7| O fantasma do passado.

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You so fresh to deathAnd sick as cancerSeu estilo era inigualávelE doentio como câncer"Lana Del Rey, Blue Jeans"

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You so fresh to death
And sick as cancer
Seu estilo era inigualável
E doentio como câncer
"Lana Del Rey, Blue Jeans"

     DIAS QUENTES E NOITES GÉLIDAS. O outono em Berkeley aprumava uma extensa beleza lasciva nos parques mais belos enquanto as ruas exuberavam as mortas folhas alaranjadas, assim como naquela tarde ensolarada de quarta-feira no estádio, cujo todos os esportes fajutos masculinos tornavam-se atrações.

Thomas havia dito que os dias dessa semana eram uma espécie de "aquecimento" para o final dela, o que me leva a pensar que bajular jogadores estupidamente arrogantes era um tipo de fetiche para as garotas dessa cidade, assim como se atirar a cada cara novo que aparecesse em meio a elas. Desde que cheguei, ganhei todas atenções, além dos infinitos olhares pousados sobre mim quando fazia um simples gesto de acender o meu cigarro. Mas, dentre todas, a que tomara a atitude de vir até minha direção distinguia a admiração por mim.

Paris, por baixo de um Sol irradiante, continuava fiel a seu estilo, um vestido florido formado por um tecido delicado, e claro, não poderia esquecer de seus sapatos rosas. A sua testa estava encrespada, e as sobrancelhas juntas denunciavam o quão ressentida ficou desde nossos últimos momentos. Os seus passos permaneciam apressados, e se sua mão estivesse segurando algum sorvete, iria supor que lançaria pela segunda vez em meu jeans azul.

     Meus olhos reviram involuntariamente por prever todos os seus comportamentos. Paris era de fato uma figura difícil de lidar. Havia um temperamento indomável, além de sua impulsividade que fazia que a tratasse como uma criança mimada que acabara de ser arrancada um pirulito de sua mão. Sua presença de fato me incomoda, fez até o meu cigarro ser inútil quando se tratava de deixar meus nervos passivos. Jogo ele no chão, em conseguinte escondendo as palmas de minha mão na jaqueta.

"Posso saber o que está fazendo? Que eu saiba, aqui não é um espaço que tenha muitas regras para serem quebradas" - Paris gesticulava cada palavra com um tom ofensivo, e claro que no primeiro momento que desse para referir-se ao incidente no Monroe's, ela de fato diria, além de chamar todas as atenções para nós.

"Bem, aqui é um espaço público, e não me surpreendo de não conseguir evidenciar quantas regras daria para serem quebradas em um espaço como esse" - eu endureci minha postura e inclinei minha visão levemente voltada a seus olhos. Sabia que poderia deixá-la ainda mais incrédula dada ao meu descaso. Seus cabelos loiros quase comparado ao branco balançavam desordenadamente pelo vento fresco que enchia meus pulmões de ar, e havia um contínuo pensamento de que sua pele clara exposta à luz fazia um contraste raro em seus olhos cinzentos - "Não é do tipo que parece gostar de futebol".

"Para a sua informação, nem mesmo queria estar aqui" - Paris permanecia armada em sua fala, poderia ser facilmente tirada do sério, e seu tom de voz irritado fez um simples sorriso nascer em meu rosto - "Vim acompanhar alguém" - o seu ar de superioridade era inquietante.

Às Vezes (Não) Tão DoceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora