𝟕

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" O sorriso dele".


Dia seguinte.

Narradora.

O dia passou voando na casa, nada de novo ocorreu, Ann se adaptou bem,  afinal já conhecia todos dali. Violeta aproveitou quando a mesma ficou sozinha para se aproximar. Ela sabia que não era certo usar Ann pra isso, mas também sabia que talvez pensasse nisso pro resto da vida se não tivesse respostas.

Ela precisa saber se Niragi está vivo.

-- Oi.- Violeta sorri, se sentando ao lado de Ann.

-- Sabia que viria atrás de mim em alguma hora.

A mulher não era burra, era óbvio que uma garota que descobriu sua gravidez na adolescência, logo depois de se separar do pai iria querer saber sobre ele, não importava quanto tempo passasse.

-- O que?- Violeta tenta disfarçar.

-- Niragi piorou depois de tudo, pra ser sincera ele estava entediante, matava e humilhava por simplesmente tudo, agradeça por sua filha estar longe dele.- Ann praticamente lê seus pensamentos- Quer saber sobre mais alguma coisa?

Violeta fica sem palavras. Ela sempre soube como Niragi era, mas nunca imaginou que pudesse ficar pior do que antes. Essa frase sobre agradecer que Sakura está longe dele a machuca, no fundo, mesmo que não quisesse admitir, a garota queria que Sakura conhecesse o pai. Queria que Niragi soubesse da filha que tem.

-- Acho que não.- Violeta responde Ann, soltando um suspiro- Agradeço, Ann.

A garota encara o nada, por que só ela não conseguia ver esse lado de Niragi? Por que todos o viam dessa maneira menos ela? É, ele tinha conseguido a enlouquecer, nada pra ela nunca mais seria a mesma coisa.

-- Quer um conselho?- Ann lhe pergunta atraindo seu olhar- Você só precisa de outra pessoa, Niragi foi seu primeiro namorado,  não foi? Não se iluda achando que o ama, ele é uma perdição.

Por que todos a dizem isso? Não é como se a garota precisasse desesperadamente de um homem ou algo assim, ela não precisa de ninguém, apenas estava curiosa por conta da metralhadora que achou no supermercado, nada mais do que isso.

-- Ele nem parecia se lembrar de você.- Ann diz por fim, se levantando.

Ok, isso machucou a garota. Como ele podia não se lembrar dela? Ele não sentiu nada quando ela se foi? Por alguns segundos Violeta não acha justo apenas ela ter uma filha pra cuidar, apenas ela ter sofrido com o fato de ter ido embora.

-- De que isso importa?- Murmura para si mesma e se levanta.

Ela não sente mais nada por ele, os sentimentos apenas apareceram por conta da arma que ela encontrou. Niragi não é importante faz tempo, ela não irá sofrer por isso.

Violeta Ikari.

-- Violeta!- Sayuri entra na sala desesperada.

-- O que foi?- A olho sem entender.

- Vamos nos livrar da Ann, por favor!

Rio de sua frase.

-- O que aconteceu?

-- Ela tá tirando a Kuina de mim! Ela tá diferente desde ontem e sempre que a Ann aparece ela me deixa de canto! Eu não sei mais o que fazer!

-- Relaxa, Say, elas apenas não se viam a tempos, elas eram amigas antes.- Tento a tranquilizar.

-- Amigas?! Eu tenho certeza de que elas já se pegaram! Que droga!- Say se senta no sofá- Eu nunca deveria ter trazido ela .

-- Para de graça, ela ficava com o Leon, lembra?

-- E daí? Eu também ficava com homens antes!

Sayuri sempre teve um ciúme exagerado, já perdi as contas de quantas conversas desse tipo já tivemos.

-- Você é insegura demais.- Reviro os olhos- Precisa trabalhar isso em você. 

-- Eu tenho certeza, logo elas vão estar casadas!

(REVISÃO: QUERIA EU)

-- Por que não conversa com a Kuina? 

-- Por que não temos nada sério!

-- Mamã!- agradeço mentalmente quando Sakura entra na sala, sendo seguida por Chishiya.

-- Você deveria falar com ela.- Digo simplesmente para Sayuri e me aproximo de minha filha, a pegando no colo.

Chishiya fica parado, me encarando em silêncio. Olho para Say, que nos observa por exatos dois segundos e então se levanta dando um sorriso de canto para Chishiya.

Suspiro, já me acostumei com esses tipos de atitudes quando estou no mesmo ambiente que o platinado.

-- Ela ralou o joelho.- Chishiya finalmente diz.

-- O que?!- Olho para as penas de Sakura preocupada.

Odeio admitir, mas me tornei o que sempre odiei: mães babonas que tratam os filhos como se fossem de cristal.

-- Não machucou tanto, só queria te avisar.

Talvez eu seja protetora demais com a Sakura, mas eu simplesmente não consigo pensar na probabilidade de ela se machucar, quando quase perdi ela quando estava grávida eu jurei que a protegeria de tudo e nunca deixaria que ela se ferisse.

-- Está mais bonita hoje.- Chishiya diz ,me fazendo o olhar- A Sakura.- Corrige- Está crescendo rápido.

Arqueio minha sobrancelha com um sorriso divertido.

-- É, o tempo passou depressa.

-- Desculpa atrapalhar mas eu tenho que falar com a Violeta.- Kuina adentra a sala.

-- O que foi?- Pergunto com tédio.

O que todos querem comigo hoje?

-- O que deu na Sayuri?- A garota cruza os braços.

-- O que ela fez?- Pergunto com receio.

Sayuri é extremamente imatura e impulsiva quando se trata de relacionamentos.

-- Ela jogou a pelúcia que eu dei pra ela pela janela!- Não consigo prender o riso, é definitivamente a cara dela fazer esse tipo de coisa.

-- Ciúme da Ann.- Entrego o jogo.

Já somos todos adultos, não tem motivos para ficar fazendo joguinhos e querendo que o outro adivinhe o que está acontecendo. Sayuri precisa aprender isso se quiser realmente ter algo com a Kuina.

-- Ciúme? Mas ela mesma me disse que não queria nada sério.- A morena me olha confusa.

-- Sayuri é um tanto confusa, o sim dela sempre é não.- Explico enquanto Sakura brincava com meus cabelos.

-- Eu deveria pedir ela em namoro? Acha que ela aceitaria?

-- Talvez sim, ela parece gostar de você.- Dou de ombros- Deveriam conversar, as vezes perdemos as pessoas por falta de diálogo.

-- Ta legal!- Kuina sorri, correndo para fora da sala;

Me sento no chão da sala e pego um dos brinquedos de Sakura, entregando-o para a mesma que abre um sorriso largo.

O sorriso dele.

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓 - 𝐀𝐈𝐁 #𝟐Where stories live. Discover now