dezesseis | kyros

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K Y R O S

— Precisamos ir.

Fechei a porta atrás de mim e caminhei até a sala de estar para esperar Aithne.

Demônios haviam comentado sobre um homem que tinha conhecimento sobre os caçadores, que conversava com eles. Esses caçadores eram desleixados e não tomavam cuidado com seus movimentos. Um bando de adolescentes brincando de matar sobrenaturais.

Ouço os passos da mulher chegarem à sala antes de sua presença. Aithne passa por mim e respiro fundo quando seu perfume a acompanha, deixando um vestígio de sua existência para trás. Ela entra no banco do passageiro sem uma palavra, parecendo ansiosa para matar alguém. Percebo suas mãos se fechando em punhos para em seguida se abrirem, Aithne repete o movimento repetidamente.

Quando o motor do carro vibra e saímos do castelo, não consigo evitar de olhar para a mulher ao meu lado.

Aithne Arshyen era bonita, isso ele não podia negar, óbvio, mas toda aquela energia de mocinha que ajuda a todos... isso já não era tão atraente. Já Aithne Whitewood Delamort, essa sim era uma peça de arte. Minha admiração por ela tinha sido amplificada quando ela matou os guardas da academia Kolthdrys sem nem mesmo pensar duas vezes. Aithne não se preocupava em manter a fachada de boa moça agora. Ela tem uma expressão pensativa no rosto, mas seus olhos brilham como se ela fosse o mal encarnado.

Qualquer um que olhasse para Aithne, saberia que não se deve brincar com ela, isso está explícito em seu rosto.

A maneira como ela anda pelo cômodo, como se possuísse o lugar. Quando uma pessoa tem noção de suas qualidades e dispõe de uma boa autoestima, isso faz com que os outros percebam, isso chama atenção como uma grande estrela cadente brilhosa. E Aithne é assim. Aithne não apenas sabe o quão atraente é. Ela não precisa que os outros a fiquem lembrando de suas qualidades a todo momento. Qualquer um pode concordar que há algo nela fascinante, como se ela tivesse ganhado a beleza dos deuses.

— Você sabe que eu poderia nos teletransportar facilmente, não é? — Sua voz me traz de volta à terra. Olho para ela de relance. — Você mesmo consegue fazer isso com um estalar de dedos.

— Não tenha pressa, querida. Vamos ter um pouco de diversão esta noite, tenho certeza disso...

Aithne grunhiu em seu assento, balançando os pés impacientemente.

As luzes do cassino apareceram em nossa frente, as luzes brilhando em cores vermelhas. Pessoas entravam pela porta como se estivessem no próprio tapete vermelho.

Saio do carro e apareço do outro lado, abrindo a porta para Aithne antes que ela tenha a oportunidade. Ela segura minha mão para sair do carro, tomando cuidado para não pisar no longo vestido vermelho escarlate. O tecido fino e leve abraça suas curvas, e as pequenas finas tiras mal seguram seus seios, que estão sendo levemente exibidos com o corte profundo do tecido, o qual acaba no meio de sua barriga.

Jogando a chave do carro para um demônio que está como manobrista, dou a ele um olhar de aviso. Ele irá queimar no inferno se algo acontecer com meu carro.

Seguro Aithne pela cintura com um braço, e fecho o terno preto com a outra. Andamos pelo carpete da entrada, observando as pessoas nas mesas, alguns homens velhos apostando dinheiro que provavelmente não tem, outros idosos que deveriam estar em um asilo, seguram mulheres com idades para serem suas netas, pela cintura.

Acho o homem que procuro, e indico ele com a cabeça para a mulher ao meu lado. Andamos em direção a mesa, parecendo um casal rico despreocupado. Várias pessoas influentes estão em volta da mesa de aposta, e um deles é aquele que procuramos. O homem em si parece tão hipnotizado pela roleta que não repara em mais ninguém em sua volta.

StygianWhere stories live. Discover now