25 - Agora Lázaro sabe da verdade

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HENRIQUE

Beleza, eu precisava manter a calma. Agora que Lázaro sabia da verdade, seria mais fácil lidar com toda aquela merda. Amora estava completamente transtornada, mas, de certa forma, era compreensível. Apesar disso, ela não era assim. A mágoa que sentia por mim era tão grande, que a transformava em uma versão um tanto quanto perigosa de sua personalidade, que não fazia ideia de que existia.

Ela estava prestes a sair quando seguro seu ombro e peço para não agir daquela forma. Ela me encara e me surpreende com a resposta. Na verdade, me decepciona. Não que me devesse algo, porque obviamente não devia, mas ela estava errada. Eu conhecia muito mais sobre ela do que imaginava.

Respirei fundo e, quando ela estava prestes a abrir a porta, falo.

— Você gosta de dormir de conchinha quando está chateada.

Ela se vira e me encara, de braços cruzados. Lázaro vai até a porta e fica de frente à maçaneta, para impedir sua saída.

— Passa a língua nos dentes quando quer me provocar. Ri de coisas sem graça e adora se enfiar em situações perigosas — aponto para meu próprio corpo — e guarda ressentimentos.

Um silêncio desconfortável toma conta do local e, antes que qualquer um dos dois abrisse a boca para falar algo, continuo.

— Você fica muito engraçada e sincera chapada, — dou um sorriso malicioso — é extremamente carente bêbada e — solto uma risadinha — gosta de ficar por cima. Ah, quer fazer direito, mas ainda não tem certeza, por conta do seu pai.

— Chega Henrique, já entendi o que está querendo fazer. — diz Amora, ainda emburrada e de braços cruzados.

— Ah, e queria se manter virgem até o casamento, mas se entregou àquele filho da puta do Lucas. Sinto muito por ter sido babaca que nem ele, juro que não queria te magoar daquela forma. Agi sem pensar.

Ela faz um bico para segurar o sorriso, mas sei que minhas palavras a conseguiram amolecer.

— Está mais calma, Amora? — Lázaro pergunta, ainda de frente à porta.

— Sim, Lázaro, estou — pega um vestido cor de prata que estava pendurado na arara de roupas que tinha ali e se veste — eu vou embora.

— Quer que eu te leve? — pergunta Lázaro, emburrado. Ele estava muito chocado com tudo aquilo, mas não julgo, eram muitas informações para serem digeridas ao mesmo tempo.

Meu amigo sempre esteve acostumado com a monotonia, e sempre o invejei por isso. Agora ele estava metido nessa bagunça provocada por mim e Amora, e se via sem saída. Sei disso porque o conheço como ninguém. Precisaríamos ter uma conversa séria depois que Amora saísse dali.

— Não precisa. Estou com meus amigos e, pelo horário, já devem ter terminado o que estavam fazendo. Pode ficar tranquilo, não vou parar no palco novamente. — sorri maliciosamente. Lázaro estava assustado por conhecer aquele lado de Amora. Para ele, a garota jamais se tornaria uma adulta.

— Nem foder com um qualquer? — pergunta Lázaro, de braços cruzados.

— Isso eu não garanto — sorri, andando em direção a porta.

— Amora... — Lázaro arqueia uma das sobrancelhas.

— Tá bom, Lázaro. Vou evitar, fofinho. — sorri — Posso sair agora?

Lázaro sai do caminho e ela volta à festa, sem olhar para trás.

Assim que fecha a porta, encosto meu corpo na parede e escorrego até o chão, olhando para cima, enquanto tentava segurar o choro.

Doce como Amora ✔️Onde as histórias ganham vida. Descobre agora