14 - Estava falando dos gemidos dele

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AMORA

Passei o dia ignorando os olhares de Henrique. Sei que nossa madrugada foi marcante, mas já que fazia questão de agir daquela forma, sem problemas. Eu faria pior ainda.

Se tem uma coisa que me irrita é o fato de me tratarem como criança por ser uma recém maior de idade. É como se minha maturidade só fosse chegar quando estivesse beirando os trinta. E era evidente que Henrique me olhava dessa forma. Por mais que fosse uma mulher feita, comprometida com as coisas que faço e mandasse bem na cama, ele me tratava feito uma adolescente rebelde. Isso era insuportável. 

Mas sem problemas, afinal, a vida segue. Nunca precisei de aprovação de homem algum, e agora não seria diferente. Que fosse Henrique ou o Príncipe da Inglaterra, não vale a pena o esforço. O sexo foi bom, mas, sem dúvidas, minha estadia foi breve. Naquele dia, cheguei à conclusão de que realmente fingiria que nada tinha acontecido. Não que fosse minha vontade, mas ele agir daquela forma me fazia chegar a conclusão de que realmente era necessário deixar para lá.

Aquele expediente foi longo e cansativo. Muitas ligações e documentos para assinar. De qualquer forma, comemorei quando seu fim chegou. Passei na sala de meu chefe para avisá-lo que estava indo embora e recebi uma resposta um tanto quanto provocativa. Sem duvidas Henrique era um homem confuso e não estava disposta a mergulhar naquele novo mundo.

— Estou indo embora, chefe — entreabro a porta, enfio a cabeça e falo, em tom baixo.

— Vê se não coloca música alta hoje. Não quero ter que ir ao seu apartamento novamente — Sorri, maliciosamente.

Por Deus, o que será que ele estava pensando? Não podia me tratar como fez pela manhã e agir daquela forma. Respirei fundo. Já que era assim, iria entrar em seu joguinho, só que de uma forma diferente da que ele imagina.

— Pode ficar tranquilo, não terá música alta, mas sobre gemidos... — passo a língua nos dentes, debochando — não posso garantir a mesma coisa.

O homem me encara maliciosamente, logo chegando à conclusão de que o suposto barulho seria feito por nós dois. Ah, como aquilo seria engraçado. Entro silenciosamente na sala, tranco a porta e ando até a sua mesa.

Henrique me encara, de braços cruzados.

— Sabe que sua presença aqui, principalmente com a porta trancada, não é nada apropriada. Se alguém perceber, vai dar uma merda do caralho. Pior ainda seria se isso chegasse aos ouvidos de seu pai.

— Relaxa, chefinho! Serei breve aqui  — sento sobre a mesa, de pernas abertas, expondo a calcinha de renda rosa que havia escolhido para o dia.

Henrique encara minhas intimidades expostas e respira fundo, com certo olhar de orgulho.

— Sabia que você não resistiria — sorri, se achando.

Solto uma forte gargalhada, o que deixa o homem bastante confuso.

— Ah, meu Deus. Henrique, por favor — rio mais um pouco, colocando a mão sobre a barriga — nada mais vai rolar entre nós dois!

Henrique me encara confuso, tentando entender aquilo tudo.

— Cara, você me trata como uma adolescente mal criada e isso me irrita tanto! — reviro os olho — Você decidiu que foi a única e última vez e eu concordei. Não que vá deixar de te provocar vez ou outra — sorrio — mas não vou mais extrapolar. Fique tranquilo.

O homem me encara mais confuso ainda, tentando entender que, já que não seriam dele, de quem seriam os gemidos que mencionei anteriormente.

— Antes que me pergunte, convidei Roger para passar a noite lá em casa. Estava falando sobre os gemidos dele — levanto e saio, sem olhar para trás.

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