Aquela Garota.

ADORA

Pulo de susto na hora.

É só uma garota Cat.. Calma...

- C...Claro!

Ela senta, para e quando nossos olhos se encontram ela congela. Sua boca fica semi-aberta.

- Ei? Tá tudo bem?

- S... Seu... Seus olhos! - A garota misteriosa diz levando a mão na boca. - Um azul e um verde! SÃO DE CORES DIFERENTES!

Solto uma risada nasal.

- Tenho heterocromia, pelo jeito não sabe o que é.

- Eu sei, só nunca tinha visto pessoalmente. É muito lindo! Nossa! - Diz ela se aproximando cada vez mais.

Meu coração começa a acelerar. Eu travei enquanto ela me fitava com o rosto demonstrando dúvida e surpresa.

- Catra. - Digo acordando a garota de um transe.

- Me desculpa. Que falta de educação a minha! Me chamo Adora.

Adora era a garota mais linda que eu já vi em toda minha vida. Loira, alta, musculosa, forte demais, seus olhos eram azuis como o oceano, eu poderia me afogar neles pra sempre.

- Ouvi uma gritaria, tá tudo bem? Desculpa me intrometer.

- Relaxa! Uma garota tava tentando forçar a barra mas, eu não tava nenhum pouco afim! - Ela leva a mão no rosto acenando negativamente com a cabeça. - Posso? - Ela aponta pro meu copo. Aceno que sim e ela bebe quase tudo.

- Que fita errada essa.

- É mesmo, mas isso tudo fez eu te conhecer, então foi uma "fita" boa. - Ela faz aspas com os dedos e cai na risada.

Eu coro logo de cara.
Ela tem um sorriso tão incrível que eu facilmente me apaixonaria. APAIXONEI! E sua risada é tão gostosa, ela faz aquele barulinho que os porcos fazem, sabe?

- Então Catr...

Meu celular vibra no bolso da calça jeans. É a Dona Elize.

"Minha querida, está tudo bem? Eu posso ir buscar vocês? Me avisem quando quiserem vir pra casa"

- Me espera aqui?. - Levanto e ela concorda.

Desço às escadas a procura da Scórpia, vou no banheiro, na varanda, vejo nos quartos.. Vou na cozinha e PERFUMA ESTÁ BEIJANDO A SCÓRPIA EM CIMA DA PIA.
Pego o celular e digito: "Lize, não precisa vir agora, dentro de uma hora eu te ligo, beijos!"

Não ia empatar foda de ninguém, ainda mais daquelas duas que estão enrolando a meses.

Olho no final da escada e vejo Adora entrelaçando seus dedos e mexendo a boca, com certeza está falando alguma coisa mas a música não me deixa ouvir.
Subo alguns degraus e o barulho da madeira velha assusta a garota.

- Catra! Nossa! Não sabia que estava aí!

- Desculpa, fui falar com a minha irmã. - Me sento bem do lado dela e sinto sua respiração ficar pesada. - Ia me dizer alguma coisa?

- Me passa seu número de telefone? - Ela bufa aliviada e corada.

- Claro.

Ela me entrega seu celular, digito meu número e entrego pra ela. Eu não sei chegar em garotas, muito menos conversar, ainda mais com ela! Uma garota linda dessas, nem tenho chance.

- Eu preciso ir! Foi bom te conhecer.

- Se cuida, Adora. Foi um prazer te conhecer.

Um prazer imenso.

Ela se levanta e toca meu ombro. Sinto a pressão, a força dos seus músculos se pressionando contra mim. Aquilo foi intenso. Não consigo explicar. Ela desce as escadas e a perco de vista entre a multidão.