— Eu estava esperando você — Jungkook disse depois de um tempo e continuou: — Não tenho permissão para subir.

Deus! Como ele era estúpido! Por um segundo Jimin se sentiu extasiado, mas as falas de Jungkook o trouxeram sentimentos que foram de cem a zero numa velocidade tão comparada à da luz. Extasiado. Estupefato. Estupefato com seu próprio deslize. É claro que entre congelar e subir, Jungkook iria preferir viver.

— Ah... — Murmurou reticente e ficou de pé, guardando as mãos gélidas nos bolsos do sobretudo. — Então, vamos.

Jungkook o seguiu em silêncio. Jimin pensou algumas vezes antes de ir até a recepção e autorizar a entrada do detetive, então quando pegaram o elevador, ele ouviu o outro rindo baixinho. Jungkook estava bem atrás dele.

— Qual é a graça, Jungkook?

— Você é péssimo quando o assunto é manter-se seguro, Park.

— Por que diz isso?

— Droga, Jimin — murmurou novamente, dessa vez parecendo realmente frustrado. — Eu disse para não ficar perto de mim e você autoriza minha entrada para subir. Você sequer me conhece!

Jimin girou os calcanhares e forçou um passo, fazendo Jungkook bater com as costas contra a parede da caixa metálica.

— Eu sou um médico, Jeon — explicou no mesmo tom de outrem, porém muito mais paciente. — Mais que isso, eu sou o médico do seu filho e sei sobre você o bastante para que você não mova um músculo sequer — seu olhar quase vacilou. — Assim como está agora.

Encarou bem os olhos indecifráveis de Jeon, a mandíbula travada, parecia com raiva. Afastou-se. As portas se abriram.

— O que você sabe sobre mim?

— Apenas o que você me mostra — respondeu enquanto era seguido pelo corredor. — Só que você não é tão bom se escondendo, não é?

— Não me analise.

Jimin virou-se para ele mais uma vez, o fazendo parar de andar de forma brusca.

— Então, não aja como se fosse me machucar a qualquer momento.

— Eu não machucaria você, meu trabalho agora é manter você seguro.

— Então, me proteja mesmo quando eu estiver em sua frente. Não fuja de mim.

Ele esperou por uma resposta, mas nada veio. Nada saiu da boca de Jungkook, por isso ele foi até sua porta e a abriu, contudo, antes que pudesse entrar, ele ouviu:

— Jimin? Eu não quero ser seu amigo.

Aquilo fez algo dentro dele se quebrar, algo como expectativa, algo como vidro. O estilhaçou, na verdade. Suspirou.

— Tudo bem, mas isso não vai fazer você se livrar de mim, vai?

Jimin entrou no apartamento com a imagem nítida da face consternada de Jungkook. Sabia que estava sendo observado por criminosos, mas por que Jungkook era tão fiel na crença de que ficar perto dele era perigoso? Não podia existir tanta gente odiando aquele detetive, ainda que este conseguisse extrair de si o seu lado menos calmo, Jimin sabia que Jungkook não era odiável. Não em sua perspectiva.

Na percepção de quem nunca foi enquadrado por ele.

Deixou suas coisas perto do umbral da porta e saiu novamente, nem mais ao certo sabia porque estava sendo insistente. Jungkook o olhou rapidamente.

— O que está fazendo?

— Companhia.

— Você não vê, não é? — O oficial deu dois passos em sua direção, permitindo uma distância de três pés entre eles. — Você fala que não quer que eu morra por teimosia, mas você está fazendo a mesma coisa.

O Delator de Copas - JikookWhere stories live. Discover now