𝟓𝟎

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"Game over".


-- Eu...estou indo...

Não posso conter minha feição de surpresa ao ouvir tal frase e logo a ver subindo as escadas. Eu não pensei bem nisso, na verdade eu ainda quero matar ela e não acredito que agora nos últimos segundos...

Eu estou hesitando.

Eu sequer trouxe um paraquedas pra ela, na verdade nem eu tenho chances de sair viva, afinal de contas quem pula de um prédio de paraquedas?

-- Os soldados te deram isso?- Se refere a bomba em mim mão assim que termina de subir.

-- Foi...- A encaro por alguns instantes.

-- Que pena!- Em questão de segundos a mesma me jogou ao chão, tentando tomar a bomba de mim.

A seguro com toda a força tentando não apertar o botão enquanto minha mãe afundava suas unhas em minha pele, na esperança de me fazer soltar. Chuto sua perna tentando sair de baixo da mesma, que jogava todo o seu peso contra mim.

-- Quer mesmo brigar com a sua mãe?!- O aparelho escapa de minhas mãos, voando para a beirada do prédio.

Minha mãe se levanta a fim de pega-lo, mas eu seguro seu calcanhar a fazendo cair novamente no chão. Me aproximo subindo por cima da mesma e então cerro meus punhos sentindo meu corpo tremer.

-- Você não é minha mãe!- Lhe dou um soco com tanta força que pude ouvir seu maxilar estralar e um gemido escapar de seus lábios.

Me levanto de cima dela que parecia atordoada por conta do soco e então chuto seu estômago sem medir forças, a fazendo se contorcer de dor, enquanto sangue saía de sua boca.

-- Você merecia mais...-Murmuro- Pena que não tenho tempo.

Caminho para onde a bomba estava e então a pego, me aproximando da abertura no chão, onde a jogaria. Tiro o walkie talkie de minha cintura para avisar que iria ativar a bomba quando sou impedida por uma fala, a fala que fez todo o meu corpo se arrepiar e ficar completamente paralisado.

-- Eles estão vivos.

Meus olhos encontram os dela, a mesma estava de quatro no chão ameaçando se levantar. Ela não parecia estar mentindo, sua feição estava séria.

-- É mentira...- Murmuro.

-- Não, eu vi...vi no computador- Sorri fraco para mim- Eu pesquisei.

Desvio meu olhar do dela encarando o nada. Meu corpo estava paralisado e eu podia sentir minhas mãos tremerem em pura esperança. Eles não morreram então? Eu os verei outra vez? Mas...como?

Infelizmente eu fui descuidada demais, em questão de segundos fui jogada bruscamente no chão, enquanto minha mãe tentava a todo custo arrancar a bomba de minha mão.

-- Eu não vou deixar você acabar com tudo o que eu construí!- Esbraveja estapeando meu rosto- Sua idiota mimada!

Aperto o botão da bomba tendo tempo de ver a marcação de tempo. 40 segundos. A chuto com força de cima de mim, a jogando para o lado e me levantantado.

-- Bomba ativada!- Digo no walkie talkie, o jogado no chão logo em seguida.

-- Não!

O grito de minha mãe pareceu ter saído em câmera lenta conforme a bomba caía para a sala central, já marcando apenas 30 segundos. Tiro o outro aparelho de meu bolso pronta para apertar o botão.

-- Não esqueça de apertar o botão apenas quando a bomba explodir!- A voz de Souta sai do walkie talkie jogado no chão.

Eu sabia que morreria assim que a bomba explodisse. Não tem como sobreviver a uma queda dessas, mesmo de paraquedas, a explosão provavelmente vai me matar. 

Olho para minha mãe que encarava o nada ainda jogada no chão. Lágrimas escorriam de seus olhos silenciosamente.

-- Eles...estão vivos mesmo?- Pergunto a olhando.

-- Sim...eles estão.- Seus olhos verdes me encaram de volta, sem raiva, apenas...dor.

Ajusto o paraquedas em minhas costas e então corro para a beira do prédio, me preparando para pular. Seguro firmemente o aparelho em minhas mãos e então pulo dos 25 andares do edifício.

Puxo a cordinha do paraquedas e o vejo se abrir em cima de mim, intacto. Assim que ouço o barulho alto da explosão aciono seja lá o que aquele aparelho fosse. O impacto da bomba me lança para frente com força.

Olho para cima ouvindo alguns estalos e suspiro ao ver o paraquedas em chamas, quanto mais queimava mais rápido eu descia. 

Sinto algo bater com força em minha cabeça e então...tudo fica escuro.

Niragi Suguru.

Arregalo os olhos ao ver a forte explosão em minha frente. O prédio se destruiu de dentro para fora, lançando pedaços de si para todos os lados, enquanto o mesmo desmoronava em chamas e pequenas explosões do lado de dentro, causadas pelas máquinas.

-- Violeta na escuta?- Ouço um dos soldados pouco mais a frente chamar- Violeta, está me ouvindo?

Usagi e Sayuri se jogam ao chão assim que veem o rosto triste dos soldados, denunciando que Violeta estava morta. O choro alto e perturbador das mesmas fizeram com que minhas estruturas de abalassem e eu caísse de joelhos.

A minha ficha não parecia cair, eu não podia aceitar que ela estava morta. Eu nunca mais a veria, nunca mais veria seu sorriso ou ouviria sua risada esquisita que ás vezes imitava um porco, nunca mais ficaria irritado quando Sakura demonstrasse preferir mais ela do que eu, eu nunca mais ouviria sua voz.

Eu não pude impedir quando uma lágrima escorreu por minha bochecha, seguida por várias outras, me obrigando a enfiar meu rosto entre minhas mãos na tentativa falha de não chorar.

-- Deu certo!- A voz de um dos soldados chama a minha atenção.

Ergo meu rosto vendo diversos lasers vermelhos descerem do céu e ultrapassar a cabeça de todos ali, a diferença era que não estava as ferindo estava apenas fazendo com que eles sumissem ao tocar o chão.

-- Arisu...- Karube sussurra assim que um laser vem em sua direção.

A linha vermelha ultrapassa sua cabeça o fazendo cair no chão e atravessar o mesmo, sumindo. Olho para cima vendo um vir até mim e então fecho os olhos, sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo e minha consciência ir se perdendo aos poucos.

Game over.

Ouço por fim.

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓 - 𝐀𝐈𝐁 #𝟐Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora