Penha
08:27h
Nino narrando
Acordar cedo pra mim sempre foi uma luta, Fabiano me empurrava até da cama pra eu acordar e eu continuava dormindo no chão mesmo, meu primo faz uma falta do caralho pra geral. Nós morava junto, fui criado pela minha tia que já tá no céu também, minha mãe eu não conheço e meu pai trabalhava demais fora, cresci sendo criado como irmão do Fabiano, ele era mais velho que eu dois anos mas sempre nós tava junto.
Bocejei levantando e fui pro quarto ver como eles tava, Matias tava acordado mexendo no cabelo da Mãe e Will dormindo ainda.
Nino- bom dia, moleque- falei baixo pra não acordar a Willow e Matias sorriu preguiçosa abrindo os braços, peguei ele no colo beijando a cabeça do mesmo- dormiu bem? - ele assentiu.
Matias- bença, dindo- murmurou deitando a cabeça no meu ombro.
Nino- Deus te abençoe- sorri saindo do quarto com ele- tá acordado a muito tempo?
Matias- um pouco, eu sonhei com o papai, dindo - falou com um sorrisão e eu sorri indo pro banheiro com ele.
Menó sente falta pra caralho também.
Nino- a é? E o que ele disse?
Matias- um monte de coisa, disse que tava com saudade também - sorriu indo pro chão e jogando água no rosto- do senhor também e da mamãe.
Nino- dindo também tá morrendo de saudade dele- sorri de lado apertando a correntinha que Fabiano tinha me dado- bora escovar dente que tá só o sebo- zoei vendo ele me olhar com deboche.
Matias- olha quem fala- negou pegando a escova dele e eu ri pegando a minha.
Escovamos nosso dente e aproveitei pra tomar um banho logo, Matias não quis então foi pra sala ver televisão. Saí do banheiro com a toalha na cintura e Willow tava na cozinha passando o café.
Nino- bom dia- beijei a cabeça dela que sorriu sonolenta.
Willow- bom dia, já tá indo?
Nino- vou depois do café, Matias não quis tomar banho não.
Willow- ele me falou- riu negando- te falou também que sonhou com o Fabiano?- perguntou baixo olhando pra sala, provavelmente pra ver se Matias tava prestando a atenção aqui.
Nino- falou - encostei no batente e ela suspirou.
Willow- acha que ele sonhou mesmo ou ele meio que criou isso na cabeça dele por conta dos meus?
Willow desde que Fabiano morreu, diz que conversa com ele por sonhos e as vezes vê ele falando com ela em qualquer canto, eu acredito, via minha tia junto o Fabiano quando ela morreu, conversando com nós pela casa, eu nunca tive isso com o Fabiano, queria, mas a única coisa que eu vejo relacionado ao Fabiano, são sonhos aleatórios, mas Matias tem tanta saudade do pai que chegou a imaginar algumas vezes, então sempre tem aquela dúvida se é verdade ou não.
Nino- de verdade? Eu não sei, mas se isso conforta o coraçãozinho dele- dou de ombros- vou trocar de roupa- Will assentiu indo pro banheiro e eu procurei nas caixa uma roupa pra vestir.
Me troquei em dois pulos e fui tomar meu café com o Matias enquanto Willow tomava o banho dela.
Matias- dindo, eu queria uva - falou enquanto tomava o café dele.
Sim, essa criança gosta de café.
Nino- dindo vai comprar a uva, Jaé?- ele assentiu e Will saiu do banheiro toda gatona - que isso, hein, tá gatona- ela sorriu negando e Matias levantou abraçando a perna da mãe.
Matias- a senhora tá muito linda, mamãe.
Willow- obrigada, meu príncipe- sorriu dando um cheiro no Matias- já comeu alguma coisa ou só tá no café ainda?
Nino- tá só no café ainda- falei e Matias me olhou com o olho cerrado- nem vem, tampinha, tu não comeu mesmo.
Matias- seu dedo duro- murmurou sentando de novo e Willow negou passando manteiga em um pão e entregando pra ele.
