6 - ELA É FILHA DO IGOR

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HENRIQUE

Amora estava completamente embriagada e, sinceramente, jamais imaginei vê-la daquela forma. Igor saiu com a morena da recepção e, provavelmente passará a noite fora. Portanto, tudo indicava que o filho da puta me deixou sob responsabilidade da alcóolatra mirim. Ótima forma de terminar a noite de uma sexta-feira.

Quando a vi cambaleando enquanto se levantava da cadeira, logo imaginei que aquilo poderia dar algum tipo de merda. De certa forma, não estava errado. Até andei em sua direção, mas preferi voltar à mesa e observá-la de longe, sempre alerta caso fosse necessário agir.

Músicas animadas começaram a tocar e, pelo que parecia, a garota sentia as melodias percorrerem todo seu corpo. Deu um nó na ponta do vestido e resolveu dançar da forma mais sexy que conseguia. Até o tal do Lucas largou de sua nova companheira, Mônica, para observá-la.

Era incrível como cada movimento aparentava ser ensaiado. Amora parecia pisar em nuvens. Fiquei hipnotizado durante alguns minutos, mas minha consciência deu um soco na boca do meu estômago. Repeti para mim mesmo inúmeras vezes a frase "ELA É FILHA DE IGOR", o que ajudou a manter o foco no que realmente importava: evitar que a garota fizesse alguma merda, como tirar a roupa ou subir pelada em alguma mesa.

Assim que percebeu seu pretendente a encarando, Amora parou de dançar, veio mancando em direção à mesa e sentou-se no meu colo. Estava completamente confuso e transtornado com a situação, o que me deixou imóvel durante alguns segundos.

Quando finalmente decidi a agir, a menina dá um apertão na minha coxa e cochicha no meu ouvido.

- Não se assuste! Não vou lhe devorar - dá uma risada.

- Você só pode ter perdido completamente a noção, né? - cochicho - Pelo amor de Deus, se seu pai te ver no meu colo dessa forma, não vai me deixar vivo para saber que a filha dele é uma maluca.

- Larga de ser idiota! - me encara - Estou querendo deixar Lucas com ciúmes, e acho que está dando certo.

Olho sobre seu ombro e encaro o garoto. Ela tem razão: Lucas estava sentado, nos olhando, com a cara emburrada. Era impressionante como a mente desses moleques funcionam..., o cara estava agarrando uma qualquer há alguns minutos, mas quando viu Amora com outro, age dessa forma.

- Já conseguiu o que queria, certo? Agora, por favor, tem como sentar na cadeira? - Paço, segurando uma possível ereção. Por mais que não quisesse me sentir daquele jeito, ela precisava entender que se tratava de um homem ali.

Amora revira os olhos, me dá um beijo no canto da boca e se levanta, mas perde o equilíbrio e vai ao chão.

- Puta que pariu, agora vão pensar que estou me aproveitando de uma pirralha bêbada - digo, enquanto lhe ajudo a levantar.

- Larga de ser imbecil, Henrique! Caí porque estou com o pé machucado, não porque estou bêbada - dá um soluço.

- Estou vendo que está super sóbria - enquanto se apoia em meus ombros, a seguro pela cintura.

- Henrique, não vou mentir. Meu pé está doendo para um caralho a quatro. Vou pegar mais um drink e você me leva para casa? - diz, arrastando as palavras.

- Só pode estar de sacanagem comigo, né? - esbravejo - Já não basta teu pai me dar trabalho, agora é você? Óbvio que não vai beber, porra! - digo, a levando à saída do evento.

- Porra Henrique, você não é meu pai! -revira os olhos - Me solta! - desvencilha-se do meu corpo, e vai mancando até a mesa de drinks.

- Tem razão. Isso não é problema meu - dou de ombros e vou para o corredor .

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