70 - Se aproxima dele de novo que te deixo careca!

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Fico em silêncio, tentando digerir a nova informação. Percebi que Ingrid ia retomando pouco a pouco as forças, pois seus olhos, por mais que inchados, já estavam bem atentos a tudo.

- Essa MALUCA - diz Mahmoud, apontando para Ingrid - roubou o celular de Amora quando o alarme de incêndio tocou. Por isso a conversa amigável! Era tudo a porra de um plano!

Não, não era possível. Sabia que Ingrid era capaz de qualquer coisa para conseguir o que quer, mas aquilo era demais até para ela.

Não fazia sentido! O que achou que ia acontecer!? Será que cogitou que, com o término do meu casamento, o nosso voltaria? Pelo amor de Deus!

O máximo que teríamos seria o envolvimento de uma noite, e não por ele, e sim para magoar Amora. Sei que é errado e sujo, mas preciso ser sincero comigo mesmo.

- Isso é verdade, Ingrid? - pergunto, dirigindo a atenção à mulher que estava deitada nos braços de seu segurança.

Ela respira fundo e se desvencilha. Antes de descer, encara o rosto do homem e sorri de forma forçada.

- Está tudo bem, meu amigo. Deu errado... Não tem mais como voltar atrás.

Ingrid desce e se aproxima. Amora de coloca em minha frente, bloqueando sua passagem.

- Fala daí, senão vou ser obrigada a terminar de arrebentar sua cara!

Rocha dá um passo à frente, mas o encaro emburrado.

- Juro que se encostar nela, você é um homem morto. Não é ameaça, e sim aviso.

Ingrid o encara compassivamente, como se pedisse para ficar aonde estava.

- Eles tem razão, Henrique. Foi tudo planejado - suspira.

- E o que você achou que ganharia com isso, Ingrid?! Que voltaríamos?

- Sim, tinha esperanças disso. Apenas queria recuperar o tempo perdido. Te largar foi um erro que jamais poderei concertar.

- Você tem razão, Ingrid. Jamais mesmo! E mesmo se meu casamento chegasse ao fim, o nosso não teria chance alguma. Hoje em dia você se tornou um grande nada para mim. É como se nosso relacionamento tivesse acontecido em nossa vida.

Amora me encara, chorosa.

- E hoje tenho consciência de que encontrei o amor da minha vida! - me aproximo de Amora e dou-lhe um abraço - Essa mulher é tudo e mais um pouco. Não a trocaria por nada, nem ninguém. Muito menos por você.

Os olhos de Ingrid se enchem de lágrimas, mas ao invés de despeja-las, ela sorri amargamente.

- Você ainda vai mudar de ideia, Henrique. Juro! - dá uma risada - E vai se arrepender demais por ter me humilhado dessa forma - passa os dedos debaixo dos olhos, limpando as lágrimas que insistiam em descer.

- Mulher, tu precisa de uma terapia urgente! - diz Mahmoud, apavorado.

Meus amigos riem da afirmação, o que emputece ainda mais Ingrid. Ela encara Amora e sorri mais uma vez.

- Você venceu a batalha, mas a guerra ainda não chegou ao fim.

Amora se aproxima e a encara de forma desafiadora.

- Se aproxima dele de novo que te deixo careca! - ri da própria fala - Ah, fofinha - debocha - tenta a sorte.

Ingrid não responde nada, apenas dá de costas, anda em direção ao segurança, agarra seu braço e sai do local.

Os outros hospedes aplaudem a forma que o 'evento' da noite havia terminado, o que é até engraçado.

Todos voltamos ao quarto, incrédulos.

Doce como Amora ✔️Onde as histórias ganham vida. Descobre agora