Após o almoço chegar e eles finalmente conseguirem comer, quase três horas da tarde, os dois terminaram o primeiro filme de Mamma Mia! e decidiram emendar o segundo. No começo do primeiro Kyra estava mais agitada, cantando todas músicas com entusiasmo e mal conseguindo ficar sentada mas, já após a refeição, o cansaço pareceu ter batido. Ela permitiu que seu corpo relaxasse ao lado do de Alan no sofá, enquanto cantarolava baixinho junto com o advogado. Kyra não era a pessoa mais afinada do mundo - longe disso, na verdade - mas tinha algo no timbre dela que o loiro gostava muito. Ele podia facilmente ouvi-la desafinar o dia todo sem reclamar.
Quando o quadro de Donna surgiu na tela, Alan sentiu a garganta se fechar um pouco, inevitavelmente. Resolveu, então, se adiantar. "Olha Kyra... Não liga se eu me emocionar não, ta? É que eu lembro muito da minha mãe assistindo esse filme."
"Imagina, Alan. Eu também vou chorar muito, mas no meu caso vai ser só pela personagem mesmo. Eu sou muito manteiga derretida" Ela confessa, e os dois trocam sorrisos "Sua mãe gostava?"
"Amava. Mamma Mia! e Abba" Ele sorri, nostálgico. "A gente assistiu ao primeiro juntos: Eu, ela, a Alexia e o vovô. Nós quatro sempre amamos musicais"
"Da Alexia e do seu Ignácio eu sabia, mas vocês dois é novidade" apesar de não pausar, Kyra parece focar nele e deixar o filme de lado, que agora exibe a cena da formatura. "Na verdade eu acho que não sei nada sobre a sua mãe"
"Ela era uma mulher incrível. Muito doce, super artística, amava cantar. Era madrinha da Alexia, e as duas eram muito parecidas. Mamma Mia! foi um dos últimos filmes que vimos juntos, e ela ficou completamente apaixonada. Era fã da Meryl, a favorita dela era The Winner Takes It All. Ela teria amado o segundo, e eu com certeza já lembraria dela só por isso, mas ainda tem toa a carga emocional do filme..."
"E fala justamente de uma perda dessas, né?"
"Exatamente. Fora que ela me lembrava muito a Donna, então pega bem lá no fundo, sabe?"
Kyra assente. "Sei sim. Eu sinto muito, Alan, de verdade. E oh, meu ombro ta aqui se precisar chorar, viu?" Oferece, doce "Dizem que eu sou boa em consolar as pessoas. Normalmente não do jeito clássico, mas eu sempre acabo falando alguma besteira e dão risada da minha cara. Não é o ideal, mas pelo menos ajuda"
Alan ri. Era impressionante como mesmo uma conversa dessas ficava mais leve quando envolvia Kyra. "Obrigado"
"Imagina. Ela parece ter sido uma mulher incrível. E fez um ótimo trabalho criando o filho, viu? Com certeza estaria orgulhosa"
O coração do loiro se aquece com aquelas palavras e o pensamento que as seguem é tão natural que ele o externa sem nem sentir.
"Ela teria amado você"
"Sério?" A decoradora parece genuinamente surpresa, mas logo volta ao tom de brincadeira costumeiro, apertando os olhos "Ela gostava de pessoas estabanadas?"
"Ah, sem dúvidas ela ia rir muito das suas trapalhadas" Ele confessa, já deixando o riso solto escapar só de pensar nisso "Mas não é só por isso não. Ela teria amado esse seu jeito energético, leve, extrovertido, carinhoso... E com certeza teria feito verdadeiras performances com você assistindo aos filmes"
"Ah, eu ia amar! Mas sabe o que eu ia gostar ainda mais? Ver ela vingando o Tarantino e me contando todas as suas histórias constrangedoras de criança"
"Nossa, ela com certeza faria isso!" ele balança a cabeça em negativa, gargalhando.
"Vou ter que me contentar com a Alexia mesmo, né? Mas tudo bem, ela com certeza sabe ótimas histórias. E o que importa é te deixar todo vermelho de vergonha"
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• just go with it •
RomanceKyra Romantini sempre teve um talento particular para se meter em problemas, e dessa vez não foi diferente. Uma enorme confusão envolvendo a aliança da falecida esposa de Alan faz Kyra se ver obrigada a inventar uma falsa família para tentar reconqu...
