17 - Tinha que ser com esse filho da puta?

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HENRIQUE

Aquele fim de madrugada com Amora me deixou desnorteado. Tanta coisa para falar naquele momento, por que diabos a afirmação de que ela seria minha tinha que sair? Não faz sentido... Eu não queria isso. Ou queria? Meu Deus, eu sou uma confusão do caralho!

Nossas provocações têm sido divertidas, mas não existe nada além disso. Por mais que o papo seja bom, não posso esquecer que Amora é filha do meu melhor amigo e nossas idades têm quinze anos de distância. O fato de ter dormido com ela novamente já era horrível o suficiente, criar sentimentos então... Seria como assinar meu atestado de óbito. Sem dúvidas Igor iria me matar. O sexo era maravilhoso, mas talvez nem valesse tão a pena.

Normalmente esse tipo de coisa não me perturbaria tanto, afinal, tenho uma grande trava quando se trata da parte sentimental. Mas naquela situação estava sendo diferente, e eu sabia disso. Quanto mais tentava deixar para lá, mais vontade de se aproximar surgia. Até que cheguei à conclusão de que teria que tomar a difícil decisão de me afastar. Seria complicado, afinal, só conseguia pensar em como seus lábios em formato de coração se encaixavam perfeitamente aos meus. E pior: em como seu sorriso alinhado era gostoso de ser apreciado.

Cheguei no escritório antes de todos. Precisava de um tempo a sós para pensar. Liguei o ar-condicionado, me recostei sobre a poltrona creme que tinha no canto e fechei os olhos. A porra da primeira imagem que veio à minha mente foi Amora me encarando com aqueles olhos azuis hipnotizantes enquanto dançava no meu colo.

Respirei fundo e dei um leve soco na lateral de minha poltrona. Aquilo não poderia estar acontecendo... porra, era a filha do meu melhor amigo! Levantei novamente, espreguicei o corpo e sentei em frente ao meu notebook. Precisava me concentrar de alguma forma.

Liguei o aparelho e, quando percebi, estava navegando nas redes sociais de Amora. Pelo visto, a garota era bem ativa na internet, e na vida social. Por mais que não falasse de amizades especificas, vez ou outra postava fotos em bares e boates. Inclusive, enquanto rodeava sua timeline, descobri que, naquela segunda-feira, ela iria em um pub com uma tal de Helena, para comemorar sabe se lá o que.

Sei que aquilo não deveria me incomodar, mas foi inevitável. Não me importava de saber que Amora sairia, e sim com o fato dela estar disponível para ficar com quem quisesse... ou pior, ela poderia levar alguém para casa e... ah, não gosto nem de imaginar. Caralho, o que estava acontecendo comigo???

Fechei a tela de meu notebook e repeti para mim mesmo, em voz alta.

"Henrique, você não se envolve sentimentalmente com ninguém, principalmente com uma garota quinze anos mais nova que você". 

Olhei para o teto e me joguei para traz naquela maldita poltrona. Porra, o destino me odeia para um caralho. Tantas por aí, por que ela?

A voz da razão gritava dentro de minha mente para deixar a situação de lado, mas meu coração queria outra coisa. Sem duvidas estava ficando louco.

Ali, enquanto sentia algo parecido com ciúmes, percebi que realmente precisava levar minha decisão de deixar toda essa merda de lado a sério. Amora era um assunto passado a partir daquele momento.

***

O dia estava calmo e não fui perturbado durante todo o período da manhã, o que ajudou bastante a colocar minha mente no lugar.

Saí do escritório por volta de meio dia e percebi que Amora não estava em sua mesa. Provavelmente já estava em seu horário do almoço. Bom, como sei que os funcionários costumam fazer suas refeições no refeitório do segundo andar, preferi ir a um restaurante ao lado da empresa.

Doce como Amora ✔️Onde as histórias ganham vida. Descobre agora