Um colar mágico, disfarces, um romance de vilões, inimigos em comum...
Eu tenho um plano para seguir, um legado para cumprir.
O colar perdido da família é o que preciso para ter o controle.
Se eu precisar usar disfarces e me forçar a ter paciência...
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O céu se encontrava cinza, com nuvens carregadas cercando todo lugar ao nosso redor. Uma tempestade parecia vir em direção a onde estamos. É, precisamos sair desse lugar logo.
Após ter bebido whisky o suficiente para se sentir mais leve, cambaleou levemente até o elevador, e quando entrou no quarto, sua vontade era de se jogar na cama e hibernar, mas lutou contra o desejo e trocou a roupa por um pijama confortável, para aí sim cair na cama. E de maneira involuntária, seus sonhos foram invadidos por um homem de olhos verdes. Não me lembrava muito do sonho, mas aquelas orbes verdes eram inesquecíveis de certa forma. No entanto, no sonho, as íris oscilavam entre um verde floresta e um vermelho sangue vivo.
Mesmo sem se lembrar muito, sabia que o sonho foi estranho.
Talvez estivesse um pouco bêbada...
O vampiro estava ao meu lado enquanto esperávamos o motorista voltar com o carro. Uma sensação de estar sendo vigiada passou por meu corpo, me fazendo endurecer no lugar. Essa atenção era diferente daquela que o homem ao seu lado lhe direcionava, essa era mais, raivosa. Meus olhos fitaram minha volta pela visão periférica, parando em um homem acabado que olhava para nós dois com um ódio visível.
Mas que porra...
— Você está vendo isso...? — Murmurei para ele ao meu lado.
— Sim.
O vampiro manteve seus olhos no homem que estava do outro lado da rua, assim como eu.
O homem do outro lado encarava os dois sem nem mesmo disfarçar, suas mãos fechadas em punhos ao lado do corpo. Sua camiseta estava suja de terra e rasgada em algumas partes, sua calça amarrotada e destruída nas barras. Até mesmo seu rosto estava sujo. Ele parecia ter vindo de uma guerra. Meus olhos seguiram o movimento da língua dele que saiu para fora, lambendo os lábios, como se estivesse vendo uma presa...
Porra!
Antes que eu possa falar qualquer coisa para o vampiro de olhos verdes, o homem desarrumado corre em minha direção com uma velocidade sobrenatural, me segurando pela garganta e me empurrando na parede de cimento do beco que estava localizado ao lado do hotel.
O ar foge de meu corpo conforme ele aperta minha vias respiratórias com força.
Droga. Droga. Droga. Droga.
Minhas mãos vão para o braço do homem, arranhando sua pele, algo que não surge efeito nenhum no ser sobrenatural. Eu poderia usar meus poderes de lobisomem, isso se o trauma da morte de meus pais não tivesse feito as minhas malditas habilidades ficarem inativas. Meu colega de viagem vampiro aparece para ajudar, tirando ele de cima de mim e o jogando para fim do beco. O homem se recupera facilmente, se levantando com os olhos famintos de um predador. Ele pega um pedaço de madeira que estava ao seu lado, quebrando no meio e jogando uma das metades no estômago do vampiro, me surpreendendo. O vampiro cai sentado no chão, se encostando na parede, sua mão segurando na madeira para retirá-la. Enquanto isso eu estou de joelhos nas pequenas pedras do chão, minha mão segurando minha garganta enquanto eu recupero o fôlego.