Willow- respeita teu dindo, Matias.
Matias- desculpa- deu uma mordida no pão e eu baguncei o cabelo dele- eii.
Willow- não sei quem é pior- negou e nós riu- come logo esse pão e vai fazer o que tu tem que fazer - me deu um peteleco e eu fiz bico alisando o lugar.
Nino- grossa - ela negou pegando café pra ela.
Terminei de tomar meu café em dois pulos e peguei o envelope que Lineu mandou, me despedi da Willow e do Matias e saí de casa, que eu ia me perder é óbvio, não conheço o morro ainda, mas seja o que Deus quiser, né.
Andei procurando e perguntando a umas pessoas aonde era e mesmo assim tava perdido, tava subindo um beco quando esbarrei com alguém quase derrubando a pessoa mas consegui segurar ela.
Xxx- tá maluco, garoto? Não sabe olhar por onde anda?- ergui a sobrancelha vendo a pessoa de meio metro na minha frente. Toda irritadinha.
Ela era linda, Papo reto, nunca foi meu forte ter atração por magrelas, nada contra, mas né, não me atrai nem um pouco. E essa garota, era totalmente meu número, baixinha, com o corpo cheio de curvas, porra, já até perdi o pouco da noção que eu tinha.
Nino- foi mal, baixinha - sorri e ela revirou os olhos- cê tá bem?
Xxx- estaria melhor se você não tivesse esbarrado em mim - resmungou ajeitando a roupa e virou as costas- passar mal - desejou andando e eu ri negando.
Nino- abusadona, cara.
Neguei ainda rindo e voltei a procurar a boca, finalmente encontrando depois de uns minutos, era um pouco distante da casa que nós tava, uns 15 à 20 minutos, por aí.
Xx2- bom dia, tá procurando o que? - um cara com fuzil nas costas me parou na frente da boca.
Nino- vim falar com o Gil - ele assentiu entrando e eu coloquei a mão no bolso esperando.
Xx2- pode entrar- avisou abrindo a porta e eu entrei vendo um povo sentado na entrada fumando - é aquela sala alí, só bater na porta.
Nino- valeu - ele acenou com a cabeça e eu caminhei batendo na porta, entrei depois que mandaram eu entrar, Gil tava sentado na mesa, com uns papel na mesa dele.
Gil- senta aí - apontou pra cadeira na frente dele e eu sentei. Ele era sério, tipo, muito sério mesmo- solta o papo.
Nino- eu vim do Borel, Lineu mandou eu vim pra cá- falei acanhado. Porra o cara tava com uma arma em cima da mesa, virada pra mim.
Gil- Lineu tá preso, porra, como ele ia mandar tu aqui? - ergueu a sobrancelha e eu entreguei o envelope pra ele, o mesmo abriu ficando uns minutos olhando tudo- ah, e tu mesmo - deu de ombros guardando o envelope.
Nino- eu mesmo? - perguntei confuso e ele levantou pegando alguma coisa na gaveta e me entregando, era tipo uma carta também.
Gil- Carla me enviou essa semana isso aí, tava falando que vinha alguém da confiança dele pra cá, cê deve ser o Nino- Assenti- tu vai ficar com meu filho no posto, como tu é novo aqui ele vai te ajudar em tudo.
Nino- vai me colocar de frente? - perguntei assustado e ele assentiu óbvio.
Gil- tá escrito na carta que tu era braço direito dele, ou tô errado? - neguei - então, meu filho não é o Sub mas é o de frente em tudo que eu faço, tu vai ficar junto com ele nas missão e nos trampo simples.
Nino- beleza.
Gil- cê veio sozinho ou veio alguém contigo?
Nino- veio a ex mulher do meu primo e meu afilhado.
Gil- estão tranquilo? Já conseguiram uma casa?
Nino- tá suave, aluguei a casa da 12.
Gil- beleza, vou chamar meu filho, tem problema cê começar agora?
Nino- problema nenhum - ele assentiu chamando o filho no rádio. Uns minutos depois o cara chegou, sabia que Gil tinha filho, mas nunca tinha visto.
