dez | aithne

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Um casal de alunos passou por mim como se estivessem sozinhos no corredor

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Um casal de alunos passou por mim como se estivessem sozinhos no corredor. Mãos aqui, apalpadas ali, bocas se movendo pelo corpo... Estavam tão envolvidos um com o outro, que foi como se eu fosse um fantasma.

Neguei com a cabeça enquanto continuava meu caminho.

Já era de madrugada quando os alunos começaram a voltar para a academia, alguns mais bêbados do que outros. Então, decidi aproveitar que alguns dos guardas estariam ajudando os estudantes a chegarem em suas camas em segurança, para finalmente sair do quarto. Estava usando a mesma roupa de antes, poderia cuidar disso depois.

O beijo de Kyros havia me desnorteado por alguns minutos, isso não poderia negar. Cheguei ao meu quarto um pouco fora de órbita, mas com certeza não deixaria isso ficar no meu caminho. Tudo que aconteceu com Kyros foi uma diversão e um contratempo. Não importava o quanto um simples beijo havia mexido comigo e meus sentimentos — sentimentos que eu nem mesmo sabia que ainda existiam. Eu sabia que, com o beijo, algo se encaixou como um quebra cabeça. Mas isso eu pesquisaria depois.

— Os alunos não são permitidos a ficarem caminhando pelos corredores a essa hora, senhorita.

Me viro para o homem, um segurança da academia Kolthdrys.

— Estou apenas indo buscar algo para comer na cafeteria. — Expliquei casualmente.

Os estudantes podiam ir para a cafeteria ou o pátio a qualquer hora do dia. Eles com certeza não proibiriam os alunos de comer.

O homem me observou por alguns segundos, um tanto quanto receoso comigo. Homem esperto. Enfim ele acenou com a cabeça, voltando a sua patrulha da noite.

Respiro fundo, continuando meu caminho sem nenhuma interferência dessa vez. Andei calmamente pelo lugar, não estava com muita pressa agora. Tudo que eu precisava fazer era pegar meu colar, e sair dessa academia, nada muito difícil.

Acabo passando pelo corredor do outro dia. A mesma pintura parece me chamar, querendo que eu olhe para o quadro e preste atenção nos detalhes, nas expressões faciais do casal na pintura. Eu sentia como se tivesse um sinal em vermelho no quadro, me forçando a olhar para lá. Mas eu ignoro tudo. Continuo a andar normalmente pelo carpete, como se não existisse nenhum quadro ali.

Eu não podia perder o controle.

Viro uma esquina, parando em um canto escuro, com uma janela com vista para mais árvores. Me encosto na parede e respiro fundo, alongando meu pescoço para ambos os lados. E com os olhos fechados, foco no poder do colar. Sabia que qualquer outro ser sobrenatural conseguia sentir pelo menos uma faísca do poder da jóia. Mas nenhum deles sentia a conexão que eu sentia.

Sinto como se minha alma saísse do corpo, caminhando pelos corredores sem fazer barulho e passando despercebida. Passo por corredores, indo para a direita, para a esquerda, esquerda novamente, até que finalmente para em uma porta dupla de madeira vermelha escarlate escura.

StygianWhere stories live. Discover now