10| A Fraternidade.

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You act like fucking Mr

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You act like fucking Mr. Brightside
When you're with all your friends
Você age como o Sr. Otimismo
Quando está com todos os seus amigos
"Lana Del Rey, Thunder"

     UM ENIGMA IMPENETRÁVEL. Seria uma descrição subjetiva de minha mente submersa em uma introspecção existencial. Bem, me afogo em um complexo de crises asneiras quando fixo exatamente em um ponto do teto, por cima de uma cama que agora me consumia. Um teto branco e opaco. Opaco e branco. Mais nada. Sem graça, assim como o resto dessa casa.

     Em um curto período de tempo, minha pensante mente em sua maior rebelião, é interrompida quando Kincaid, meu colega de quarto, abre a porta desamparadamente, cujo vale destacar algumas de suas atitudes que me irritam morbidamente, como não dar descarga ao usar o banheiro, ou achar que suas tigelas de miojo deixadas no quarto não impregnavam o cheiro, mas em algumas exceções, ele poderia ser útil em minha solidão.

"Evans, sabe que se ficar morfando nessa cama enquanto a sua bunda fica anestesiada, não vai ajudar muita coisa na casa" - Kincaid cruza suas mãos enquanto me fitava, deitado em uma contemplação exacerbada me perguntando retoricamente se valia mesmo à pena voltar para a fraternidade que exalar testosterona era a coisa mais prudente.

"E lavar carros em um frio enquanto as coroas se aproveitam tocando em nossos abdomens não é uma ótima motivação" - digo, prolongadamente enquanto levantava-me indisposto a enfrentar longas horas. Havia prometido a Thomas que iria seguir as regras da casa, e em troca, teria meu quarto de volta. Diz ele que eu iria atrair várias garotas para a arrecadação. Era a tradição de meados de outubro, uma prévia da festa do Halloween, talvez o evento mais importante do ano inteiro, vinculado ao seu aniversário, no dia seguinte. Então, uma festa grande deveria consumir vários custos, e exibir o corpo enquanto a água fria que corria pela mangueira e despencava em carros, seria uma ótima promessa para a América, a terra do capitalismo.

     Olho novamente para o teto, como se tivesse tentando resgatar a paz de um minuto atrás. Mas já era tarde. Atravesso os corredores da casa, uma casa branca e que se não fosse pela pressão de meu avô a entrar na fraternidade que um dia pertenceu, nunca a conheceria. Meu avô era uma espécie de patriota, quase era o dono de toda a economia da cidade com suas dúzias de empresas, mas quando partiu, a mansão e metade da herança foi para Oscar, e a outra metade, mamãe usufruiu para montar a sua família com o Bruce, o meu maldito e manipulador pai. Eu seria como uma promessa, de que um dia arcaria com as obrigações do meu legado. Estava condenado desde o momento em que nasci, para ser honesto.

     Os quartos estavam vazios, e ouso sondar a cozinha, procurando algum suprimento. Me deparo com excessivas tigelas jogadas na louça, enquanto a mesa colecionava farelos e caixas de cereais empilhados. Deveria imaginar que nada havia mudado em relação aos modos canibalescos dos meus colegas. Penso que poderia passar no Monroe logo após disso tudo acabar.

Às Vezes (Não) Tão DoceWhere stories live. Discover now