𝟑𝟒

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"Soldados".



Dia seguinte.

Depois de acordar, me troco em silêncio e disparo para fora do quarto, deixando Niragi e Sakura dormirem mais. Eu preciso ver se Clark está melhor.

Eu estou com uma sensação ruim em meu peito, sinto que algo de ruim acontecerá em breve, mas não consigo distinguir o por que desse sentimento. Está tudo tão bem, mas por que eu sinto como se fosse desabar? Eu não costumo ter esse tipo de sentimento, mas acho que só devo estar ansiosa, melhor ignorar.

Bato na porta do quarto que me disseram ser de Clark. Enfio minhas mãos nos bolsos de trás de meu short, aguardando uma resposta.

-- Entra!- Ouço um grito arrastado vindo de dentro e então abro a porta.

O ruivo estava deitado em sua cama, nitidamente entediado. Seu rosto possuía olheiras, entregando que não havia dormido durante a noite.

-- Bom dia.- Sorrio.

-- Bom? Eu pareço estar em um dia bom?- Murmura me fazendo rir.

-- Que bom que está bem- Digo me aproximando- Dói muito?

-- Se dói? Porra, pra caralho! Eu sinceramente acho que vou morrer logo.- Rio de seu drama.

-- Ainda bem que não foi fundo...-Digo me referindo a enorme lâmina, que entrou apenas 1/3 de seu tamanho.

Ela tinha comprimento suficiente para atravessar o corpo de Clark, agradeço muito por não ter ocorrido isto. 

-- Cacete se tivesse ido mais do que isso eu não teria aguentado.- Diz novamente com o ar de drama, me fazendo rir.

-- Me deve uma agora, eu te salvei.- Sorrio convencida, o fazendo rir.

- Só não sei se for por mim ou por você.- Me encara.

Eu entendi o que ele quis dizer. Mesmo se eu quisesse eu nunca o deixaria morrer, afinal se minha dupla (ele) morresse eu morreria também. Mas obviamente não foi por isso que eu o ajudei, eu realmente entrei em desespero naquela situação.

Eu me apego muito rápido nas pessoas e sei que isso é péssimo, mas mesmo com as cantadas baratas do ruivo, eu o considero um bom amigo. Foi ele quem levou comida para eu e Sakura quando chegamos, ele quem me avisou sobre o Takashi.

-- Foi por você.- Digo sincera.

Se eu quisesse o deixar morrer eu teria feito, afinal minha mãe não me mataria em um jogo, ela afirmou isso quando nos reencontramos e eu prefiro acreditar que realmente seja verdade...embora eu não confie nela o suficiente para arriscar, ontem foi a prova viva disso.

Niragi Suguru.

O que eu estou fazendo agora? Bom, vocês devem estar imaginando que eu estou ameaçando alguém com a minha bebê (minha arma) ou resolvendo algo da elite. Mas não. Eu estou passeando pelos corredores de mãos dadas com a Sakura, arrancando sorrisos de todas as garotas que passam (não que isso importe pra mim) e risos debochados dos meus parceiros da elite.

-- Papai!- A pequena para de andar, me esticando os braços.

Meu coração se aqueceu. Não foi tão difícil a fazer me aceitar, o que massageia meu ego de uma maneira inexplicável. Minha filha sabe que é filha do cara mais foda do hotel, fazer o que?

A pego em meu colo e a noto encarar o piercing de minha sobrancelha curiosa, esticando seu braço e cutucando o metal com seu dedinho, enquanto em seus lábios se formava um biquinho sério, interessada.

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓 - 𝐀𝐈𝐁 #𝟐Onde histórias criam vida. Descubra agora