Eu doente?

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Hoje as aulas são as mais chatas possíveis, estou cansada, só quero minha casa, meu gato e minha mulher.

Adora não vai pra faculdade hoje, vai treinar algumas garotas em um clube perto de casa.

- Vamos cabular a próxima aula?

- Acha que é uma boa?

- Só se você quiser. - O sinal toca para a próxima aula. Eu e Jenny saímos o mais rápido possível na multidão pra ninguém suspeitar.

- Nossa, vai chover.

- Ai Catra, é só uma chuva. Você é feita de açúcar?

Mando uma mensagem pra Adora dizendo que vou andar por aí e que não precisava se preocupar.

Fomos andando até uma praça que não era muito longe. Brincamos um pouco nos brinquedos que tinha ali e paramos um pouco pra conversar.

- Tô afim de um gatinho... - Jenny senta no chão.

- Gatinho? Eu conheço?

- Nah. Ele é de um aplicativo. Mas eu nem quero nada sério, só fazer umas coisinhas.

- Ih garota, você é mais safada do que eu pensei.

- Não me culpa, tô no período fértil e tô cansada de homem me enrolando. - Nós duas rimos e somos interrompidas com pingos de chuva.

A garoa nem estava tão ruim mas começou a ficar mais forte.

- Jenny, vamos embora!

- Quem tá na chuva é pra se molhar, relaxa!

Ela joga a bolsa no chão e abre os braços, girando feito uma criança. Fiz o mesmo, aquilo me deu uma sensação de liberdade como se nada mais de ruim pudesse acontecer.

- Amiga, tem um carro chique ali na rua, acho que vamos ser sequestradas. - Ela se aproxima tentando olhar mais de perto.

Olho bem o carro e era nada mais, nada menos que Adora.

- ENTREM NO CARRO! - Ela grita.

Pego minha bolsa e a da Jenny e corro até lá. Entro no carro e dou espaço para a garota sentar.

- Cabular aula? Sério?

- Vai dizer que nunca fez isso, loirinha.

- Eu não. Caramba Jenny, ela vai ficar doente. - Adora fala brava.

- Eii, não fala como se eu não tivesse aqui! Não vou ficar doente.

Adora levou Jenny para casa como ela havia pedido e depois fomos pra nossa casa.

***

- Amor, acorda! - Adora toca meu ombro. - Acorda, vida!

- O que foi??? - Falo esfregando os olhos.

- Você está muito quente, está suando. Vou pegar o termômetro.

Sinto uma coisa macia no meu pé.

- Bom dia, meu amor! Dormiu bem?

- Minhaw!

Desde que adotamos Melog, ele dorme todos os dias com a gente... comigo na verdade. Ele tem medo da Adora.

Adora chega com o termômetro e alguns medicamentos nas mãos. Medimos minha temperatura e parece alta.

- 39° C! CATRA?! Vamos ao hospital agora! Você é muito sensível, não era pra ter tomado chuva!

- Amor, não quero ir. - Falo me cobrindo de novo, mas Adora tira o cobertor de mim. - Entra no chuveiro gelado, vamos abaixar isso.

Adora me leva até o chuveiro e me ajuda a banhar. Com todo cuidado e paciência do mundo, não consigo nem ficar de pé direito.

Depois de um banho demorado e gelado, Adora me ajuda a se vestir, me leva até a sala e prepara o almoço, já que acordei meio mal ela não me deixou ir pra faculdade e não quis ir trabalhar pra ficar cuidando de mim.

Não gosto de incomodar, principalmente agora doente, me sinto uma inútil. Nunca fiquei doente, não sei porque ficar agora.

- Por que não veio pra casa? Me ligasse que eu ia te buscar na escola e levava pro treino comigo. - Depois da nossa conversa sobre eu me sentir mal em se abrir com medo de incomodar ela, ela tem tentado mais me entender, conversar mais e sempre se preocupando.

- Eu só segui a Jenny. Desculpa.

- Tá tudo bem, desculpa eu. Eu só não consigo te ver assim. - Ela me entrega uma tigela de sopa e sai.

***

Era só um resfriado, poderia durar uns três dias, mas já faz quase duas semanas e não passa. Adora todo dia insiste em me levar ao hospital mas eu não quero. Hoje recebi uma ligação da minha mãe me implorando para fazer exames, Adora com certeza apelou pra ela falar comigo. Eu acho que vou sim, não estou aguentando.

Liguei pra Adora e em menos de meia hora ela já estava em casa, pegou minha bolsa e colocou todos os documentos lá. Lenços, medicamentos pra dor, medicamentos que ela comprou na farmácia pra espirrar no nariz.

- Ei, não estou com tanto frio. - Ela me colocou uma touca, moletom e me enrolou em um cobertor, quase me embrulhando.

Entramos no carro e fomos ao médico. Demorou um pouco para nos atendermos mas finalmente me chamaram. Adora explicou tudo o que aconteceu, o médico me examinou e pediu um exame de sangue e adivinha? Peguei uma virose muito forte. Ele prescreveu muitos remédios e descanso.

- Eu disse que deveríamos ter vindo antes. Você é tão teimosa, meu amor.

- Ah Adora, eu só não achava necessário.

- Bom, eu imagino que a senhorita esteja cuidando muito bem dela.

- A eu? Claro, doutor!

O médico ri baixo e continua escrevendo alguns remédios no papel.

- Bom, dipirona caso febre, 40 gotas é o suficiente e caso não seja, pode aumentar pra 50 ou 60 gotas. Esse aqui é anti inflamatório pra garganta se ficar muito inflamada. Melhoras, Catra!

- Obrigada doutor.

Depois de sair do consultório, a loira vai direito pra farmácia.

- Tava uma fila enorme lá, nossa. Olha, peguei os remédios certinho em, vai começar a tomar assim que chegar.

***

- Eu tô bem, mãe, juro! Tô muito melhor agora.

- Sério Adora, deveria ter levado ela lá pra casa. Eu não me incomodo em cuidar desse neném.

- Que isso, sogra. Eu não me incomodo não, ela só é teimosa.

Minha mãe fez questão de ir em casa ver se eu estava bem mesmo. Ela até se ofereceu em ficar lá pra ajudar Adora a cuidar de mim.

- Eu vou fazer um chá.

- Chá? - Perguntamos ao mesmo tempo.

- Sim, deve ter alguma coisa aqui pra você ficar melhor. Já volto.

Olhamos ela sair devagar e caímos na risada.

- Por que não pensei nisso antes? Será que ainda vai funcionar? - Adora fala baixinho.

- Você não perde uma.
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como vocês estão? perdão a demora pra atualizar, as coisas estão bem corridas mas não esqueci de vocês, bebam água e se cuidem!
bjo da autora <3

Aquela Garota.Where stories live. Discover now