𝟒𝟓

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Violeta Ikari.

-- Eu...consegui...- Meu olhar é atraído para um homem aleatório que possuía um papel dourado em mãos.

Um laser vermelho atravessa sua cabeça, porém sem o causar dano, o homem vai ao chão mas não chega a cair, passa por ele desaparecendo dali.

-- Ele voltou pra Tóquio.- Uma garota arregala os olhos.

Eu não conseguia me importar com isso, não conseguia nem sequer cogitar na possibilidade de ir embora, minha mente estava tomada por uma angústia sem fim e eu precisava acabar com isso. 

Me levanto e caminho rapidamente para um dos carros que estavam estacionados ali. Os outros já chamavam por meu nome logo atrás, mas eu não os dei ouvidos, abri a porta e a travei procurando pelas chaves.

-- O que você vai fazer?- Karube me olha preocupado.

-- Acabar com isso!- Digo finalmente achando as chaves.

-- Você acabou de desmaiar!- Say dá um tapa no vidro, chorosa.

-- Fodase!- Dou partida.

-- Isso é loucura, Violeta, para com isso!- Chishiya me bronqueia.

-- Se não se afastarem eu atropelo vocês.- Lhes encaro séria.

-- Me deixa ir junto...- Leon pede tentando abrir a porta.

Eu não posso confiar, talvez ele esteja dizendo isso apenas para que eu destrave o carro e eles me impeçam de fazer alguma maluquice. Infelizmente eu não estou mais pensando racionalmente, tudo o que eu quero é livra-los deste lugar e vingar minha filha...vingar Niragi.

Arranco com o carro ouvindo Leon dar um grito, provavelmente por que eu passei por cima de seu pé. Eu avisei.

Pego a avenida principal afundando (literalmente) meu pé no acelerador, conforme eu pisava mais o velocímetro do painel ia subindo.

Pego a avenida principal afundando (literalmente) meu pé no acelerador, conforme eu pisava mais o velocímetro do painel ia subindo

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A única coisa que me impedia de chegar aos 200km eram as curvas que eu precisaria fazer em breve, assim que saísse da avenida. Eu tinha uma ideia de onde era a central de minha mãe e era pra lá que eu estava indo.

Eu não tenho tempo de ir para nenhuma estação de metro, eu nunca mais vou ignorar meus instintos...espero estar certa desta vez.

Faço a primeira curva me segurando firme no volante para não ser jogada para o lado, enquanto podia ouvir os pneus cantarem com a volta rápida. Sei o quanto é arriscado dirigir a mais de 100km e ainda fazer curvas, mas o que eu tenho a perder? 

Não demora muito para que eu avistasse a saída da cidade e a torre de um enorme prédio ao longe, eu já tinha notado sua ponta vermelhinha piscando uma única vez e desde aquele dia cogitei na possibilidade de ser ali. Se não tínhamos energia como a pontinha havia piscado?

Acelero mais assim que entro na pista, finalmente atingindo os 200km, enquanto todo o painel do carro ficava vermelho pela instabilidade. O vento batendo contra o vidro do carro fazia um barulho notável, parecia que eu estava dirigindo uma nave. É de se impressionar que um carro tão velho seja tão capaz.

Assim que chego em frente ao portão fechado, desço e observo o local. Era bem parecido com a antiga sede, onde fiquei até Sakura nascer e alguns meses depois.

Noto um laser vermelho checar todo o meu corpo e então o portão é destrancado, acusando que realmente este era o lugar. Apresso meus passos para dentro, enquanto tudo ali parecia vazio e silencioso.

Logo chego em uma porta de vidro preta, que nem encostando meu rosto eu conseguia ver o que havia dentro. A mesma é destrancada também e então eu entro, topando com vários homens de terno circulando e um barulho de conversa insuportável.

-- Violeta, certo?- Um deles chama a minha atenção- Venha comigo.

