"Você tem é medo de se apaixonar, isso sim. Mas tudo bem, não vou insistir. Vá la consolar seu amiguinho colorido e volta logoooo!" Responde, claramente alta "Beijo!"
"Já já estamos saindo daqui, noivinha. Beijo, se cuida!"
Ela desliga o celular e avista Rafael em uma dessas lojas de óculos escuros, ao lado de uma joalheria famosa. Ela vai até ele, já dando risada. "Combinou com você" Júlia comenta, observando ele colocar os óculos enormes de aros verde-limão. Ele ri.
"Obrigado. Acho que vou levar pra usar nas minhas reuniões de trabalho, o que acha?"
"Perfeito. Estiloso" Brinca, pegando um de mesmo modelo, só que laranja, e colocando no rosto. "Acho que vou levar esse pra combinar. A gente pode usar quando formos fechar o contrato com a labrador oficialmente"
Rafael imediatamente tira os óculos. "Que?"
Júlia acha estranhamente adorável a expressão chocada do empresário. "Que o que?" Se faz de desentendida.
"V-Vocês vão...?"
"Se toda a documentação chata e burocrática que eu pedi estiver nos conformes..." Ela revira os olhos, sorrindo enquanto coloca os óculos de volta na prateleira. Então volta a fitar Rafa. "...O investimento provavelmente é de vocês"
Ele sorri como uma criança com brinquedo novo e Júlia da risada da empolgação do rapaz, apenas se interrompendo quando ele a abraça, pegando-a de surpresa.
"Obrigada, Júlia! Meu Deus, eu nem sei o que dizer!"
Ela sorri mais pra si mesma quando se recupera, mas logo volta a erguer as barreiras e provocá-lo quando se afastam. "O que, ta achando que eu facilitei só porque você deixou de ser tão intragável?! Eu sou profissional, ok?" Diz, fazendo Rafa rir e colocar as mãos no bolso.
"Eu não esperaria nada menos de você"
"O mérito é de vocês, bobo. O Bruno ta encantado com a empresa. Existem grandes chances da Labrador dar certo e crescer muito no Brasil. Mas gostaria de lembrar que eu disse 'provavelmente', viu? Não prometo nada"
"Ta bom" Ele segue com o maior sorrisão. "De qualquer forma, independente disso... obrigada pelo dia. Você... Até que consegue ser legal quando quer" ele provoca de volta.
"Você também" os dois riem "Vamos?"
Eles seguem para a saída do shopping e Júlia se sente tão grata quanto ele por aquele dia, que com certeza foi muito melhor do que teria sido ao lado das meninas. Ela só não entende porque fica tão feliz em ter melhorado o humor do empresário ou porque passou a se importar com ele tão rapidamente, mas decide convenientemente ignorar essa parte,
Assim como o quentinho insistente em seu peito durante todo o caminho de volta ao hotel.
•••••••••••••••••••
Eles haviam voltado para o hotel relativamente cedo, com a intenção de pedir um jantarzinho em casa mesmo pois estavam todos bem cansados depois de quase um dia inteiro de praia. A maresia realmente tinha o poder de deixar todos molinhos, ainda mais com tanto tempo de exposição, e eles ainda tinham ido dar uma volta pela Quinta Avenida, uma das ruas comerciais mais famosas de Cancun onde fizeram várias comprinhas, principalmente de lembrancinhas de viagem para levar para as famílias.
Felizmente quando chegaram Rafael já estava lá, e parecia um pouco diferente, porém tranquilo. Ele explicou que tinha ido resolver a questão da mala e depois passado no shopping para comprar algumas peças que haviam sumido no extravio e 'algumas outras coisas'.
O grupo acabou pedindo o jantar e comendo cedo, contando animadamente as aventuras do dia a Rafael, que tentava ao máximo ser simpático e interagir com seus filhos, principalmente. Ele gostava muito de crianças, Kyra sabia, e tinha muito jeito, tanto que os dois já gostavam dele também.
