41 - E o que nós vamos fazer?

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NARRADOR

Igor estava completamente desnorteado pelas palavras da filha. Ela nunca havia agido dessa forma, o que o deixou com um terrível sentimento de culpa no peito. Amora devia gostar mesmo do Elioth..., e como pai, ele tinha que aceitar. Querendo ou não.

Depois que a garota saiu do apartamento, Igor não demorou muito para decidir o que fazer. Seus exemplos péssimos nos últimos anos haviam feito com que Amora tivesse nenhum respeito por ele, e aquilo o magoou de uma forma indescritível.

Após ouvir aqueles xingamentos e acusações, Igor decidiu que era o momento de tentar corrigir alguns erros do passado. Mais especificamente, o pior deles.

Igor começou um relacionamento muito cedo com Larissa e aquilo, em certos momentos, pesava demais. Ele queria ter tido mais experiências, mas ao invés disso, teve que se entregar cedo à vida de pai. Não que ele odiasse isso, mas gostava de ser livre, mesmo que ao lado de sua namorada, que agora é ex-esposa. Talvez tenha sido isso, juntamente ao seu caráter duvidoso quando se trata de mulheres bonitas, que tenha o feito caminhar pelo caminho da traição.

Sabia que tinha agido errado com sua ex-esposa. Igor tinha 100% de noção de suas atitudes repulsivas, e se arrependia disso. A verdade é que ele amava Larissa, mas amava mais ainda sua liberdade. O problema, é que o tempo passa... E momentos também. Igor acabou ficando só, sem a pessoa quem mais o valorizou desde sempre.

O problema, é que foi só ali, naquele momento, que ele enxergou que nada daquilo fazia sentido. Mulheres estranhas, momentos vazios... Igor já tinha provado da fonte do amor verdadeiro e deixou passar. Quais eram as chances de poder tomar um novo gole?

Foi pensando nisso que ele decidiu arriscar. Foda-se que era improvável ela ao menos querer ouvi-lo. Ele precisava muito tentar. Se Deus e o universo estivessem ao seu lado, quem sabe conseguiria uma chance de tentar recomeçar do 0 aquele relacionamento que um dia teve tudo para dar certo, não é mesmo?

Deu uma olhada nas redes sociais da ex-esposa, viu que já estava em casa. Era um ótimo sinal. Pegou uma cambuca com um pouco de caldo, pois sabia que o de cebola era o favorito de Larissa, e foi.

O nervosismo tomava cada vez mais conta de seu corpo de acordo com a proximidade que estava de sua antiga casa. Assim que chega no local, sente como se seu coração fosse sair pela boca. "Será que estou agindo certo?", se questionava.

Fez questão de afastar os pensamentos ruins, estacionou o carro em frente a garagem de Larissa e, com a respiração irregular, foi correndo à porta de entrada. Pediu a Deus que tudo desse certo e, em seguida tocou a campainha.

Após alguns minutos, quando estava quase desistindo de ficar ali, Igor ouve passos vindo em direção a porta. "Não tem mais como voltar atrás", pensou.

Assim que a maçaneta gira, o coração do homem acelera de uma forma que não pensava ser possível. Assim que se abre, sem dúvidas o espanto maior foi de Larissa.

A mulher estava vestida de moletom, com um coque no alto da cabeça e era provável que havia sido acordada pelo som da campainha.

- O que você está fazendo aqui, Igor? - Pergunta, com os olhos arregalados - Está bêbado?

- Não, Larissa, não estou bêbado. - Levanta a cambuca - Trouxe caldo de cebola para você. Podemos conversar? - sorri envergonhado.

- Pensei que tivesse deixado claro o fato de não querer que você pise aqui novamente - empurra a porta, mas Igor consegue segurá-la.

- Larissa, eu preciso conversar com você.

A mulher o encara, revira os olhos e dá meia volta, andando em direção a cozinha.

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