Pressionou a campainha e esperou ser atendido.

— Mãe, é o Jiminnie — ele ouviu a voz de Taehyung do outro lado. Em seguida, a porta automática fez um barulho e abriu uma fissura para ser empurrada.

Jimin deixou os sapatos na entrada e atravessou a antessala e a sala antes de finalmente encontrar sua família reunida na sala de jantar. Ali estavam sua mãe, seu irmão, primos, tios e avós maternos. O combo quase perfeito do caos. Ele tirou o sobretudo quando a governanta o pediu, ficando apenas com seu casaco de lã, cor creme, embora a gola e os punhos fossem vermelhos. Adorava vermelho.

— Olha só quem veio nos visitar — sua mãe deixou a taça de vinho que segurava sobre um descanso de parede e caminhou em sua direção. — É bom vê-lo, Jimin.

— Digo o mesmo, mãe — abraçou a mulher num ato rápido, em seguida, fez uma mesura generalizada, não estava disposto a cumprimentar pessoa por pessoa e ele duvidava muito que seus parentes fizessem questão.

— Felicite seu primo pela grande conquista, Jimin. Não é todos que conseguem uma profissão tão nobre — sua mãe o incentivou.

A juíza Kim Haesoo sempre tinha aquele tom de dominância. Jimin sentiu-se tal como uma criança é tratada.

— Fico feliz que tenha feito uma boa prova, Soobin — ludiciou.

— Poucos de minha turma conseguiram passar de primeira.

— Provas não validam intelecto, uma vez que existem mais de um tipo de inteligência — ele disse, genuinamente. — Espero que os outros passem na próxima tentativa.

Jimin só se deu conta do que tinha falado quando sentiu sua pele queimar por causa dos olhares julgadores sobre ele. O silêncio caiu não como uma pluma delicada e sim como rochas de ferro. Foi esmagador.

— Você poderia... Tentar não nos diagnosticar a cada palavra que dermos, querido? — Haesoo pediu, dentes travados e um sorriso completamente forçado.

Jimin procurou por Taehyung, seu irmão parecia tão constrangido que sequer mantinha o olhar erguido. Quando ele voltou a própria atenção para a mulher que estava ao seu lado, ele abriu um sorriso complacente.

— Posso fazê-lo se vocês não me olharem com tanta acusação — apesar de falar com honestidade, ele tentou seu tom mais benevolente.

— Jimin, sente-se comigo e com a Chae — seu irmão o chamou, antes que a situação piorasse. Jimin apenas aceitou a sugestão e ocupou o assento ao lado do irmão.

Chaewon era a namorada de seu irmão e era advogada. Porém, ela era a mais tolerável entre seus parentes de sangue.

Depois de algumas conversas e risos que Jimin não fazia parte, o jantar foi servido. Ele iria manter sua atenção apenas em sua refeição, antes não fosse sua mãe.

— Pensei que você iria convidar Minho, Jimin — ela comentou enquanto cortava um pequeno pedaço de carne.

Jimin sabia que ela estava se esforçando para introduzi-lo, para ser tolerante, mas não poderia existir hora pior para aquilo do que na hora de um jantar com toda sua família. Ele abaixou os talheres e deu atenção para a mãe.

— Ele está ocupado com o trabalho — na verdade, eu não quis que ele passasse pelo constrangimento da última vez, completou mentalmente.

— Ele trabalha? Achei que você o sustentasse — Soobin perguntou com um tom a mais, o sorriso no rosto assinalou a diversão.

— Claro que não, o salário de médico psiquiatra neste país não deve ser tão generoso — Nayoon, irmã gêmea de Soobin respondeu em meio a risos.

O Delator de Copas - JikookWhere stories live. Discover now