33 - A doida da calcinha

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- Bom, você não teria passado tanta vergonha se não fosse tão estupida com desconhecidos, não acha? - Pergunta Dani, levantando-se e vindo em minha direção.

- E quem é você? - A loira coloca a mão na cintura, aguardando uma resposta para saber se poderia ser grossa ou não.

- Essa aqui, Júlia - puxo Daniele pela cintura, colando nossos corpos. Nesse meio tempo, ouço o barulho da porta, mas não me importo. Meu maior objetivo naquele momento era constranger aquela escrota da namorada de Igor -, é a Daniele Vitter, minha namorada.

A loira revira os olhos e encara Igor.

- Cara, eu vou embora - se aproxima dele, bufa e vai em direção ao quarto.

Quando finalmente decido olhar para a entrada do meu apartamento, percebo que quem havia feito o barulho com a porta era Amora.

Ela estava usando uma calça jeans clara folgada e uma blusa preta apertada com um pequeno girassol desenhado no meio. A garota parecia ter saído de uma revista de roupas vintages. Por mais que odiasse admitir, ela estava muito linda.

- Ah... - Amora se aproxima - então quer dizer que vocês dois realmente estão namorando? - pergunta, demonstrando mais interesse que o normal. Aquilo me causou algumas borboletas no estômago.

Daniele percebeu que aquela pergunta havia me desconcertado, então decidiu tomar a frente e responder por mim.

- Sim, estamos. Começamos de verdade ontem a noite! - Dá um sorriso forçado.

Igor aproxima-se da filha e, durante alguns minutos, havia esquecido de sua presença ali. Amora realmente conseguia me deixar completamente fora do eixo.

- Caralho, Henrique! Nunca pensei que nessa vida o veria namorando. Qual foi a última vez que gostou de alguém? Há treze anos? - Perguntou, referindo-se a Ingrid, minha ex-esposa.

- Não - sorrio e encaro Amora, que agora me olha fixamente, aguardando ansiosamente por uma resposta - antes de Dani - aperto sua cintura - gostei de uma mulher há dois anos... Até teria dado certo, mas eu acabei surtando por conta de meus sentimentos - olho diretamente nos olhos de Amora - me arrependo muito por isso - sorrio amargamente - mas não tem como voltar no tempo.

- E agora estamos juntos! - Diz Dani, tentando disfarçar o clima quase palpável entre Amora e eu. Ela sabia da história, então não seria um problema..., já Igor, não podia nem sonhar. Só Deus sabe o que aconteceria comigo.

- Fico feliz por vocês - Diz Amora, com lágrimas nos olhos. A garota forçou um sorriso, mas era visível como minhas palavras haviam mexido com seus sentimentos.

- O que houve, Amora? - Pergunta Igor, percebendo as lágrimas que estavam prestes a descer dos olhos da filha.

- Estou com uma alergia horrorosa - passa a mão embaixo dos olhos -. Mas não vim aqui para saber sobre a vida amorosa do Henrique, e sim para avisar que não vou passar essa noite em casa, portanto, não precisa se preocupar.

Igor pretendia dirigir a palavra para mim, mas ficou incomodado com o que sua filha havia falado.

- Vai dormir na casa do Elioth? - Pergunta Igor, já emburrado.

- Não. Vou à boate com Ava, minha colega de turma da faculdade. Já que Helena e Mah se mudaram, preciso de novos amigos. Uma mulher como eu - aponta para o corpo, me fazendo aguar ainda mais em suas curvas - não nasceu para viver de relacionamentos.

- Ah, sem problemas minha filha. - Igor sorri. Era perceptível como a ideia da filha estar longe de Elioth era boa para ele. Meu Deus, da onde surgiu tanta raiva pelo rapaz?

Antes que a conversa terminasse, a tal da Júlia surge do quarto com uma bolsa e anda emburrada até a porta, sem ao menos se despedir de Igor.

Assim que a porta se fecha, todos nós nos encaramos e caímos na gargalhada, até mesmo Igor. Meu Deus, era cada namorada que meu amigo arrumava, que só jesus. Pelo menos essa era menos pior que a doida das calcinhas.

Sei que as pessoas têm fetiches, e isso é normal. Gosto é gosto, e quem sou eu para falar algo, certo? O problema é que ela simplesmente era doida por calcinhas comestíveis, o que deixava Igor MUITO desconfortável. Principalmente devido ao fato DELE ter que usar as peças, e não ela. O relacionamento não durou muito tempo, mas me provocou boas crises de riso.

Antes de ir embora, Amora me encara mais um pouco, olha para cima, respira fundo, se vira e sai. Sua reação novamente me trouxe borboletas no estômago. Como o Henrique de dois anos foi burro em ter se mudado e perdido a oportunidade de ter aquela mulher ao seu lado. Por isso, naquele momento, percebi que seria capaz de virar o mundo de cabeça para baixo para tê-la de volta.

Doce como Amora ✔️Where stories live. Discover now