𝟏𝟔

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"Valete".

créditos do jogo: JeonSeonghwa.



No dia seguinte eu passei o dia procurando, inclusive achei diversos grupos de pessoas e pessoas sozinhas, precisei fugir de alguns e me xinguei mentalmente por não ter nenhum meio de defesa, realmente é necessário ter armas neste mundo.

Cheguei a conclusão que depois do jogo que estou indo agora, eu irei pegar papéis e escrever que estou a procura de Sakura, mesmo não tendo fotos dela ela deve ser a única criança daqui, nunca vou aceitar que fui burra o suficiente pra ter um filho no meio desse caos.

Acho que muitas mulheres devem ter engravidado, porém morreram antes que pudessem ter o bebê, até por que não é fácil sobreviver aqui.

Paro em frente ao prédio onde seria o próximo jogo, respiro fundo e então entro no mesmo, encontrando a mesa com os celulares, noto alguns homens armados me olhando estranho mas prefiro ignorar.

Faço o reconhecimento facial e então me encosto na parede, aguardado o final das inscrições, nem sei se conseguirei jogar, minha mente está completamente focada naqueles olhinhos escuros.

Fim das inscrições, temos 7 participantes no total

Me atento ao celular assim como todas as outras pessoas ali, qual será a dificuldade dessa vez? Espero dar sorte e ser uma carta de figura.

Jogo: Caça ao tesouro, dificuldade: J

-- Um Valete...- Um dos homens armados murmura e eu me desencosto da parede.

Não posso perder

A carta é concorrida, é pegar e cair fora como da última vez.

Regras: Encontrem o mapa que os guiará para a chave correta, cuidado com as chaves erradas. Caso tentem abrir a porta com a chave errada, o coisa matará um de vocês

O coisa de novo? Poxa, mamãe, seus funcionários estão sem criatividade.

Após abrirem a porta deverão correr de volta para baixo, só assim o jogo será zerado. Agora subam para o 3° andar e entrem no apartamento 54

Enfio o celular em meu bolso e subo as escadas sendo seguida pelos outros participantes, dessa vez eu estou mais motivada do que nunca, tenho que encontrar a Sakura, não morrerei agora e nem hoje.

Logo chegamos no apartamento 54, a porta que tinha uma trava elétrica se abre e então entramos, logo avisto o coisa parado em uma porta que dava para um corredor, o mesmo estava sendo impedido de passar por um laser vermelho.

Assim que todos adentram a sala a porta trava, só podendo ser aberta com uma chave (quase escrevi abrida SOCORRO NEJENFJ3NFJNFJ-autora).

Na sala havia diversas coisas, quadros em todas as paredes, uma estante com livros, sofás, mesa de centro e até uma televisão.

Logo todos passam a procurar pelas chaves, caminho até um dos quadros e o tiro da parede, encontrando um pequeno cofre, que também era aberto com uma chave, solto o quadro no chão e ando até outro quadro.

-- Aqui!- Um garoto se levanta do chão,  tirando uma chave de debaixo do sofá.

-- Fácil demais pra um jogo desse nível.- Alerto.

-- Que nada, os mais fáceis sempre são os certos, o jogo gosta de trolar a gente.- Diz indo até a porta e eu me agacho atrás do sofá.

Assim que ele gira a chave o laser que barrava o coisa desaparece e o mesmo adentra a sala, atirando diretamente no garoto, em seguida o colar em seu pulso apita e ele retorna para trás do laser.

Me levanto dali ignorando seu corpo e ando até a mesa de centro, passando minha mão por baixo da mesma pra ver se não havia nada grudado, meus olhos vão para uma garota que fuxicava os livros e logo tira de um deles uma chave.

-- Fácil demais também.- Tento avisa-la.

-- Se acha a sabe tudo?- Outra garota aparece rindo e toma a chave da mão da menor- Bando de idiotas.

Não demora muito para que o corpo dela também estivesse caído no chão da sala, bem ao lado do do garoto, nego com a cabeça em resposta e volto a caçar a chave. Mortes já não me machucam mais, infelizmente eu me acostumei em ver isso e se tornou algo habitual, a cada três dias ver pessoas morrerem.

Um outro cara que estava sozinho tira uma faca de sua cintura e rasga o estofado do sofá, atraindo minha atenção, logo o mesmo tira de lá uma pequena chave.

-- É do cofre.- Um dos armados diz.

O cara anda até o mesmo e o destranca, revelando outra chave, nos entreolhamos, dessa vez eu não sei se está certo ou não.

-- E agora?- A garota pergunta.

-- O certo é guardarmos ela e encontrarmos o mapa, assim vamos saber se é a certa.- Digo convicta.

-- A garota está certa.- O cara enfia a chave em seu bolso- Vamos achar o mapa.

Ando até a estante notando um livro familiar, "as crônicas de Nárnia", eu amava ler quando tinha uns 13 ou 14 anos, o pego e folheio até parar em uma página diferente, um mapa, mas não era um mapa do livro, eu reconheceria se fosse.

Rasgo a página e o olho direito, sorrio para mim mesma e olho na direção em que ele mandava, a TV.

-- O que é isso?- Um dos armados me pergunta arrogante.

-- Me empreste sua faca.- Peço ao cara que encontrou a chave no cofre, ignorando o armado, assim que eu a tenho em mãos me apresso em derrubar a TV da estante.

Todos me olham confusos e então o cara da chave anda até mim, me ajudando a abrir a televisão, logo avisto a chave entre seus fios e sorrio a tirando de lá.

-- A chave do cofre era falsa.- Digo indo até a porta- Quando eu abrir provavelmente o coisa nos seguirá até lá em baixo...-Murmuro sem os olhar- Se preparem para correr.

Giro a chave destrancando a porta e corro dali em direção as escadas, já ouvindo tiros e alguns gritos. Desço os degraus tropeçando e murmurando xingamentos por isso, logo chego lá em baixo e ouço o "jogo zerado".

Largo o celular ali e pego a carta de figura em cima da mesa, a enfiando dentro de meu short, ouço passos atrás de mim e vejo o homem da chave, ele não parece interessado na carta.

Paro de correr ao ouvir um tiro ser disparado para o alto, olho pra trás enxergando dois dos homens armados, provavelmente um deles morreu pro coisa.

-- Você vem com a gente.- O da direita diz sério, apontando a arma para mim.

Me xingo mentalmente e ergo as mãos me aproximando deles, não dá pra brigar, eles vão me matar em questão de segundos. Assim que sou enfiada dentro do carro tiro a carta de minha cintura e enfio em meu sutiã, sentindo um leve incomodo em meus seios.

Eu sei que eles não irão procurar ali, essa carta eu não perco nem ferrando.

𝑫𝒐𝒄𝒆 𝑨𝒎𝒐𝒓 - 𝐀𝐈𝐁 #𝟐Where stories live. Discover now