Xx3- chamou? - perguntou me olhando confuso.
Gil- chamei, esse é o Nino, ele vai ficar contigo no trampo.
Xx3- o vapor do Lineu? - peguntou olhando pro pai que assentiu- satisfação, Juca - cumprimentei com um aceno de cabeça.
Trocamos mais umas idéia e eu aproveitei pra mandar mensagem pra Willow, se eu não avisasse era riscado ela achar que eu morri. Nós já tinha que ir pra boca da 9, já vi que vou chegar em casa quebrado.
Willow narrando.
11:45h
Passei a manhã organizando as caixas e limpando a casa, confesso que tô acabada. Matias ficou na sala brincando com os carrinhos dele quietinho, agora tô fazendo almoço, não tem muita coisa aqui, então tô fazendo macarrão com carne moída, fácil e rápido.
Matias- mamãe, já tá pronto? - chegou na cozinha com os carrinhos dele na mão.
Willow- tá quase, filho, quer um pouco da carne? - ele assentiu e eu coloquei um pratinho pra ele- senta na mesa pra comer direito.
Matias- tá bom - sentou na mesa comendo um pouco e eu sorri vendo a carinha dele- tá muito gostoso, mãe.
Willow- que bom, amor- sorriu e ouvi meu celular - já venho, cuidado e longe do fogão- ele assentiu e eu peguei meu celular vendo que era o Nino.
Ligação on
Willow- fala, Nino.
Nino- já fez almoço?
Willow- tô terminando, por que?
Nino- tem como cê trazer almoço pra mim e pro Juca aqui? Não estamos conseguindo pedir quentinha.
Willow- o almoço é macarrão com carne moída, tem problema? - perguntei enquanto ia pra cozinha desligar o fogo.
Matias- acabei - ergueu o prato.
Willow- coloca na pia- ele assentiu colocando e saiu pra sala.
Nino- tem problema não, teu macarrão com carne moída é o melhor.
Willow- beleza, só vai me falando aonde é, vou colocar aqui nas vasilhas e levo pra vocês.
Nino- beleza, tu é braba - rimos
Ligação off
Neguei colocando o macarrão nos potes e coloquei junto o suco que eu fiz.
Willow- bora entregar o almoço do teu dindo, filho? - perguntei e ele assentiu levantando.
Saímos de casa trancando tudo e dei a mão pro Matias, fui indo pelo caminho que Nino me indicou e achei ele parado na frente de uma boca, tava só ele lá.
Matias- é o dindo? - apontou.
Willow- é, vai lá entregar pra ele, cuidado pra não derrubar- entreguei a sacola pra ele que foi devagar até o Nino.
O mesmo mandou beijo pra mim e eu retribuí, logo Matias voltou correndo e nós foi pra casa, tô morrendo de fome.
Chegamos em casa em dois pulos e já fomos logo pra cozinha, coloquei nossa comida e comemos na sala vendo televisão, Matt já tava cansadinho e quase dormindo enquanto eu lavava a louça.
Willow- tá com sono, filho? - perguntei indo pra sala e ele veio pro meu colo.
Matias- tô com calor e sono- resmungou coçando o olho.
Willow- bora tomar um banho pra dormir um pouquinho - fui com ele pro banheiro.
Dei um banho nele e coloquei o mesmo na cama, com o ventilador ligado.
Matias- acha que eu vou ver o papai de novo? - murmurou mexendo no meu cabelo.
Willow- não sei, pequeno, talvez- sorri de lado- o que que você é da mamãe? - perguntei dando um cheiro nele que sorriu.
Matias- seu pretinho preferido- sorriu sonolento e eu enchi ele de beijo.
Willow- meu pretinho preferido- afirmei agarrando ele e o mesmo soltou aquela gargalhada gostosa.
Fiquei com ele até o mesmo dormir e saí do quarto pra fazer minha unha, tava terrível. Demorei um pouquinho pra fazer já que toda hora eu parava pra fazer alguma coisa, mas no final eu amei.
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João Carlos (Juca)
25 anos