• my hands are shaking from holding back from you •

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"Você adorava quando eu te provocava" Ele diz, pousando o guardanapo na mesa e a colher em cima para não sujar.

"É, eu gostava sim" Ela aperta os olhos "Na verdade... Ainda gosto"

E então antes que se dê conta, ela já havia passado o pincel de tinta branca na bochecha do mexicano, dando risada. Alejandro parece chocado por alguns segundos e, Luna sequer sabe porque fez aquilo – não era muito do seu feitio, sempre tendendo a ser mais responsável e sensata... Mas o moreno trazia uma leveza pra ela que a fazia quase voltar a infância. Era bom até demais e muito, muito fácil se deixar levar.

"Ah, é?" Ele parece mais recuperado, fingindo indignação e começando a andar em sua direção de forma falsamente ameaçadora, fazendo Luna recuar alguns passos, ainda rindo "Pois agora eu vou pegar pesado também!"

Ele avança em direção a um dos rolos de tinta enquanto Luna tenta fugir, mas o mexicano é rápido. Não demora até que ele a alcance, puxando-a pela cintura e a girando, o que faz os dois gargalharem. Quando ela fica de frente pra ele de novo, os dois tentam se acertar com os objetos de pintura ao mesmo tempo que se esforçam para desviar um do outro em meio a risadas, protestos e gritinhos de indignação. Luna vai inconscientemente dando passos pra trás quando tenta desviar, e com Alejandro segurando-a firme pela cintura, ele acaba sempre indo junto, mantendo os corpos colados. Não é diferente quando ela acidentalmente pisa em falso em um dos materiais de pintura e acaba se desequilibrando, o que resulta nos dois caindo no chão.

"Cê ta legal?" Alejandro pergunta em meio aos risos, e Luna segue gargalhando, praticamente em cima do rapaz.

"Eu to ótima, pirulito" Ela passa o pincel em seu nariz, finalmente acertando o local de sua vingança, o que o faz fechar os olhos em derrota, ainda sorrindo. Quando ele abre os olhos de novo, Luna para de rir e sente seu corpo todo arrepiar. Ali nos braços daquele garoto impossivelmente lindo, do sorriso cativante e todo melado de tinta, a mexicana se sente mais em casa do que quando colocou os pés de volta em Cancun ou do que jamais se sentira em São Paulo. "Fazia muito tempo que eu não me sentia tão bem" ela deixa escapar numa voz rouca.

Ela sabe que não foi a única a sentir a mudança no clima pois o jeito que Alejandro a olha naquele momento é de uma adoração única. Gabi tinha razão: aquilo não havia mudado. Nunca mudou. E mais ninguém no mundo jamais olhara pra Luna daquele jeito.

Ele aos poucos ergue seu rosto, se aproximando, e apesar da parte racional de Luna gritar que aquilo era uma má ideia, ela se pega presa no magnetismo do mexicano, sendo puxada em direção a ele por algo... intangível. Uma química surreal, imparable, que a fazia esquecer toda e qualquer racionalidade.

No momento em que seus narizes roçam um no outro, seu celular toca no bolso, o que a tira daquele transe. Ela se afasta num pulo, puxando o aparelho de dentro da calça e levantando meio desajeitada. Alejandro também levanta, ainda ofegante e com uma expressão de cachorrinho abandonado que quase faz Luna jogar o celular longe e pular em seus braços. Quase.

"É... é a Kyra. Eu... vou atender" Ela diz, atordoada. Alejandro assente.

"Eu... Vou lavar o rosto e voltar pra cozinha" Ele sorri "Não demora muito que já já o almoço ta pronto"

Ela assente e respira fundo enquanto o moreno sai em direção ao banheiro, tentando acalmar seu corpo – principalmente respiração errática e as batidas descontroladas do coração – antes de atender a ligação da amiga.

• just go with it •Where stories live. Discover now