Capítulo 17 - Juntando os cacos

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Vitor narrando:

Acordei no dia seguinte olhando o WhatsApp para ver se não tinha nenhuma mensagem da mosca morta do César ou do imbecil do Dolinho. Das duas uma: Ou os meus amigos morreram (faço sinal da cruz nesse momento) ou resolveram me abandonar no dia de hoje. Levantei, fiz minha higiene matinal e fui comprar pão para minha família na padaria mais próxima.

Quando estava indo pagar o pão, eis que escuto a voz de Exu do meu pai brotar do nada. Eu congelei na hora. Mesmo que meu progenitor seja meu vizinho, ele não costuma cruzar comigo pelo bairro. Fingi que nada ouvi, paguei os pães e os condimentos às pressas e corri dali. Deus me livre trombar com o diabo logo de manhã.

Cheguei em casa e montei o café com todo mundo já acordado. Fiz o café da minha mãe, o Nescau do meu irmão e o café com leite da minha princesa Sophia. Depois de tudo pronto o meu celular toca.

- Quem me invoca? – Eu sempre atendo o telefone assim.

- Sou eu irmão, David – Disse o Dolinho do outro lado da linha.

- O que você quer a uma hora dessas Dolinho? – Perguntei sem paciência.

- Se liga irmão, eu estou passando pertinho da casa do Cezé e decidi que vou tomar café da manhã por aqui mesmo, você não quer vir não? Podemos dar um pulo no Parque de Madureira depois do rango.

- Você nem foi convidado pra casa do garoto e ainda por cima convida outras pessoas para ir também? É como eu sempre digo: O bom senso é como desodorante, as pessoas que mais precisam nunca usam – Falei incrédulo.

- Para de graça que eu sei que você quer saber em primeira mão o que houve entre César e o jogador do Flamengo. Até eu estou curioso. Eu já estou chegando aqui, você vai ficar de fora? Você que sabe! – Falou um Dolinho debochado do outro lado da linha.

- Mas como você sabe que o César está na casa dele se o Foguete disse que levaria ele para a mansão? – Perguntei.

- Eu encontrei a Tia Suellen na padaria aqui perto. Ela falou que César e a tia Irene ainda estavam por aqui. Falei que nós dois também iriamos pra lá tomar café e passar o dia com eles. Ela chegou a comprar mais pão por causa da gente.

Gente, o Dolinho se convida e ainda me leva junto. Ele não tem jeito. O foda é que ele tem razão, estou curiosa pra caramba e o César não deu nenhum sinal de vida desde ontem. Parece que terei que me mover até lá para saber dos babados.

- Okay meu querido Dolinho, você conseguiu me convencer. Já que Maomé não vai até montanha, a montanha vai até Maomé. Vou dar um pulo lá na casa dele para tomar café da manhã, mas que fique registrado aqui que só estou indo para saber como o meu amigo está. Não estou interessado em saber sobre fofoca nenhuma. – Falei mentindo na cara dura.

- Aham, tô sabendo hahahahahaha Logo você, a rádio fofoca em pessoa. – Falou Dolinho rindo do outro lado da linha.

- Rádio fofoca é o teu.... – Eu tive que me conter. Meus irmãos são menores e estavam prestando atenção na minha conversa. Se eu xingar eles vão ficar repetindo. Mas que droga, parece que o David deu sorte.

- Mais tarde eu te dou um corretivo pela afronta. Pode se preparar encosto. – Falei contrariado. Na verdade, eu queria mandar ele tomar no cu. Bom, deixa pra próxima.

Me arrumei rápido e fui correndo encontrar Dolinho e César. Peguei um uber na frente da minha casa e em 20 minutos já estava chegando na casa do meu amigo. Quem abriu a porta pra mim foi o César e já dava pra ver que meu amigo estava estranho. Fomos andando até a cozinha e estavam todos sentados à mesa e eu me juntei a eles. Estava sentindo uma nostalgia gostosa até. Fazia muito tempo que não sentia o cheiro do café da tia Susu e a linda mesa arrumadinha da Tia Irene com pão, manteiga, ovo e queijo tudo alinhado. Que alegria estar aqui.

Meu Jogador FavoritoWhere stories live. Discover now