Aquela Garota.

Adeus

Acordo às 04h e desço para fazer o café, faço uma vitamina de banana que sei que a loira gosta. Me alimento antes dela.

Hoje é o dia. Temos que estar às 06h no hospital. Tomo um banho e vou assistir mais alguns episódios daquela série pra me distrair.

Faltam exatamente uma hora. Mando minhas condolências para Mara por mensagem e vou acordar a loira que já está sentada na cama chorando.

- Catra... - Sua voz mal sai de sua boca com tantos soluços.

Levanto sua cabeça e a beijo. Um beijo demorado.

- Vem, fiz seu café! Depois toma um banho pra ir, ok?

- Por que ela, Catra? Por que? - Ela começa a chorar de novo.

- Meu amor, cada um tem seu propósito aqui, e sua vó é uma mulher forte que já cumpriu o dela! Ela não ia querer que você ficasse triste. - A loira respira fundo e retribui o beijo.

Ela faz todas as necessidades e Mara me liga 06h em ponto. Estamos a caminho do hospital. Encontramos Mara e fomos para o quarto.

- Cuida dessa menininha por mim, Mara. E Catra, já que você já é da família, cuida dessas duas, principalmente da Adora. - A vovó Rizz fala com a voz trêmula enquanto segura minha mão.

Não consigo ver isso, pergunto se Adora não quer ficar do lado de fora comigo mas ela nem olha para mim. Abraço as duas e fico sentada no corredor.

Passado um tempo ouço um barulho como se fosse um "piiiii" e em seguida os gritos da Adora. Ouvir ela daquele jeito fez eu me encolher no banco e chorar junto com ela. Ela grita de dor e desespero. Não aguento mais ouvir Adora desse jeito. Antes que eu vá direto para o carro, Mara sai da sala carregando Adora enquanto a mesma não se contém em se debater.

Agarro ela e peço um táxi. Eu não sei dirigir e dirigir desse jeito ela não vai. Chegamos em casa e coloco ela na cama. Subo em cima dela tentando imobilizá-la e me deito de bruço. Sinto sua respiração ficar mais calma.

- Eu estou aqui meu amor, tenta se acalmar.

- Obrigada. - Ela fala com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar.

Vejo que ela está mais calma e vou tomar banho.

- Adora? - Ela não está no quarto. - Adoraaa? - E nem na cozinha. - Adora, cadê você? - Ela não está em lugar nenhum. Me visto rápido e vou atrás dela pela rua.

Pego o telefone e ligo inúmeras  vezes pra ela mas sem retorno. Ligo pra Scórpia avisando que caso ela fosse na minha casa que era pra me ligar. Continuo tentando ligar pra loira mas ela não atende. Eu nem demorei no banho, pra onde ela deve ter ido?

Já está de tarde, recebi uma ligação dela avisando que estava em um bar. Andei até encontrar o tal bar que era na rua da menina, porém tinha que dar uma puta caminhada.

- Adora! Pelos céus, vamos pra casa.

- Uaaaau, você é a mulher mais linda que eu já vi, eu até te beijaria mas eu tenho namorada.

- Adora? Que história é essa? - Dou um salto para trás de susto ao ouvir aquilo.

- O nome dela é Catra Applesauce. Um instante. - Ela clica algumas vezes na tela do celular e mostra uma foto minha. COMO ELA TEM FOTOS MINHAS? Ela passa várias fotos. Umas zoadas e distraídas. São muitas fotos.

- Ela é uma menina de sorte por namorar alguém como você. - Tento tirar ela da cadeira mas ela é super pesada.

- Eu posso ajudar. - Um garoto se levanta de sua mesa que estava próxima a da loira.

- Mesmo? Nossa, eu iria ficar tão grata!

- Sou o Maxuel! Prazer.

- Catra. E ela é pesada.

Esse tal Maxuel era tão forte quanto a loira, ele me ajudou a carregá-la até em casa. Não trocamos nenhuma palavra durante o caminho.

Ele me ajuda a colocar a loira no sofá dentro de casa, mas logo se afasta para o lado de fora.

- Então Catra, esse é meu telefone, até qualquer dia. - Ele me entrega um papel todo amassado com um número e sai trotando. Nem deu tempo de dar tchau.

Arrumo a loira no sofá, coloco algumas cobertas em cima dela e adiciono esse tal garoto.

"Obrigada por me ajudar com a garota hoje, não sei como iria trazer ela até em casa."

Sento no chão ali mesmo próxima à ela e coloco aquele anime de novo.

Vou até a geladeira pegar um suco e quando volto.

- Quem é Maxuel?