• just go with it •

• put your lips close to mine, as long as long as they don't touch •

"É... Mas eu ainda preferia estar em Cancun com a Kyra"

"E eu no Rio com a Alexia" Renzo ri "Mas negócios são negócios"

"Você não disse que ela veio passar uns dias aqui?"

"É, mas bem rapidinho. E foi correndo pro sítio ver o seu Ignácio, avô dela... Mas a gente vai passar o final de semana juntos. E eu devo ir pro Rio semana que vem por uns dias, mas não se preocupa que qualquer problema com a obra eu volto correndo"

"Tranquilo, sem problemas. Você também tem direito a férias, relaxa. Mas  e aí, o cara deu notícias?"

"Antes de você voltar, ele mandou mensagem dizendo que já estava chegando. Aliás ele e a advogada"

Rafael revirou os olhos. Era tudo que ele precisava agora.

"Ta brincando... Sério isso?" Renzo assentiu, já prevendo onde aquilo ia dar, mas Rafael não conseguia evitar. "Advogado? Eu não to acreditando nisso"

"Advogada"

"Que seja, não importa! Advogado, advogada, tanto faz, é só dor de cabeça!""

"Rafa, deixa de implicancia. É melhor você parar..."

"Não é implicância, é a realidade, Renzo. Eu entendo que as vezes é necessário, mas pra uma reunião dessas?  Pra que, só pra complicar tudo? Porque cê sabe que é isso que eles fazem, né?" ele aponta o dedo pra o amigo, gesticulando como se isso de alguma forma ajudasse a provar um ponto "É só isso que eles fazem, advogado só faz complicar as coisas, incluir clausula em contrato e deixar tudo mais chato, lento e burocrático, é impressionante! E sempre se achando os donos da razão! Eu já to até vendo a dor de cabeça que essa advogada vai..." Ele se interrompe ao notar o rosto de Renzo, de repente contraído e de olhos arregalados fixados em algo que não era Rafael.

Merda.

"Ela ta atrás de mim, não ta?"

"To sim" Ele ouve a voz feminina, perto demais para estar respeitando qualquer espaço pessoal, e imediatamente se vira para encará-la. O movimento faz com que eles fiquem mais próximos do que o aceitável socialmente, mas não de uma forma positiva, e sim... desafiadora. Rafael estava constrangido, obviamente, porém a mulher de pele absurdamente clara e penetrantes olhos azuis parecia determinada e obviamente ofendida – mas nem um pouco intimidada. "E é bom saber que essa é sua opinião sobre nós advogados, senhor Rafael Guimarães"

Mesmo sendo apenas um pronome de tratamento e seu nome, a mulher à sua frente havia dito com tanto deboche que Rafael quase se sentiu ofendido. Irracionalmente. Ele segue congelado, num misto de vergonha, constrangimento, incômodo e irritação. Então aperta os olhos.

"Sinto muito que você tenha se ofendido" ele finalmente diz, e então abre um sorriso um pouco forçado "Não é pessoal."

"Percebi" Ela ergue as sobrancelhas, e não faz menção alguma de se afastar. "Mas não deixa de ser desagradável. Ou de contar como ponto negativo na avaliação da empresa de vocês. Afinal, o que me garante que as coisas na Labrador são feitas de maneira legal se um dos principais sócios parece se opor a algo tão básico e necessário quanto assistência jurídica? Me pergunto que tipo de contratos vocês fazem desse jeito. É possível levar a sério uma empresa assim?"

Rafael engole em seco. Ele sabia que tinha falado demais e feito uma grande bobagem, mas também estava muito claro que a advogada estava pegando pesado propositalmente. Ele sabe que deve se desculpar e tentar a todo custo reverter a visão péssima que causou, mas algo nela o deixa... Incomodado. Seu lado irracional está doido para provoca-la de volta, e apesar de ser completamenre irracional, ele acredita que provavelmente o teria feito se Renzo não tivesse finalmente intervido.