Late mais

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O time de Lua Clara tem treinado quase todo dia para o interclasse. Uma vez ou outra eu vou até a quadra ver a Adora jogar. Mas foi diferente dessa vez.

Adora estava falando com aquela Lyla de novo. As duas pareciam estar se entendendo bem. De novo.

- EI AMOR! CHEGA AQUI. - Nem dá tempo de me esconder.

Caminho até a quadra e a loira me pega no colo.

- Adora, aqui não né. - Digo, quase sussurrando.

- Lyla, Catra. Catra, Lyla. - Ela me abraça por trás.

- São amigas desde quando? - Ela faz uma cara de deboche, sabe?

Respira Catra. Respira.

- Ela é minha namorada. Vamos fazer 3 meses né, amor? Né nada, é isso mesmo. - Adora se perde nas contas, se ela não soubesse, ia matar essa garota.

- Uau, não sabia que ia superar mesmo, pareceu bem chateada da última vez.

Adora fica toda corada. Olho algumas vezes para as duas.

- Mas superou. Estou com ela agora, algum problema?

- Nenhum. Vejo vocês na festa da Cintilante. - Ela dá uma piscada para Adora e sai.

- Convidou ela, Adora?

- Claro que não. A Cintilante conhece geral. Anda, vai pra sala, te amo. - Ela me dá um selinho rápido e sai saltitando para a quadra.

Nossa que menina mais sem noção. Mando uma mensagem pra Jenny sobre a festa. Chamei ela pra ir com a gente ou se não essa ex da Adora vai sair de lá numa ambulância.

***

O final de semana chega. Chamei as meninas para irem até a casa da Adora pra nós jogarmos conversa fora e se arrumar lá. Elas conheceram a Jenny que ficou toda tímida, mal sabe ela que são tudo um bando de doidas.

- Mana, se eu ver essa tal de Lyla, amasso a cara dela. - Claro que contei tudo pra Scórpia né. - Essa menina é uma folgada, cunha. Eu em.

- Ela é mesmo. Não pensei que ela pudesse ser tão idiota nesse ponto.

- Você que deixou ela ser idiota. - Cruzo os braços.

- Sem brigas hoje. - Adora me interrompe.

O dia passou rápido, quando demos conta já estávamos à caminho da festa. Lotada. Olha quem eu acabei de ver, a Lyla.

Entramos na casa e ela veio correndo para abraçar a Adora.

- Você veio benzim. - Adora não encosta um dedo sequer nela. Todo mundo parou pra olhar. A música também parou de tocar.

- Já matou a saudade? Agora some daqui caralho.

- Tá revoltada por que Catra? A diversão nem começou. - Ela se solta do tronco da Adora e vem em minha direção, ficando poucos centímetros do meu rosto.

- E eu ainda não acabei com você. - Bufo.

- Se eu fosse você, sairia daqui. - Jenny chega sussurrando ao lado da garota que está sendo o centro das atenções. Scórpia já está com os punhos cerrados do meu lado. Ela me xinga algumas vezes e sai esbarrando na multidão.

- Amor eu...

- Adora, só se diverte! Isso é uma festa. - Ela não tem culpa, mas na minha cabeça tem sim.

Não bebemos, eu não coloquei um copo de bebida sequer na boca. Adora bebeu uns 3 copos mas estava sóbria. Fiquei observando a festa toda.

- Amor, vamos subir?

- Pra que? - Questiono e a loira me cola na pia da cozinha, segurando firme meus quadris. - Vamos. - Ela agarra minha mão e subimos.

Puxo Adora enquanto tento abrir alguma porta, mas do nada ela se solta, como se estivesse sendo puxada. Me viro e a Lyla está com a boca colada na dela.

Adora empurra ela, foi coisa de milésimos de segundos. Passo na frente da loira que agarra minha cintura e disparo um soco em seu queixo. Pulo em cima da garota e vamos ao chão.

- Sua vadia do caralho. - Soco seu rosto algumas vezes mas ela levanta e me joga na parede, devolvendo os socos também.

- CHEGA LYLA. SOME DAQUI!!! - Adora agarra a menina pela cintura que ainda tenta me bater mesmo longe.

- ELA ERA MINHA ANTES DE VOCÊ APARECER. - Enquanto ela grita feito louca eu limpo o sangue do canto da boca.

- Late mais vadia, não tô te ouvindo. - Solto umas risadas irônicas pra deixar ela mais nervosa. Disse que ela sairia daqui numa ambulância. Chego mais perto dela. - Adora é a porra da minha namorada, supera.

A menina começa a gritar e se debater mais no colo na loira. Adora leva ela para fora da casa. Claro que eu vou junto. Assim que a menina me vê na porta ela vem correndo em minha direção, cambaleando de bêbada é claro. Nós duas vamos parar no chão.

A cada batida da música, era um soco certeiro no meu rosto.

Com os olhos meio abertos vejo que alguém tirou ela de cima de mim. É a Scórpia. A mana segura a menina enquanto eu me levanto mas Adora me segura também.

- Já chega vocês duas, eu não sou a porra de um brinquedo pra ficar brigando por minha causa!!! Catra, vamos pra casa. - Adora me coloca dentro do carro e vai chamar as meninas lá dentro enquanto Scórpia fica de olho em mim.

No caminho pra casa foi só sermão. Puta merda, como a Adora reclama.

- Nem bêbada você fica daquele jeito Catra. Caralho. Você socou minha cara!

- Estava na minha frente. - Falo com os braços cruzados.

- Amiga, vamos dar um jeito nela. - Jenny coloca a mão no meu ombro.

Levamos as meninas até a casa da Elize e voltamos. Jenny vai dormir no antigo quarto da Mara.

Vou pro banheiro lavar aquele sangue todo. Lyla apanhou mas quem ficou toda marcada foi eu.

- Quer ajuda? - A loira aparece na porta.

- Desculpa pelo... Você sabe... Vem cá. - Molho a toalha na pia e coloco no queixo da Adora que grunhe de desconforto.

- Eu não deveria ter dado liberdade pra Lyla, me desculpa.

- Não é culpa sua. Só vamos esquecer isso. - Puxo a menina até o quarto. Arrumo a cama e deito junto com ela.

- Eu te amo, gata selvagem.

Aquela Garota.Where stories live. Discover now