiência na casa da tia Irene, comendo uma deliciosa pizza.

- Dessa vez o problema não é comigo tia, quero é saber do seu filho! Ele combinou de sair com o Dolinho e o menino tá ai na guarita esperando pra sair e até agora nada. – Falei tentando não demonstrar nervosismo.

- O César é retardado, ele marca as coisas com os outros e sai para outro lugar totalmente diferente. Ele saiu com o Foguete, Vitinho. Eles foram passear pela praia de Ipanema e só voltam amanhã. – Falou a tia Irene rindo da situação.

- Como assim o viado do teu filho saiu e não avisou nada pra ninguém? – Falei puto.

- O pior é que já faz um tempo desde que ele saiu. Não posso fazer nada, o meu filho puxou muito ao pai. Você já devia saber que o seu amigo é um retardado sem conserto. – Gargalhava tia Irene, mas eu estava puto.

O viado preocupou todo mundo, me ligou durante uma entrevista de emprego, e no final resolveu sair com o Foguete e esqueceu de avisar os amigos. Nem pra mandar uma mensagem falando que está tudo bem. Cara, eu vou esculhambar o César quando ele aparecer, deixa ele vir chorar no grupo que o boy dele é maluco, que está estranho isso ou aquilo. Vou mandar o César se foder.

Meu Jogador FavoritoWhere stories live. Discover now