Quando finalmente acabou, Alan se prontificou a lavar os pratos e Tarantino a secar, enquanto Kyra e Bia tiravam a mesa e guardavam as sobras na geladeira e as crianças se distraíam com Rafael. Já haviam inclusive escolhido o filme que iam assistir - os dois não se esqueceram da promessa, mesmo que Kyra tivesse certeza de que os dois dormiriam antes de chegar na metade do longa. Ao terminar de guardar as coisas, ela foi até eles e Rafa perguntou se podia falar com ela um minuto. Bia se ofereceu para ajudar os meninos a se aprontarem para dormir enquanto isso e os dois foram para a varanda conversar.
"Oi Rafa... Ta tudo bem? Estranhei seu sumiço hoje, você saiu meio do nada"
Ele da um sorriso de lado. "Eu não queria atrapalhar a programação de vocês, mas ta tudo bem sim. Eu... Além do shopping, eu comprei umas coisinhas aqui na lojinha do hotel também"
Só então Kyra nota que ele está segurando uma sacolinha laranja, característica da loja de lá. Ela franze o cenho, surpresa, e ele estende a sacola em sua direção. "Pra você"
Ela aceita, agradecendo e tirando o pacotinho branco lá de dentro, Ela aos poucos abre, tomando cuidado para não rasgar muito, e então se depara com quatro chaveirinhos temáticos de Cancun.
Cada um deles tinha um nome gravado.
Priscila, Isabella, Henrique e Arthur.
Ela abre e fecha a boca, pega completamente desprevenida.
"Isso é..."
"É" Ele sorri "Quando eu vi os nomes... Eu não resisti. Não sei se você ainda lembra ou se mudou de ideia sobre isso, mas..." Rafa da de ombros "Eu sempre fui apaixonado pela vida que sonhamos juntos, Kyra. E lembro como você também era. No nosso primeiro encontro, ou melhor, reencontro" os dois dão uma risadinha "Você deu a entender que ainda tinha os mesmos sonhos. Não sei se você tava falando disso, mas saiba que eu ainda quero tudo isso com você, do mesmo jeitinho que queria anos atrás."
Ela sorri, tocada pelas palavras do moreno. Rafa era mesmo um príncipe. Ela nem acreditava que ele ainda lembrava dos quatro nomes, mesmo após todo esse tempo...
"Claro que eu lembro, Rafa. Eu continuei nutrindo esse sonho durante todos esses anos..." Ela se interrompe, se lembrando bem a tempo da mentira "Bom, praticamente todos esses anos né... Que coisa linda."
O sorriso dele se alarga. "Eu pensei que um dia a gente pode dar pra eles, contando que foi nessa viagem que a gente se reaproximou. E que Cancun virou um lugar especial pra gente."
"Eu amei, obrigada" Ela segue sorrindo, mas então um questionamento vêm à sua mente. "Mas... E se nascerem quatro meninas ou quatro meninos?"
Rafa parece meio sem graça diante do questionamento, mas logo ri de leve. "Ah, aí a gente vê o que faz." Ele se aproxima pegando o rosto de Kyra em suas mãos e depositando um beijo em seus lábios, delicado.
Ela não fica exatamente satisfeita com a resposta, mas força o questionamento pra o fundo da mente, Aquilo nunca havia incomodado ela quando ela planejava a vida perfeita ao lado de Rafa, não seria agora que ela ia deixar isso atrapalhar.
Mas a verdade é que, quando ela voltou à sala para assistir ao filme com seus dois pequenos - que como previsto, logo dormiram no seu colo - ela sabia que ainda estava ali. Como uma pedrinha no sapato, um incômodo pequeno mas não tão fácil assim de se livrar.
Ela só não sabia ainda o que isso significava.
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• just go with it •
RomanceKyra Romantini sempre teve um talento particular para se meter em problemas, e dessa vez não foi diferente. Uma enorme confusão envolvendo a aliança da falecida esposa de Alan faz Kyra se ver obrigada a inventar uma falsa família para tentar reconqu...
• you come around and the armor falls •
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