dezessete | aithne

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A I T H N E

O suave plim soou no elevador. Virei minha cabeça para o lado, olhando de relance para o homem caído no chão.

— Vamos começar... — percebi ele estremecer no lugar, e um sorriso cresceu em meus lábios. — , isso será interessante.

Me agachei na altura do homem que me olhava com um ódio estampado no rosto, mas seus olhos me mostravam o medo que ele sentia. Segurei seu queixo com uma das mãos, apertando as unhas em sua pele como uma ameaça clara.

— Me siga. — ordenei, olhando no fundo de seus olhos.

Assisti suas pupilas pulsarem uma vez, em sinal da compulsão.

Levantei e passei por uma camareira no corredor que observava minha situação com uma expressão assustada. Meu vestido estava com furos, uma lembrança de que os seguranças ousaram atirar em mim. E minha boca, bem, eu sentia o sangue seco manchar tanto meus lábios quanto meu queixo.

Tanto o homem quanto Kyros seguiam atrás de mim. Entrei em um quarto que parecia não estar ocupado no momento, pegando uma cadeira próxima e posicionando-a no meio do quarto.

O tempo todo, Kyros havia apenas me observando, eu senti sua atenção sobre mim a cada segundo. Isso era desconcertante, mas ainda sim, eu não me fechava para o sentimento que subia por meu corpo e me deixava ofegante.

Quando eu matava aqueles humanos, os seguranças, os poros de Kyros liberavam um aroma especial para mim. Respirei fundo, como se ainda conseguisse sentir aquele resquício de excitação fascinante.

Me virei para os homens, olhando especialmente para aquele em que eu queria matar. Eu queria matar Kyros, mas neste momento eu olhava para o homem baixo ao seu lado.

— Pode se sentar ali — apontei para a cadeira. — , não tenha medo, sou uma ótima anfitriã.

O homem vai se sentar no lugar como um bom cachorrinho treinado, seu corpo todo não consegue esconder o quão apavorado ele está se sentindo.

— Como? C-como consegue m-me compelir? Eu t-tomo a poção...

— Sério? — bufei, voltando a ficar na sua frente. — Sou uma tribrida, achou mesmo que uma simples poção poderia me impedir de fazer algo?

Rolo os olhos, avisando para o homem não se mover do lugar. Olhei para o outro lado do quarto, vendo Kyros usar o telefone do quarto, fazendo um pedido para a outra pessoa da linha que não dou atenção.

— Então...

Eu rodeei o humano, passando o dedo por seus ombros e apertando um deles. Cercando-o como uma predadora, observei ele com uma careta de desgosto. E Kyros, agora observava de longe.

— Um passarinho vermelho me contou que os caçadores andam importunando os seres sobrenaturais, assim como moscas varejeiras. — Kyros solta uma leve risada. — Sendo assim, eu decidi que já passou da hora dessa raça ser exterminada do planeta...

Eu parei na frente dele, refletindo por um segundo.

— Os caçadores, quero dizer, não as moscas.

Volto para o homem, ficando novamente atrás de seu corpo, passo meus dedos por seu cabelo e puxo sua cabeça para trás. Deixo meu olhar cair pelo pescoço dele, e percebo os olhos arregalados dele.

— Acho que é melhor você contar logo tudo que sabe. — Rosnei com as presas de fora.

— C-certo, certo. — Ele respirou fundo, medo evaporando de seus poros. — Os caçadores não me pagam o bastante para lidar com esse tipo de coisa... Eu não sei onde eles estão, mas, acabei escutando que o segundo cara no comando dos caçadores estará na cidade ao lado. Eles precisam de dinheiro para armas, então estão procurando por investidores ricos que conhecem sobre esse universo.

StygianWhere stories live. Discover now