nove | aithne

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Conversas rodeavam a fogueira, quebrando o silêncio da noite na floresta

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Conversas rodeavam a fogueira, quebrando o silêncio da noite na floresta. Garrafas de Bud Light, Jack Daniels e Coca Cola estavam espalhadas por vários lugares, assim como caixas de gelo.

Vampiros, bruxas, lobisomens e humanos, todos misturados na clareira.

A festa foi feita nas redondezas de Kolthdrys, na beira de uma das florestas. Fiquei surpresa com o tanto de pessoas que se juntaram ali. Vampiros controlados. A convivência decente dos lobisomens com os vampiros era algo bastante impressionante de se ver.

Fechei meus lábios ao redor da boca da garrafa, dando um longo gole da bebida. Observei ao meu redor. A clareira estava escura, sendo iluminada apenas pelos faróis dos carros, e a própria fogueira. Alguns homens haviam tentado puxar alguma conversa comigo, mas eu apenas dispensei todos com a mesma desculpa de que ia procurar uma amiga minha. Isso porque eu nem mesmo tenho uma amiga.

O tempo todo eu apenas fiquei encostada em uma árvore olhando as pessoas conversando, outras se agarrando e rindo.

Mas uma das conversas acaba chamando minha atenção, então, forço minha audição para as mulheres não muito longe de mim.

— Jonah me falou que trouxeram umas velharias antigas essa semana para a academia, algo como objetos cheios de magia antiga e das famílias originais...

Isso é exatamente o que me chamou atenção.

— ... algumas são jóias incrivelmente belas.

Uma das mulheres suspira como alguém apaixonada, me fazendo revirar os olhos, quase bufando no processo.

— Dei uma passada de longe na sala hoje e vi um colar e um anel que pareciam brilhar com magia, você pode sentir o poder emanando da joia, é incrível...

Deixo de ouvir a conversa. Meus dentes cerrados enquanto tento me conter. Percebo minha mão se fechando com força na garrafa, mas antes que eu alivie a pressão, o vidro já se quebrou em pedaços, derramando o líquido em meus dedos. Abro meu punho, jogando alguns dos cacos no chão. Os cortes na minha palma cicatrizaram em segundos, sobrando apenas o sangue seco.

Sinto os olhos de Kyros antes mesmo de erguer a cabeça. O vampiro está encostado em uma árvore próxima à minha frente, com alguns metros nos separando. Ele segura uma garrafa na mão, enquanto sua outra mão está enfiada dentro do bolso da calça. Kyros não se move um centímetro quando nossos olhos se encontram e, por um momento, prendo minha respiração quando vejo toda intensidade presente em suas íris. Seus olhos estão iluminados pela luz da fogueira, e eu sabia que se me aproximasse, conseguiria ver as chamas dançando em suas orbes verdes.

Ninguém havia se aproximado dele a noite toda. As pessoas apenas o observavam de longe.

Desviei o olhar dele, encontrando a caixa de gelo mais próxima e usando uma garrafa de água para lavar minha mão. Peguei meu celular do bolso do sobretudo, checando a hora.

StygianWhere stories live. Discover now