Capítulo 2 - Bem-vindos a Madureira.

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Olá pessoal! Me chamo César, tenho 19 anos e estou cursando faculdade de Nutrição na UFRJ. Sou filho único de um casamento que não deu muito certo. Minha mãe chama a tia Kelly, a atual do meu pai, de piranha terrestre, já eu não sei ao certo o que sinto por ela, é indiferente sabe. Amo meus irmãos gêmeos mais fofos do planeta e sempre que posso eu visito eles na casa do meu Pai, em Botafogo.

Sou nascido e criado em Madureira, bairro suburbano do meu RJ e vou te falar, esse bairro é foda, tá ligado? Aqui tem música, calor humano, alto astral. Quer comprar algo? O nosso mercadão tem com certeza! Até um órgão se você quiser comprar consegue por ali – brincadeira gente hahaha -. Tudo em um só lugar. Amo o viaduto de Madureira e os bailes charmes que sempre que posso vou pra lá com os meus amigos Vitor e Dolinho. E o parque de Madureira? Cara, lá você se sente livre, um ambiente muito bom pra conhecer pessoas, zoar, beijar e ... aaa doce lembranças. Vitor quando tinha 16 anos estava fazendo coreografia da Beyonce "Single Ladies" com o Dolinho e cara, não tinha como não rir. Acabamos atraindo muitos grupos da escola por causa das nossas doideiras, fizemos vários amigos naquela época, mas só nos três que ficamos até o final.

Eu lembro como se fosse hoje, no meio de uma das nossas zoeiras Dolinho teve a ideia de brincarmos de verdade e consequência. Óbvio que todos que estavam no Parque naquele momento toparam já que estávamos tomando 2 garrafas de Coca cola com vodca. No meio da brincadeira eu e Vitor tivemos que nos beijar e claro que foi ideia do Dolinho que, aliás, virou alvo do Vitor a partir desse dia. Jurado de morte na verdade. Eu nunca tinha beijado um garoto antes e como era meu amigo nada senti e até aquele momento eu me achava hétero.

O problema maior veio quando, na brincadeira, eu tive que beijar o Jorge. Ah Jorge! Até hoje eu suspiro só de lembrar o garoto mais popular da nossa turma e um dos melhores jogadores de futebol de toda a escola. Corpo bem trincado, boca carnuda, uma melanina de dar inveja e um short que marca muito bem sua bunda e o contorno da neca, que por sinal era enorme. Assim que deram a ordem do beijo eu não consegui me mexer, foi Jorge que veio até onde eu estava. Eu tinha congelado totalmente tá ligado? 

O sacana do Jorge disse que ele comandaria a situação. Quando terminamos de beijar nem preciso dizer que eu queria mais né? Entendi ali que eu era gay, muito gay, super gay, ultra gay, Hiper gay, a rainha gay, a encarnação espiritual das gays. Viado, queria atacar aquele garoto e não ia sobrar nem sombra pra contar história. Depois do nosso beijo o Jorge ainda me pediu calma com um sorriso sacana no rosto. Que calma meu parça estou fervilhando aqui, eu pensei, mas enfim, parei o beijo e ficava encarando Jorge durante o restante da brincadeira e ele devolvia o olhar com umas mordidinhas na parte de baixo da boca.

Dois meses depois eu e Jorge nos pegamos de novo na mesma brincadeira, dessa vez patrocinada pelo Vitor, ele já sabia que eu estava de Crush com o Jorge e arriscou a brincadeira no Parque de Madureira de novo. Preciso dizer que naquele dia eu fiz tudo o que eu queria e mais um pouco com Jorge? Cara, depois que a gente se beijou ele chegou no meu ouvido e disse:

- Percebi os teus olhares depois daquela brincadeira "doutro" dia papo reto, dessa vez eu não quero ficar na imaginação não, você vem comigo pra minha casa e vai ser hoje.

- Então vamos contornar eles por fora do Parque e vamos pra sua casa. – Já fazendo aquela cara de safado né.

Ele morava por perto então rapidinho chegamos em sua casa e nossa, que noite! Parecia que ele já tinha feito isso várias vezes, porque mandou tão bem e conduziu todo o sexo com maestria. Ficamos nessa brincadeira de beijos e sexo por 6 meses até ele começar a namorar com a Bianca e o pior, do nada. Foi a facada que eu não esperava. Eu achando que estávamos namorando até, mesmo nas escondidas, e ele pegando a Bianca pelos cantos resultando no namoro deles. E vocês acreditam que ele ainda tentou me atiçar apertando o pau e mordendo a boca no mesmo dia em que descobrimos o namoro? Eu resisti, claro, porque minha consciência humana chamada Vitor nesse dia me deu tanto tapa na cara, literalmente, que eu fiquei com a bochecha roxa.

Fiquei na sofrência por ele até terminar o Ensino Médio e quando entrei na UFRJ nunca mais tive notícias de Jorge. Fiquei sabendo que engravidou a Bianca, mas isso é problema deles.

Tive meus momentos com outros garotos, inclusive um da faculdade, mas nada sério. Sei lá, acho que a porrada que o Jorge me deu no ensino médio me fez construir uma armadura contra relacionamentos e sem falar que não sou assumido como Vitor. Minha mãe uma vez de brincadeira com a minha tia Susu disse "Deus me livre meu filho ser gay, o babaca do pai e a piranha terrestre vão me culpar pra sempre". 

Depois de ouvir isso nunca se quer cogitei contar pra ela. Sei que a minha mãe é uma mulher batalhadora que aguenta as investidas do dono de restaurante onde ela trabalha por mim, por não ter como pagar as contas se demitida e consequentemente ter que pedir ajuda ao meu pai, pedido esse que seria humilhante pra minha mãe. Ela aguenta tudo isso por mim todo o santo dia, o mínimo que eu posso fazer e poupá-la do sofrimento de me assumir gay.

Meu pai vive me empurrando meninas para namorar, ele me disse que quer ser avô logo e eu só digo que estou focando no meu futuro primeiro. Até agora está funcionando, mas até quando essa desculpa vai funcionar?

E aqui começa a nossa historia! Meu, dos meus amigos e da minha rainha Irene.....

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Vamos dar início a Fic!!

Espero que tenham gostado desse primeiro capítulo. Ele é bem curto porque é só uma rápida apresentação. Os outros eu vou deixar maiores. kkkk

O vídeo que postei é para apresentar um pouco de Madureira a quem não conhece e mora fora do Rio.

Aos cariocas de plantão, tenho certeza que já conhecem Madureira kkkkk

Bem-vindo a Todos e nos vemos sexta!

Meu Jogador FavoritoWhere stories live. Discover now