Meu Jogador Favorito

Capítulo 6 - Conhecendo o jogador do Flamengo.

Estava nervoso com a proposta de dona Edna, não sei se me sairia bem cuidando de um jogador famoso. Isso pode alavancar minha carreira ou me destruir completamente como profissional. Eu decidi arriscar e tentar, já que vou começar como estagiário de um nutricionista renomado.

- Será um prazer ajudar a senhora – disse percebendo a mudança de humor repentino de dona Edna.

- Senhora? Senhora César? Sério? Desde já te aviso que essa palavra costuma abrir a caixa de pandora que habita em minha alma, você não vai querer ver essa caixa aberta, certo? Me chame de Edna ou Dinha, o que achar melhor.

- Sim Dona Edna, desculpe por isso.

Depois do que eu disse todos caíram na gargalhada, e eu fiquei lá tipo "perdi alguma coisa?". Estava visivelmente encabulado pelo ocorrido mas até a minha mãe estava gargalhando. O segurança de Edna disse logo depois entre risos.

- Ela sempre faz essa cara quando chamam ela de senhora, liga não César. Dona Edna parece braba, mas tem um enorme coração.

- Obrigada João, você sempre sabe o que dizer. – Disse dona Edna e ela completa – César, não liga para as minhas brincadeiras. Falando sério agora, assim que você puder trabalhar aqui me avisa ok.

- Aviso sim, pode deixar.

- Outra coisa Irene, é só você ou o seu filho vem morar aqui também? – Disse dona Edna.

- Morar aqui? – Perguntou eu e minha mãe juntos.

- Isso ué, eu comentei contigo durante a nossa entrevista que cada funcionário meu tem o seu próprio quarto aqui em casa e que eu precisaria que morasse aqui para estar à disposição do meu filho. Justamente por isso que oferecemos um salário alto.

- Mas é tipo, de segunda a segunda? – Perguntou minha mãe já muito preocupada.

- Não querida, você tem um dia da semana, a sua escolha, que poderá ficar fora do trabalho e dormir em sua residência caso queira, considerando esse dia como folga. Entretanto já te aviso que antes de tirar o dia de folga, preciso ser comunicada com dois dias de antecedência ok.

- Entendi – Disse minha mãe pensativa e bem séria.

- Caso não concorde com esses termos ainda está em tempo de pular fora. – Disse calmamente Dona Edna.

- Não, tudo bem. Eu preciso ver o que vou fazer com o meu filho e depois te respondo sobre ele morar aqui ou não ok

- Sem pressão Irene e seja bem vinda. – Disse Edna com um enorme sorriso no rosto.

- Obrigada Edna, será uma honra enorme poder fazer parte desse time.

Nesse momento todos aplaudiram minha mãe e a cumprimentaram novamente. Minha mãe me parecia feliz com esse emprego, não é justo ela jogar fora essa oportunidade por minha causa. Eu já tinha 19 anos na cara, sabia cozinhar e me virar. Tinha que ajudá-la a resolver esse problema e acho que já tinha a solução.

Depois do almoço, Dona Edna disponibilizou um motorista e um carro para a minha mãe poder buscar seus pertences em casa. No meio do percurso ela estava muito calada e pensativa, essa era a minha chance.

- Mãe...

- Hum....

- Sabe que não precisa se preocupar comigo né?

- Filho, nem começa. Sei bem o que você vai falar e não tenho como deixar você morar sozinho lá em casa.

- Não ia te pedir pra morar sozinho mãe, ia te pedir pra ficar com a Tia Susu. – Respondi firme pra ela. – Sabe que ela não vai se importar em cuidar de mim né.