65 - Ingrid, pare de se humilhar

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- Não estamos juntos porque EU te dei um fora! - diz, orgulhosa.

- E o foda-se? Foi a melhor coisa que me aconteceu. Chorei na época, mas percebi que a porra de um peso saiu da minha vida. Tanto que pouco tempo depois fiquei rico! - dou uma gargalhada - Quem se fodeu foi você, que me trocou por um velho broxa por conta de dinheiro. Agora está aí, correndo atrás sabe-se lá de que! - aproximo meu corpo do seu - É sério que, em algum momento dentro dessa sua mente perturbada, achou que eu trocaria uma mulher maravilhosa como Amora por você? Pelo amor de Deus, coloque-se em seu devido lugar!

Ingrid perde a compostura e dispara um forte tapa em meu rosto. O estalo ecoa pelo cubículo, e poucos segundos depois, a luz volta. A mulher aperta o botão que faz a porta abrir e sai batendo os pés.

Antes de realmente partir, nos encara e sorri , com lágrimas nos olhos.

- Vocês vão se arrepender amargamente disso! - esbraveja.

- Estou louca por esse momento! - ironiza Amora, enquanto a porta se fechava.

Quando ficamos sozinhos novamente, ela me encara e não consegue esconder o sorriso.

- Você pegou pesado.

- Ela merecia ouvir isso e mais um pouco. Precisava ser colocada em seu devido lugar - dou de ombros.

- Ótima resposta, gafanhoto - sorri, dando-me um abraço apertado.

O elevador estaciona em nosso andar e, em clima de lua de mel, partimos para meu quarto. O resto da viagem tinha de tudo para ser mágico.

NARRADOR

Ingrid estava transtornada e não deixaria aquela humilhação passar barata. A situação no geral era absurda e o fato de ser jogada para o escanteio por alguém que ela havia descartado era absurdo. Não, ele não tinha aquele direito.

Acontece que Henrique não fazia ideia das coisas que tinha passado quando resolveu o deixar para ficar com kenzo. Não foi por amor, muito pelo contrário. Precisava de grana, e tinha em mente que, em algum momento, voltaria a ficar com o ex-marido. Apenas conquistaria tudo que precisava antes.

O problema é que Kenzo Leroy era um homem surtado. Seu ciúme era possessivo... a palavra que o resumia bem era "abusivo". Gostava de vigiar cada passo de Ingrid e, por mais que seja difícil de acreditar, chegou a contratar um segurança para acompanha-la para todos os lados. O Rocha, que com o tempo acabou se tornando seu amigo e confidente, foi fruto desse medo de perde-la.

A questão é todos ali a julgavam, sem saber nem um por cento de sua história. Ingrid apanhou de todas as formas possíveis daquele filho da puta, chegando a ter que implantar quatro dentes por conta de um soco na boca que levou. Tudo que vivenciou a tornou uma mulher fria, que faz de tudo e mais um pouco para conquistar seus objetivos.

E foi assim que seu querido marido veio a óbito. Comprou um veneno potente para rato e colocou em seu café despretensiosamente. Se lamentou por muito tempo por conta de sua escolha, mas foi necessário. Ingrid precisava viver, e com a presença daquele filho da puta, aquilo seria impossível.

Seu único erro foi esperar demais. Mas é que nunca pensou que seria capaz de matar alguém, até porque, não foi criada para isso. Tal atitude nunca esteve presente nos ensinamentos que recebeu de seus pais.

A questão é que também nunca foi ensinada a apanhar calada.

De qualquer forma, era o momento de recuperar o tempo perdido, e as pessoas que ficaram para trás. Henrique era seu maior objetivo e o prêmio a ser conquistado. Ela não só queria, como precisava daquilo para provar que conseguiria viver novamente, mesmo com os danos que aquele filho da puta do Kenzo havia lhe causado.

Doce como Amora ✔️Where stories live. Discover now