Aquela Garota.

Huntara

É sexta-feira, a semana passou voando. O despertador do celular toca e quando ligo a tela pra desligar ele.

- Número desconhecido: "Catra, esse aqui é o endereço da minha casa, a festa vai começar às 19h! Nos vemos?"

Eu pulo da cama assustada tentando achar palavras pra não falar besteira

- Hey, Adora! Te vejo lá!

Reaprendo a respirar rapidamente e salvo o número desconhecido: "Musculosa 💙".

Tô boba sim, e daí?

Estou no refeitório com as meninas como de costume.

- Aquela não é a menina que veio falar com você ontem, Felina? - Entrapta me faz engasgar a maçã que eu estava comendo.

Quando eu me viro vejo Huntara abraçada com Adora. Ah, Huntara é uma conhecida que já saí no tapa algumas vezes. Ver aquilo me deu uma pontada no peito mas eu ignoro.

- Quem é aquela? - Scórpia diz com um tom de malícia.

- Conheci na festa segunda. Aliás, vamos na festa na casa dela hoje às 19h.

- Me acompanha Perfuma?

- Seria uma honra. - Ela ri toda encantada.

- Entrapta?

- Desculpa, Felina. Tô lotada de programações.

O dia passou bem lento, todas as sextas-feiras são assim, mas não demora tanto.

Eu e Scórpia estamos nos arrumando para a próxima festa da semana. Ela veste um moletom simples mas elegante. Eu estou de jeans e uma regata preta.

- Me passa a escova de cabelo?

- Olha quem vai se arrumar pra ver a princesinha musculosa da escola.

- Cala boca! Me dá logo isso. - A mana ri freneticamente.

Faço um rabo de cavalo alto porém frouxo e damos partida ao endereço.

A casa é grande e está muito cheia. O som pode ser ouvido daqui de fora, parece que essa noite vai ser boa. Perfuma e Scórpia logo somem de vista e eu me vejo sozinha na cozinha me servindo com umas bebidas expostas no bar americano. Meu celular vibra.

Musculosa 💙: "Olha pra frente."

A garota está sentada, quase deitada em um sofá rodeada de garotas, principalmente com a puta da Huntara.

Musculosa 💙: "Me segue."

A garota começa a subir as escadas e eu vou disfarçadamente atrás. Lá em cima está vazio e com as luzes apagadas.
A loira me surpreende com um abraço apertado, quase sufocante.

- Obrigada por vir!

- Que isso. A festa tá fazendo sucesso, ein?

Ela ri de leve e me solta. Ela se vira e tenta encontrar minha mão diante da escuridão.

- Não precisa ficar com medo.

Ela abre uma porta e nossos rostos se iluminam com uma luz roxa que decora um quarto com algumas roupas no chão e uns troféus e medalhas expostos na parede.

- Queria privacidade. Fica à vontade.

ESTOU NO QUARTO DA ADORA.. ERROOOOOR.. CATRA BUGOU E PERDEU O AR... AAAAAAA...

- Quanta coisa. Você joga?

- Jogo basquete e mais alguns esportes.

Passo a mão por algumas medalhas. A loira está sentada em sua cama com as pernas abertas e de cabeça baixa.

- Hey, Adora! O que te incomoda?

Ela bate com a mão algumas vezes na cama me chamando pra se juntar à ela. Ela com certeza bebeu, exala um cheiro de álcool mas não forte. Ela se perde em pensamentos.

- Adora, quer uma água? Você não está bem.

Ela me olha com um semblante assustado e depois volta a ficar cabisbaixa.

- Catra, posso te beijar?

Ela segura meu rosto com uma das mãos. Ela quer me beijar? ME BELISCA QUE EU ESTOU SONHANDO!!!

- A.. Adora... Você namora!

- Quem te dis... disse isso?

- Vi você e a Huntara juntas hoje!

- Ela é vidrada em mim. Não namoramos. Ela só tenta ficar comigo faz um tempão, ela só não aceita meus foras. - Ela abaixa a cabeça rindo. - Catra, posso te beijar? - Ela repete mais uma vez.

- A.. Adora.. Você bebeu um pouco, deve ser o efeito da bebida. Não vou fazer algo só pra sanar o efeito da bebida.

- Não tem bebida na jogada.

- Então vamos ver. Se você se lembrar disso segunda, pode me beijar.

- Meu sonho se tornou realidade.

Eu caio na risada e vejo que a musculosa está caindo de sono.

- Deixa eu te ajudar.

Deito ela na cama e a cubro com um cobertor que estava ali perto. Sento e fico parada olhando pra ela pra ter certeza que está tudo bem antes deu ir.
A garota dormiu em segundos.

Chego em casa e assim que eu deito para dormir.

- Musculosa 💙: "Obrigada por cuidar de mim, Cat."

Escrevo sorrindo.

- "Não foi nada. Se cuida!"