24 - Porra, Henrique! É a Amora!

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Mas de boa. Era meu aniversário e precisava aproveitar. Enquanto estava sentada bebendo alguns drinks, não pude deixar de prestar atenção na conversa entre dois homens de terno.

- Porra, Túlio! Não acredito que ela deu para trás logo agora! Quem vai fazer o show?

- Caralho, eu não faço ideia. Estamos fodidos, o nosso superior estava aguardando ansiosamente por isso. Seria um show surpresa!

Estava na fase em que a bebida me deixava totalmente sem vergonha, então fui até eles e me apresentei.

- Queridos, - passo a mão de forma sedutora na gravata de um deles - foi inevitável ouvir a conversa de vocês e... - dou um sorriso - sou dançarina de Pole Dance profissional. Hoje é meu aniversário e estou com tédio. O que acham de me presentearem com um show? De graça, é claro.

Os homens se entreolham, dão de ombro e me chamam para uma sala no andar de baixo, próxima ao palco.

A produção me oferece várias opções de roupas, mas prefiro dançar com minha langerie. Já que estava prestes a fazer um show, que fosse inesquecível para quem estivesse vendo.

Escolhi a música que representava meu humor naquele momento. Seria uma forma de enfim tirar Henrique de dentro de mim.

NÃO PERCO MEU TEMPO MAIS!

Era ótimo sentir a música me conduzir naquela barra de ferro. Os movimentos surgiam naturalmente no meu corpo. Aquilo era uma delícia. Melhor ainda, era perceber que o público parecia hipnotizado com minha dança.

Quando a música estava prestes a terminar, sinto mãos fortes agarrando meus braços e me puxando para fora do chão. Que porra era aquela? Olho para os lados e percebo que de um lado estava Lázaro e do outro Henrique. Puta que pariu, quem eles pensam que são para me tirarem dali daquela forma? Eu já tinha idade o suficiente para tomar minhas decisões.

Me debato até o momento em que chegamos em um dos camarins e, quando finalmente me soltam, os encaro, irritada.

- Que porra vocês pensam que estão fazendo?

- Tem como você se cobrir? - Henrique pede, evitando olhar para o meu corpo. Aquilo era engraçado, nem parecia que havia me chupado até a língua não aguentar mais há duas semanas.

- Amora, você está ficando louca? Se teu pai te vê nesse palco, ele surta! E depois morre! - Diz Lázaro, enquanto jogava uma toalha que estava pendurada na porta do banheiro em minha direção.

- E aonde ele está nesse momento? - me enrolo - Fodendo uma qualquer, né? Porra, Lázaro. Ele não se importa.

- Para de ser infantil, Amora! - diz Henrique, finalmente olhando nos meus olhos. Suas feições estavam abatidas, era evidente que minha apresentação havia o provocado.

- Disso você entende, né? - pergunto, enquanto me apoio na parede.

- De que porra vocês estão fazendo? - Lázaro pergunta, impaciente.

Encaro Henrique e engulo em seco. O efeito do álcool sobre mim era tão forte que sequer lembrei que Lázaro não fazia ideia de nosso pseudo relacionamento.

- Nada! Não estamos falando de nada! - diz Henrique, passando as mãos no rosto.

- Vocês acham que sou otário, né? Porra, dá para ver nos teus olhos, Henrique... - encara o amigo - você está possesso de ciúmes dessa garota - aponta para mim - que porra está acontecendo?

É, estávamos fodidos. Não tinha mais como mentir.

- A gente fodeu, se é isso que você quer saber. - encaro os dois e ando em direção ao banheiro que tinha ali.

- Henrique, você tem merda na cabeça!? Caralho, você tem idade para ser o pai dela!

- Você não tem ideia de como me odeio por ter feito isso. Me sinto sujo!

- Não parecia que se sentia assim enquanto me chupava. - dou um sorriso malicioso - Não mesmo.

Lázaro me encara, de olhos arregalados.

- Cara, você pensa que sou o que? Uma criança? Faça-me o favor, né? - dou uma gargalhada.

- Henrique... - ele se aproxima do amigo - Não vou te julgar. Se ela está agindo assim comigo aqui, quem dirá quando vocês dois estavam sozinhos.

- Porra, esse é o ponto! - diz Henrique, em tom de desabafo - Eu estou surtando com essa merda, Lázaro! Surtando pra caralho! Você pensa que é só sexo? HÁ, HÁ, HÁ. Antes fosse.

- E não é? - cruza os braços.

- Não, cara. Eu estou apaixonado por essa maluca.

- Está apaixonado mas fode com outra! - rio - Você é um pau no cu do caralho!

- Eu estava confuso em relação aos meus sentimentos! Porra, Amora, eu não faço ideia de como lidar com isso!

- Porra, você está apaixonado? Puta que pariu... Você!? - pergunta Lázaro, confuso.

- Ele tá mentindo. Apaixonado porra nenhuma, só queria me comer! Mas não julgo! - Jogo a toalha no chão e dou uma volta, expondo meu corpo - Sou gostosa pra caralho.

- Meu Deus, Henrique! Meu Deus! Desculpa se te julguei em algum momento. Essa garota é uma capeta! -diz Lázaro, espantado.

- Amora, para! Eu não estava mentindo, e você sabe disso. Você também fodeu com outros nesse meio tempo. Não seja hipócrita.

- Outras também - sorrio, maliciosamente. Queria provocá-lo, e pelo visto, estava conseguindo com maestria.

Os dois ficaram desnorteados com minhas atitudes, o que foi bem engraçado. Quando estava prestes a sair, Henrique segura meu ombro e vira meu corpo em direção ao dele.

- Amora, você não é assim. Não precisa disso.

Dou um sorriso psicótico e me aproximo, de braços cruzados.

- E quem você pensa que é? Meu namorado? - dou uma risada - Você não me conhece de verdade, Henrique. Essa sou eu! E foda-se. Foda-se você e você - aponto para ele e Lázaro em seguida. Eu vou voltar à festa e foder com primeiro que aparecer, e isso é problema meu.

Eu precisava muito extravasar a raiva que estava sentindo naquele momento, nem que fosse daquela forma. Já não me importava mais com porra nenhuma, então tanto faz.

Doce como Amora ✔️Where stories live. Discover now