Capítulo 19 - O copo transborda com a última gota.

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Théo narrando (ponto de vista):

Depois do jogo com o Fortaleza, em que meu time ganhou por 2x0 jogando em casa, liguei para Isa e reivindiquei meu prêmio, já que eu tinha feito um gol e comemorei do jeito que ela queria.

Comemorei o meu gol fazendo um coração no "Ao Vivo" e sabe o que aconteceu? Como eu já imaginava nem Isa quis me encarar, as vezes ter um pau grande é ruim por causa disso. Assim que encostei com a cabeça do meu pau no buraquinho do cu dela, Isa começou a chorar e pedir misericórdia a Deus. Parecia até que eu ia matar a menina. Eu desisti de pegar Isa por trás e fiz o convencional mesmo.

Eu não queria voltar pra minha casa, tinha brigado com o meu irmão e ainda não queria encarar o César. Eu precisava sair de casa e pra isso eu pedi ajuda ao único parceiro que eu confio, o Isac. Falei para ele que ainda estava brigado com o meu irmão e precisava de espaço, como meu amigo viu o rolo todo no churrasco ele acreditou em mim sem fazer perguntas, mas me pediu para nunca levar mulheres para a casa dele – Como se eu fosse fazer isso né.

Toda noite, antes de dormir, eu ficava deprimido. Ainda não aceitava o fato de ter sentido prazer com um homem. Se meu pai estivesse vivo ele me mandaria tomar jeito e virar homem. Tenho medo que a minha família descubra o que eu fiz, da mesma forma que o meu irmão. Quando Carlos soube do rolo entre mim e César, lá no churrasco, ele fez uma cara de nojo que me mata até hoje. Não posso deixar que minha mãe nem ninguém saiba do que aconteceu.

César é outro que eu queria evitar, porque não era certo dois homens juntos trepando na cama e a culpa do que fizemos me esmagava o tempo todo, mas em um papo com Isac, sobre a bissexualidade, eu comecei a entender mais sobre a minha condição.

Estávamos eu e Isac, largados no sofá da casa dele tomando cerveja. Era fim de tarde e estávamos exaustos devido ao treino puxado no ninho do urubu. Isac notou a minha cara de desânimo e começamos a conversar sobre um assunto que me assusta e muito, a bissexualidade. 

- Irmão, o fato de você ser bissexual não muda em nada sobre quem é Théo, você pode gostar e sentir prazer com um homem e ter o mesmo momento de prazer com uma mulher, e tudo bem. A única coisa que muda pra nós que somos bissexuais é que temos uma visão maior das coisas. Não estamos mais presos a apenas uma opção, agora temos duas opções. – Disse Isac.

- Beleza, mas tipo é estranho, porque demorei 23 anos para descobrir que também gostava de........homens. – Falei com vergonha.

- Théo, a gente não enxerga a bissexualidade mais cedo porque desde pequenos somos programados a sempre nos relacionar com mulheres, mas provavelmente, em algum momento da vida, a gente já devia mostrar indícios de que éramos bissexuais e não vimos porque devíamos ver como amizade ou algo do tipo. – Falava Isac com um sorriso.

- Não cara! Eu lembraria se eu quisesse enterrar meu pau em alguém. E por que está rindo?

- Théo, nem tudo é sexual, a gente pode sentir afeto também. E só estou rindo porque acabei de me lembrar que eu tinha um vizinho amigo meu que eu tinha muito ciúmes quando adolescente. – Ria ainda mais Isac.

- E você só se deu conta agora que gostava do menino? – Perguntei levantando uma sobrancelha.

- É, acho que gostava dele e nem tinha me ligado. Viu, conversando a gente se entende. – Disse Isac.

- Que bizarro cara! Eu não lembro de outro homem que eu me interessasse. O único que teve essa proeza é o César. – Falei olhando pro teto.

- E o que rolou entre vocês? Porque, dá pra ver que você gosta demais dele.

- A gente tinha dado um beijo naquela festa em que você conheceu a Andresa. Depois aqui no churrasco a gente se reencontrou, ele estava fugindo de mim porque achava que eu ia socá-lo ou algo do tipo, mas eu fui lá e dei um beijo nele. Depois que acabou o churrasco eu ofereci carona pra ele e o levei na praia pra gente conversar......

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