Capítulo 44

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Dimitri Smirnov

Não quero falar a Simon o motivo de tê_lo forçado a estar aqui, não por não querer que sinta pena de mim, pois ele obviamente não sentiria. Não quero que ele pense que eu o trouxe somente porque estou prestes a morrer e preciso dele como sucessor, eu não preciso somente disso.

Preciso do convívio com meu filho, filho esse que eu devo ter perdido a mais de 10 anos atrás, mas não desistirei de tentar me aproximar dele, claramente é a materialização de todo amor que nunca deixei de sentir por Samia. Sei que será um Capo melhor do que fui, não por ser mais inteligente que eu, mas por ter passado por certas que o faz ser tão frio quanto eu e isso é que o faz ser ainda mais o Smirnov.

Sei que na cabeça dele passam muitas perguntas, mas acima de tudo ele esta aqui não só por conta das minhas ameaças, Simon sabe que ao assumir isso, tudo vai ser de acordo com o que ele planeja e irá poder se vingar de Bóris que sem dúvidas é seu maior desejo. Não o condeno e mais uma vez espero que seja melhor que eu e ache algo que possa arruinar esse desgraçado perante nossos anciões.

-Ele bate bem.. -Andrei que estava ao meu lado disse.

-Ele bate bem?! -respondi retórico. -Ele é uma máquina de matar, não pensei que estivesse tão bem depois de tanto tempo. -realmente era incrível a forma com a qual ele se movimentava.

Mandei Aidan escolher três dos nossos melhores capangas, que a mostrar pelo físico e precisão de fato são bons, mas Simon sempre foi estratégico em tudo que faz e agora como sempre controla cada golpe que lança e recebe, sua maleabilidade em desviar de golpes faz com que os inimigos cansem o que lhe traz menos desgaste e mais tempo de agir em cada fraqueza aparente ou não.
Eles não estavam pegando leve por Simon ser meu filho, é justamente por isso que eles pegariam pesado, na tentativa inútil de querer diminuí_lo.

Levantei_me e dei as costas a luta, claramente perderemos 3 capangas de uma só vez a julgar pelo barulho crocante de ossos quebrando.

-Tio onde vai? -Andrei perguntou quando me viu sair.

-Ja vi o bastante, perderemos 3 capangas se ele continuar. Mande_o até minha sala. -falei e dei as costas.

-Parem a luta.. -dizia a Aidan enquanto saí, Andrei deve ter sinalizado.

Assim que saí da sala pude ver a movimentação que estava ao lado de fora da sala, de fato todos impressionados, sorri de canto ao ver que o meu filho unigênito é tão pior quanto eu.

-Tio.. -Abham que eu não havia visto desde que foi a Itália, veio em minha direção. -O sócio do Simon ja regressou a Itália e vai assumir a empresa, mas enquanto isso a daqui esta em andamento, breve o Arnold voltará e poderá ver isso. Quanto a garota, nós a vigiamos bem pouco e ela não parece esta tão preocupada assim, não vimos muito além dela e um loiro.. -disse e achei estranho a forma como Simon a defende e entregou sua vida por ela não parece fazer jus ao que ela sente por ele, pensei que estivesse a essa altura em delegacias e hospitais procurando por ele, mas ao invés disso já esta com outro, não deve passar de uma meretriz.

-Não a investiguem mais, não passa de uma qualquer, meu filho não precisará dela. -falei e continuei a andar rumo a minha sala..

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Simon Smirnov



Ele queria me testar e pelo visto eu fui aprovado nesse teste de merda dele.

Assim que Aidan parou a luta preferi não ir de uma vez ver o que queria, resolvi então tomar um banho antes.

-Se eu soubesse que ele era o próprio demônio teria fingido ser ruim em luta para não enfrentá_lo. -o cara ao qual quebrei o braço praguejava em russo quando passei, dei um sorriso interno por isso.

-Não me chame assim, sou o filho do demônio, não o proprio. -retruquei em russo também e pelo espanto dele pensou que eu não compreendesse.

...

Enquanto a água fria relaxava meus músculos, apoiei os cotovelos na parede e olhei a água caindo em meus pés. Havia por meu abdómen marcas claras de noites anteriores vividas com a Sophia. Ah Sophia, sem dúvidas a pior parte de toda a minha vida nesse tempo que ficarei aqui será não poder vê_la, senti_la, ouvir as sacanagens que ama falar e não poder sentir seu cheiro toda manhã como estava em meus planos.

Mas eu não posso falar com ela, prefiro ser uma saudade de um tempo bom que a dor de uma vida inteira. Não quero e nem vou envolver ela nesse mundo, a vida dela é o que mais vale pra mim e não suportaria perdê_la por causa de toda escuridão que me cerca.

...

Assim que saí do banheiro e fui até onde Dimitri me esperava já não vi mais a balbúrdia que se concentrava ao corredor.

Não bati a porta, simplesmente entrei e vi ele olhando para a vista que tinha à sua frente, um mapa detalhado do submundo da Rússia tanto na parte europeia quanto a asiática.

-Agora que ja viu a merda de showzinho que lhe convinha me explique o porque de exatamente agora me trazer até aqui.. -exigi indo até a mesa e me servindo do whisky que havia ali.

-Breve Arnold irá vir aqui e ele poderá ver como anda a criação da nova empresa. E antes que pergunte o seu sócio da filial é um amigo de longa data. -disse sem que eu pudesse o interromper. -Mandei seu vice-presidente de volta a Florença. ainda de costas falava e aquilo me agoniava veementemente. -Excelente império construiu Simon..-pontuou. -Outra coisa não é somente na pratica e violência que deverá conhecer a máfia, por isso estudará tudo a fundo.. -dizia sem dar tempo que eu falasse nada.

-Pelo que vejo cuidou de cada passo mais e quanto ao meus amigos foi lá falar com eles? -falei irônico degustando a bebida, e depois de um bom tempo desde que entrei se virou a mim.

-Nem sua namorada lhe procura. -afirmou olhando friamente em meus olhos. -Ao invés disso ja esta com outro. -ouvi aquilo não me atingiu em cheio, mas jamais deixaria transparecer e recuei o olhar deixando que ele pensasse que aquilo me afetou. Esse seria o jeito dele a deixar em paz, acredito com toda certeza que esse homem a quem se refere seja o Nicholas, com certeza ele não a investigava tão a fundo quanto pensei, seus olhos estavam realmente focados em mim e somente, o que não me entra a cabeça ainda é o porque disto.

-Prefiro não falar sobre isso. -afirmei demonstrando fragilidade que não me atingira, até porque tão certo como as noites de luar é o amor que eu e Sophia sentimos um pelo outro e isso ele não usará contra mim. -Quero que me diga o porque de eu estar aqui.. -insisti outra vez e ele puxando o ar com força sentou a minha frente.

-Simon eu preciso que assuma isso, porque além de ser seu por direito e o Bóris não poder tocar nisso, eu estou morrendo. -disse não mostrando abalo ou fraqueza e sim indignação com o próprio estado.

Sabia que não estava mentindo, via em seu olhar, mas isso não me fez sentir pena ou qualquer outra coisa, só serviu exclusivamente para clarear fatos.

...

Dimitri me explicou que passou por inúmeros especialistas e que todos falaram o mesmo, seus problemas cardíacos e seu coração só piora, e como a bomba relógio pode explodir a qualquer hora..









Oii gente espero que estejam entendendo e tudo esteja esclarecido.

Oii gente espero que estejam entendendo e tudo esteja esclarecido

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Dimitri Smirnov

Presa Ao Capo- Livro III da série: Os Ceos da MaffiaWhere stories live. Discover now