34 - Beleza, aquilo foi surpreendente

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Henrique garantiu que nenhum dos dois aguentaria segurar o ciúme por muito tempo. Ela queria acreditar, mas era difícil. Dani ficava pensando em como seria sua vida hoje em dia caso não tivesse a estúpida ideia de se mudar para o exterior.

A realidade é que se Eli a tivesse pedido para ficar, ela ficaria sem pensar duas vezes. Mas ele sempre apoiou seus sonhos incondicionalmente, o que era admirável. Dani até o convidou para ir junto, mas Eli já estava há tanto juntando dinheiro para em fim cursar Direito, a faculdade de seus sonhos, que seria egoísmo demais de sua parte. Ela aprendeu da pior forma que nem tudo gira ao seu redor.

Seu amigo tinha ido para o quarto dormir e, por mais que Igor estranhasse o casal não querer tirar um cochilo juntos, Dani não se importava. Ela precisava daquele tempo sozinha, mesmo que no sofá.

"Talvez fosse mais fácil se tivesse ficado nos Estados Unidos", ela pensava. E provavelmente seria, mas ela gostava de novos desafios. Retomar sua vida anterior seria um dos maiores, o que a atraiu de uma forma indescritível. Ela gostava de pensar que era o destino fazendo com que ela reencontrasse o amor de sua vida. Mas porra, quais eram as chances de ela retornar e encontrar seu ex-namorado quase noivo da amada de seu melhor amigo? Aquilo não fazia sentido. Às vezes a vida gostava de lhe pregar algumas peças, mas aquela foi de muito mau gosto.

Ela ficou um tempo olhando para o teto, pensando nos filhos que poderia ter, e nos bichos que eles teriam adotado. Antes de partir, Dani e Elioth tinham uma gata chamada Jordana. A bichinha ficou com sua mãe, e ainda era viva. Assim que tivesse oportunidade, iria visita-la.

Não que a prioridade seja o animal, mas Dani não se dá muito bem com sua mãe. Dona Maria sempre deixou muito claro que não apoiava a escolha da filha de negar a proposta de entrar na faculdade de publicidade para correr atrás de uma possível carreira de atriz no exterior. Talvez ela estivesse certa, afinal, o mercado nessa área é muito difícil. Ela até conseguiu alguns bicos, mas nada de muito interessante. Dani era no máximo a vítima de um serial killer em alguma série CSI. Era frustrante, mas ela encarava o desafio. Fazia de tudo para estar mais perto de seu sonho.

Agora ela estava envergonhada de contar à sua mãe que sua ida não tinha dado certo. Seu pai a apoiaria, mas dona Maria jogaria na sua cara que aquela havia sido uma péssima escolha. Mas apesar de tudo, Dani não se arrependia. Ela sabia que não seria a metade do que era hoje se não tivesse virado sua vida de cabeça para baixo.

Depois de um tempo, ela conseguiu dormir. Infelizmente o sono não foi bom. Sabe aquela sensação de piscar e quando abre os olhos se passaram horas? Então..., era exatamente o que havia acontecido.

Igor havia saído com a tal Júlia. Pelo visto o sexo era bom, porque sinceramente, era difícil lidar com a personalidade daquela mulher. Mas Dani não se importava, afinal, não era de sua conta.

Eram cinco horas da tarde quando despertou, e percebeu que Henrique ainda estava dormindo. Como uma boa amiga, logo se encarregou da difícil missão de acorda-lo, para que pudessem comer alguma coisa e beber até o cu fazer bico. Sim, eles tinham enchido a cara no dia anterior p, mas ambos concordavam que se divertiam muito mais embriagados. Era o único momento que conseguiam falar sobre outra coisa que não fosse Amora e Elioth.

Ela foi andando rapidamente até o quarto e encontrou seu amigo seminu jogado, babando como um bebê com dentes prestes a nascer. Era uma ótima cena para ser gravada e usada para chantageá-lo no futuro, mas infelizmente o celular de Daniele estava sem bateria.

— Ei, Henrique — se jogou ao seu lado — acorda! Vamos comer e detonar nosso fígado.

— Me deixa, caralho — resmungou.

Doce como Amora ✔️Onde as histórias ganham vida. Descobre agora