Capítulo 14 - Foguete e César conversam.

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César narrando:

Quando vi aquele "armário gigante" chegando no churrasco fiquei em pânico. Achei que já tinha superado o maldito beijo, afinal não o vejo e nem pensava nele já faz um bom tempo. Vendo ele ali na minha frente apertando a mão de Isac e dos outros vi que Théo ainda me despertava algo.

Não era só tesão, era medo também. Medo dele gritar comigo, me xingar ali na frente de todos, me enfiar a porrada e de quebra demitir Dona Irene. Precisei sentar e respirar, porque não estava aguentando a atmosfera de medo que surgiu naquele momento.

Enquanto o traíra do Vitor ia para dentro da casa com as filhas de Isac, tive que ficar com Andresa e Lívia tentando ignorar a presença dele. Eu não podia ter nenhum contato visual com ele, então fiquei de costas.

Théo falou com todos ali, menos é claro, comigo. Ele nem sequer me olhou. Isso respondia às perguntas que eu tinha na cabeça o tempo todo como: "Será que ele gostou do beijo? "; "Será que vamos nos beijar de novo? "; " Ele pensa em mim? ".

Se tivesse um Óscar de maior trouxa do ano esse seria eu. Agora eu tinha certeza que ele estava puto comigo. Nesse momento eu dou graças a Deus por ser gay, porque na hora que a bicha precisa se reinventar a gente consegue se superar. Resistir as adversidades está no sangue do povo LGBTQIA+.

Na verdade Théo me fez um favor. Como ele está me ignorando, eu não preciso forçar um contato nem nada, é só fazer o mesmo que ele, assim vou conseguir manter o emprego da minha mãe a salvo.

Théo narrando:

No caminho a casa de Isac eu estava de boa, não sentia ansiedade nem animação pelo churrasco, só estava indo pelo meu parça Isac e só. Como eu não estava muito animado fui com uma roupa simples: Camiseta regata branca, uma bermuda vinho, um chinelo preto e um óculos escuro. Bem no estilo carioca. Cheguei e falei com todo mundo menos com César, porque eu ainda estava sem graça com toda a situação que nos envolvia.

Eu precisava ignorar esse viado a qualquer custo. A última fofoca que ia querer com o meu nome com certeza não é a de "beijo gay". Nem fodendo parceiro. Nunca curti essa parada. Dessa forma César não tenta nada imbecil comigo e a gente segue de boa, porque se ele tentar algo comigo vai levar uma porrada bem dada. Se bem que viado gosta de apanhar né?

O churras foi rolando, Isac parou o beijo na "mina de fé" dele e finalmente se juntou a mim e meu irmão. Ficamos batendo papo e, como estava de óculos escuro, fiquei durante a conversa prestando atenção em César vigiando ele.

Depois do papo, fui pra churrasqueira e tirei a minha camisa pra não ficar com cheiro de fumaça. Fiquei ali cortando as carnes pra geral e depois fui servir. Quando estava indo para o grupo da pista de dança, reparei que o tal Vitor não parava de babar no papai aqui. Esse moleque tem bom gosto, mas é outro que se tentar algo vai levar um supapo. Levei a bandeja para as mulheres e depois pro César. Não podia deixar o menino com fome né? Ele pegou a carne e se virou para conversar com Lívia sem nem ao menos me olhar.

Fiz isso outras vezes e ele fez a mesma coisa várias e várias vezes, sempre me ignorando e fingindo que não era eu que estava ali. Aquilo começava a me incomodar de certa forma. Voltei para a churrasqueira e enquanto cortava o pão de alho e a linguiça comecei a pensar nas atitudes de César. Sabe o que é mais estranho? Aquele baixinho desde o beijo não tentou em nenhum momento uma aproximação ou qualquer outra coisa. Ele simplesmente está agindo como se não tivesse acontecido nada. Eu estava acostumado das mulheres me ligando no dia seguinte implorando por mais e mais. Qual é a desse baixinho?

Isac se aproximou de mim com um rapaz chamado David, encheu meu copo com cerveja e ficamos batendo papo nós três próximo da churrasqueira. David era um garoto animado, vivia deslumbrado com a minha carreira e todo feliz por estar conversando com dois jogadores. Estava tudo tranquilo e um bom papo, até Isac e David começarem a falar de Vitor e César.

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