91 CAPÍTULO

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    Gabriella

Quando acordei a meu primeiro pensamento foi na minha filha, depois me permiti senti dor, tentei abrir os olhos, mas foi falho pela luz forte que batia no meu rosto, coloquei a mão no mesmo é fui abrindo aos pouco vendo que estava em uma sala do postinho que eu conheço muito bem, olhei pros lados, mas não tinha ninguém apenas uma mesa caída, porém sem nada no chão apenas a mesa, tentei me levantar, mas nem rolou meu corpo todo estava dolorido, com umas marcas roxas espalhadas pelo mesmo, procurei o botão vermelho atrás de mim, que indicava parada cardíaca, mas era só pra alguém parecer por aqui mesmo é ver que eu já estou acordada.

Doutora Leandra chegou correndo no quarto, foi até engraçado, quando ela percebeu que fui eu quem apertei o botão, a mesma negou com a cabeça e colocou a mão no coração se mostrando ter ser assustada.

Dr. Leandra: ja acorda me assustando Gabriella.- sorri sem mostrar os dentes.- tá sentindo algo, alguma dor?

Gabriella: quero saber da minha...- não me deixou terminar.

Dr.Leandra: sua família está em peso aí fora, vou mandar algumas entrar aí a gente conversa tudo bem.- foi daí que percebi que não tinha nada bem, meu coração já acelerou e eu logo passei a mão pela barriga, sentindo que a mesma ainda tinha um vão.

Gabriella: tá!- engoli a seco e a mesma saiu do quarto, olhei pra cima tentando não chorar, até porque poderia ser que não era algo demais e eu esteja apenas "sofrendo" por antecedência.

Primeiro entrou meu paí, em seguida a Bruna e minha sogra, nenhum dos três carregava uma cara boa, fiquei olhando pra porta esperando que o André passasse pela mesma, mas quem passou foi a dr.leandra, ainda sim continuei olhando, até que meu pai pegou na minha mão, e do outro lado minha sogra passava a mão pela minha cabeça.

Gabriella: gente que cara é essa? cadê o André?- ninguém falou absolutamente nada, apenas me olhavam com um cara de pena, o que está me deixando com raiva.- aconteceu alguma coisa com ele gente, fala!- continuaram em silêncio.

Dr.Leandra: então Gabriella, não tenho notícias nada boa pra você, bom primeiramente quero dizer que você está super bem, não fraturou nenhum osso, apenas lesões leves.- concordei prestando atenção nele.- já sua bebê... eu sinto muito.- neguei com a cabeça rindo.

Gabriella: você não sente nada porque ela tá aqui, eu sei que ela ainda está!- coloquei as duas mãos na barriga.- eu não acredito em você, Maria Clara é forte, ela suportou da primeira vez quando ainda era um feto, ela não iria me deixar assim não mesmo.- olhei pra cara de cada um e todos me olhavam com um olhar de pena sem falar nada.

Tikao: meu amor...- fechei os olhos sem acreditar no que estava acontecendo.

Gabriella: sai daqui.- abri os olhos e respirei fundo, mas todos continuavam ali.- SAI DAQUI TODOS VOCÊS, SAAAAI.- quando eu terminei de falar o choro veio pesado, de uma formar que eu não conseguir me controlar, mexi tão forte com o braço que o acesso do soro saiu do mesmo, a máquina que mostra as batidas do meu coração começou a apitar, minha respiração já estava numa situação incontrolável, e tudo que eu pensava no momento era porque não fui eu no lugar dela, não entendi porque Deus tirou ela de mim assim, e inexplicável a sentimento de vazio como se tivessem arrancado um pedaço de mim. Até que fui ficando fraca e minha vista foi apagando aos poucos.

Horas depois...

E mais uma vez eu acordando cheia se dor de cabeça, só que dessa vez eu já tinha a notícia horrível de que minha filha não está mais comigo, que eu não fui capaz de proteger a mesma dentro de mim, minha anjinha não aguentou a crueldade desse mundo e me deixou aqui sem entender o porquê disso está acontecendo comigo. Olhei para o lado vendo meu pai ali segurando minha mão, pela brecha da janela já mostrava o sol estalando, quando meu pai percebeu que eu já estava acordada, depositou um beijo na minha mão e eu fiquei olhando pra ele, até senti a vontade de chorar tomar conta de mim.

Gabriella: eu não entendo o porquê disso estar acontecendo, o que eu fiz de tão errado?- o mesmo levantou e me abraçou, e eu chorei igual a um bebê, apertei o o corpo do mesmo contar o meu, sentindo una dor inexplicável.- cade o André, porque ele não está aqui comigo?

Tikão: eu não sei, o André sumiu não deu notícia até agora.- pronto mais uma preocupação, parece criança também, nem ao menos pensa em mim, como sempre isso está me cansando de uma forma surreal.

Gabriella: ele sabe o que aconteceu?- o mesmo concordou o que me fez chorar mais ainda só me confirmando o que eu estou pensando, no momento em que eu mais preciso dele do meu lado cadê ele? As vezes acho que o André nem se importa tanto comigo como eu, me importo com ele, eu só queria sumir, pra nunca mais aparecer e me esquecer de tudo que aconteceu ontem, eu só queria está com a minha filha dentro de mim novamente, faria te tudo por isso.

Tikão: quer que eu entre em contato com ele? Peça para procurar ele?- eu neguei enxugando as lágrimas.

Gabriella: pra que? Sempre eu que tenho que procurar, tenho que me desgastar falando coisas óbvias como agora, ele deveria estar aqui do meu lado, eu perdi uma filha dele, e ele está aonde?- coloquei as duas mãos no rosto e me permi ti chorar por tudo, pela insatisfação com o André, pela dor da perda, pela dores que eu estou sendo, que não é NADA perto da que está dentro do meu coração, so fico pensando o tanto que eu já estava apegada nela, o quartinho da mesma já estava praticamente montado, eu já estava me acostumando ficar deitada de mal jeito, sem uma certa posição para ficar, com ela fazendo bagunça dentro de mim, a festa que ela fazia com a André falava um "a". Eu não consigo aceitar que ela se foi assim, por conta de uns seres humanos tão sem compaixão.

Tikao: eu vou mandar procurarem ele nem que seja no quinto dos infernos, mas esse filho da puta vai parecer.- o mesmo se mostrou estar estressado.

Deco: eu tô aqui!- o mesmo passou pela porta com a aparecia completamente abatida, parecia não ter dormido, quando olhou pra mim começou a chorar feito criança, fazendo minha raiva por ele sumir, me fazendo perceber que o mesmo apenas tentava fugir de alguma forma dessa situação.

Tikão: eu vou deixar vocês sozinhos.-se levantou e saiu.

Gabriella: vem aqui!- bati na cama ao meu lado, sentido as lágrimas caírem.

REFERÊNCIA .1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now