Um colar mágico, disfarces, um romance de vilões, inimigos em comum...
Eu tenho um plano para seguir, um legado para cumprir.
O colar perdido da família é o que preciso para ter o controle.
Se eu precisar usar disfarces e me forçar a ter paciência...
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— O que você gosta de fazer no tempo livre? Presumo que tenha vários hobbies.
Eu tinha uma latinha de refrigerante na mão — novamente —, bebericando a bebida de vez em quando, enquanto o observava com curiosidade. Ele estava respondendo minhas perguntas, isso era um bom começo.
— Andar de moto. — Responde sem pensar duas vezes.
Um vinco se forma entre minhas sobrancelhas. Andar de moto? Isso com certeza não era o que eu estava esperando.
— Ah, não. Isso é muito anticlimático. — Bufo. — Você é um vampiro, deveria gostar de, não sei, pintar, tocar piano, escrever poemas, empalar pessoas... Algo mais, vampiresco talvez?
Ele me observa, seus olhos brilhando com diversão.
Vampiros muitas vezes tinham hábitos desatualizados, e ideias antiquadas, mas parecia que esse a minha frente era bastante atualizado e moderno. O que, novamente, me deixava intrigada. Ele era como um cálculo de matemática complicado. Tenho vontade de desvendar todas essas camadas que ele aparenta ter, e descobrir o verdadeiro vampiro.
Isso era no mínimo curioso.
Eu havia conhecido muitas pessoas sobrenaturais ao longo da vida, vários bastante reservados, tanto como esse à minha frente. Mas nunca antes fiquei tão curiosa sobre alguém. Sentia como se algo em meu interior ansiasse por descobrir tudo que ele escondia e deixava no escuro.
Segredos eram como sombras. Ficavam escondidas no escuro, esperando o momento certo para se revelarem. E eu, assim como muitos, era curiosa sobre as criaturas que se escondiam na névoa.
— Sendo assim, você não deveria estar em sua forma lupina, correndo pela floresta e uivando para a lua? — Rebate ele, me tirando da confusão de pensamentos.
Lanço um olhar ameaçador semicerrado para o vampiro que me olha engraçado.
— Touche, vampirinho. — Ergo minhas mãos em sinal de rendição, fazendo-o dar um riso. Paro por um momento me lembrando de algo. — Você não é um pouco velho demais para estudar em um colégio?
Sua aparência era de menos de trinta anos, mas eu duvidava que essa era sua idade real. Não ficaria surpresa se ele dissesse ter umas centenas de anos.
— Tenho apenas 237 anos. Comparado aos outros vampiros sou um pouco novo, mas e você, filha da lua?
Filha da lua... Essa era nova.
Mas porra, 237 anos. Eu era um feto comparada a ele.
— Não tenho nem mesmo um terço da sua idade. — Soltei uma risada. — Vou completar 21 anos esse ano, sou basicamente um bebê.
O vampiro ri com minha resposta, seu corpo tremendo de leve. Percebo os dentes brancos e bem alinhados dele. Fico pensando como seria seu rosto na forma de real de um vampiro, com as veias aparentes abaixo dos olhos, em volta das íris tingido de uma cor avermelhada, e as presas prontas para serem usadas se preciso. Imaginar isso era um tanto erótico.
