4 CAPÍTULO

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Deco

Desde que meu pai morreu, nada foi a mesma coisa, minha vida deu um giro de 360 graus, papo reto mesmo, nunca nem tinha cogitado a ideia de entrar pro tráfico, mas depois da morte do meu pai na primeira oportunidade eu me joguei de cabeça, no começo foi difícil pra caralho, com a minha mãe então, a coroa não queria aceitar de jeito nenhum, mas eu já estava certo do que eu queria é de qual seria minha vida daqui pra frente.

Comecei sendo aviãozinho, mais logo subi no conceito do chefe, na escola sempre fui o aluno nota 10, no crime não seria diferente, o chefe se aproveitou disso pra me botar na contabilidade, mas claro que nem tudo são flores, primeiro tive que assaltar um joalheria, foi aí que peguei minha primeira morte, não era pra ninguém ter morrido não, mas lembro até hoje que aquele filho da puta quis da um de brabão pra cima de mim, e na vida que eu levo o ditado é o seguinte, minha mãe ou a dele que vai chorar e é claro que eu prefiro que seja a dele!

Depois disso foi só tranquilidade, minha coroa já estava lidando com a situação melhor, aceitar de verdade ela nunca aceitou, mas foi levando, e quando eu menos esperava me vi atrás das grades, foi um dos piores momento da minha vida, mas o pior de todos mesmo foi ver meu pai morrendo na minha frente e não pode fazer nada. Eu ainda era de menor quando peguei cadeia então nem peguei muito tempo, o bagulho lá dentro e de verdade, papo de ficar maluco é tudo, mas Deus é bom o tempo todo, me fez sair antes do esperado, aí sim depois dali foi só tranquilidade e estamos aí até hoje firme e forte gerenciando quase todas as bocas do complexo do alemão.

Márcia: tá pensando em que em?- disse após me acertar com o pano de prato.

Deco: ih, qual foi mãe, ta gastando minha onda mermo, tô pensando em nada não po.- me levantei e fui até a cozinha mexer nas panelas.- tá cheiroso pra caralho isso aqui.

Marcia: sai, pode saindo.- falou braba, odeia quando eu mexo nas panelas dela.- quando tiver pronto eu te chamo, agora chispa da minha cozinha.

Deco: po mãe, mas eai quando é que vamos ver outra casa pra senhora mesmo?

Marcia: que outra casa a que André, já falei que não quero, essa conversa de novo?- venho falando isso pra ela já tem mo cota, mas quem disse que ela me ouve, desde que o pai morreu ela ainda insiste em ficar na casa, já eu na primeira oportunidade piquei meu pé, tudo aqui me lembra ele, qual foi não dá não.

Deco: a senhora que sabe, mas também sabe que não vou desistir né, quando quiser falar sobre estarei a sua disposição.- ela negou com a cabeça e eu fui pro quintal, as vezes até evito vir aqui, ela fica puta comigo, mas o que posso fazer? Bagulho é doido mesmo, é só eu passar do portão que sinto ele, as vezes é até bom, mas tem vezes que não po.

Uma coisa que não sou de usar muita é a droga, qualquer tipo mesmo, nem maconha eu consumo, difícil, mas muitas vezes quando saio daqui, não dá pra controlar não, já vacilei muito por conta da droga, por isso deu evitar mermo de vir aqui, mas tenho que vir e minha mãe, pô, a única que fecha dez a dez comigo, a única que eu sei que vai está ali, quando eu tiver na pior!

Falando nisso ela nem sabe do tipo, eu evito ficar contando essas paradas, é nem as dor de cabeça que eu trago pra ela, no final nunca da em nada mesmo, pai aqui tem 7 vidas mermo, como falam por aí vaso ruim não quebra fácil não po.

Subi pro terraço e acendi um baseado, tô falando pô é inevitável, só assim pra relaxar mesmo, ficar viajando na onde que ele da, até que é boazinha.

Marcia: BORA ANDRÉ, DESCE QUE A COMIDA TA PRONTA.- na mesma hora apaguei o baseado, já estava cheio de fome mesmo, desci quase correndo, nada melhor que comida de mãe, pô me amarro na da coroa mermo.

Entrei em casa e a mesa já estava até pronta, só sentei, coloquei meu prato, minha mãe ficou me olhando, já até sabia o por que.

Marcia: estava usando essas porcarias né André, o que, que eu já falei sobre isso, pelo menos aqui em casa não, respeita essa merda.- coloquei logo colherada de comida na boca, só pra não responder.- tu sabe que se seu pai estivesse aqui...- nem deixei ela terminar.

Deco: po mãe, não começa não, na moral mermo.- respirei fundo, cheio de ódio já, peguei o prato é me levantei, fui até a cozinha peguei um pote e sai jogando a comida de qualquer jeito mesmo dentro do pote, coloquei o prato na pia e peguei o pote.- se precisar de alguma coisa, manda me chamar, eu te amo.

Falei pra coroa que nem me respondeu, sai saindo de casa e fui direto pro casarão, ver se lá pelo menos eu tenho paz pra comer, quando cheguei cumprimentei os moleques, fui entrando, abri a porta, me deparando com a demonia da enfermeira sentada na sofá, isso só pode ser brincadeira com a minha cara, não é possível não moleque.

Deco: tá fazendo o que aqui caralho, filha da puta, tu é chata pra caralho, gosta de tontear a mente dos outros.- já faz uma semana isso pô, vem aqui todos os dias pra ver se eu tomei o remédio, e ver se os pontos tá secando como diz ela, mas porra tá chatona já.

Gabriella: já passou 30 minutos do horário, do seu remedio, voce tomou?- se levantou do sofá com as cartelas na mão, ela sabia que não ainda fica perguntando.

Deco: me da essa porra aqui, some da minha frente, antes que eu te desça a porrada, some!- na moral estou sem saco nenhum para ficar aturando essa mina.

Peguei as cartelas da não dela, e sai tomando um atras do outro foda-se. eu não sei o que essa garota tem, mas parece que gosta de me desafiar a filha da puta fica me olhando com maior ar de deboche.

Gabriella: só queria deixar claro que e meu último dia aqui, só não vale ficar com saudades.- riu, como se eu tivesse de brincadeira com a cara dela, peguei no rosto dela é pertei.

Deco: tu acha que eu estou de brincadeira né, desgracada.- continuou me encarando e revirou os olhos.- filha da puta- resnei de odio, ja estava doidinho pra meter a porrada em um mesmo.

Gabriella: ta me machucando, solta.- pegou no meu pulso e eu proximei mais meu rosto do dela.

Deco: fica de gracinha com a minha cara pra tu ver, nao preciso mais dos seus servisos nao, SOME!- como o ditado diz, quem tem cu, tem medo, mas acho que essa ali nao tem não, porque pegou as coisa dela e foi saindo sem pressa, quando chegou na porta ainda mandou um beijo, minha vontade era de pegar ela da uma lição, mas deixei passar.

REFERÊNCIA .1 (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now