O sigo em alerta a tudo o que eu via, desde simples cozinhas com máquinas de café até as portas de metal onde estava escrito "experimentos", exatamente o mesmo design da antiga sede, aposto que lá dentro tem as pessoas que ela maltrata.

-- Sua mãe está aí dentro.- Alerta abrindo a porta para mim.

Adentro a sala ouvindo a porta se fechar outra vez, um local branco repleto de telas e no centro uma grande máquina que pulsava de uma maneira estranha, chegando a parecer um coração.

-- Me encontrou?- Sou atraída pela sua voz, ela estava encostada em um balcão- pProblemas no jogo?

-- Como pode fazer isso?- pergunto sentindo minha garganta enroscar- COMO PODE MATAR ELES?!

Seus olhos se arregalam em espanto, parecendo não acreditar no que eu estava falando. Cerro os punhos, ela provavelmente está se fazendo de cínica.

-- Como?- Arqueia a sobrancelha.

-- Matou sua neta...- Não consigo prender o choro preso em minha garganta- Matou o Niragi...quem serão os próximos?!

Meu corpo tremia completamente e soluços escapavam de meus lábios, enquanto meus joelhos iam de encontro ao chão.

-- Eu te imploro...- Encosto minha cabeça no piso curvada diante ela- Pare com isso...por mim ou pelo Leon...mas por favor...já chega...

Minhas lágrimas molhavam o piso claro em que eu estava com a testa encostada, enquanto minha mãe se mantinha congelada no mesmo lugar e em silêncio. Um silêncio perturbador.

-- Você é uma deusa não é?- Provoco voltando a a encarar- Tenha piedade de nós, então.

Seus olhos verdes me encaram de maneira indecifrável e então ela anda até o computador central, que estava preso a máquina pulsante.

-- Posso permitir...- Sua voz sai finalmente- que você e seus amigos retornem, mas apenas vocês.

-- E as outras-

-- Somente vocês!- Me interrompe.

Eu não podia negar isso, embora fosse egoísmo de minha parte eu nunca poderia negar o caminho de volta para meus amigos, eu sabia que infelizmente não podia fazer nada pelas outras pessoas e talvez...esteja na hora de pensar mais em mim mesma.

-- Mas que merda!- Ela esbraveja chamando minha atenção- Eles entraram de novo!

Em todas as pequenas telas apareceram soldados, todos armados e em grande número, parecendo procurar algo pela cidade. Me levanto do chão encarando tudo estática.

-- O sistema parou!- Ela praticamente berra.

-- O que?!- A olho.

-- Eu não consigo tirar ninguém daqui!- Exclama apertando diversos botões- Simplesmente não me obedece!

-- Talvez seja coisa deles.- Digo com um sorriso esperançoso.

-- Ninguém vai me parar!- Seu rosto fica vermelho de raiva.

Não penso duas vezes e corro saindo da sala, desço algumas escadas apressada já com um plano formulado em minha mente. Os trarei até aqui, preciso aproveitar a falha nos computadores...preciso aproveitar sua fraqueza.

Alguns "gerentes" me olham confusos assim que saio pela porta de vidro e corro para o portão, que para a minha sorte estava destrancado para um homem de terno entrar. Ele tenta me segurar confuso mas eu passo por ele correndo até o carro.

-- Ei!- Grita mas já era tarde demais

Acelero da mesma maneira de antes, sentindo a adrenalina pulsar em minhas veias conforme dirigia, eu agarrarei essa chance de sair daqui com todas as minhas forças, sei que é isso que Niragi iria querer.

Faço a curva saindo da estrada mas sinto o volante endurecer. Meu coração acelera conforme eu tentava recuperar o controle, mas já era tarde demais, sinto o carro se chocar a um poste e o estouro dos vidros.

Tudo fica escuro... 

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓 - 𝐀𝐈𝐁 #𝟐Where stories live. Discover now