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Penha
13:45h
Willow narrando.

Semanas depois.

   Hoje eu não tava legal, dor de cabeça do cacete, garganta inflamada, cheia de coisa pra fazer e sem a mínima ideia de como coloca tudo nos eixos até acabar o dia, sem paciência e a ponto de explodir com o primeiro que testar a minha paciência. 

   Ontem minha querida mãe, pra não falar ao contrário, apareceu na minha casa com a cara mais lavada pedindo dinheiro, falando que tinha que fazer uma cirurgia e que não ia conseguir pagar tudo sozinha, que era urgente, mesmo não gostando dela infelizmente é a minha mãe, eu ia tentar arrumar o dinheiro, mas hoje sabe o que eu acabei de descobrir? Que o dinheiro não é pra porra de cirurgia nenhuma, é pro maridinho dela vagabundo que tá com dívida em bar e jogo, aaah, pelo amor de Deus, eu luto pra não deixar faltar nada pro meu filho e cê acha que eu vou bancar esses dois? Vou nada.

   Acabei discutindo com o Juca também por conta de ciúmes dele com uns vapor, não apareceu lá em casa ontem, só mandou mensagem perguntando do Matias e sumiu, Lana falou que ele tava fazendo alguma coisa pro Gil, agora se é mesmo eu não sei e não faço questão de saber. Acabei de chegar no morro, fui levar Matias na escola, hoje é sexta e ele já saí mais cedo, quase que não levei ele hoje mas como não tava com muita cabeça, não quis deixar ele em casa por agora enquanto eu tô assim, senão riscado eu descontar nele sem motivo e eu iria  preferir me matar do que isso.

   O dia hoje não tava nem quente nem frio, tava gostoso, o que eu até prefiro quando eu tô assim porque posso deitar na minha cama, enrolada na coberta e ficar lá sem me preocupar com calor dos infernos. Senti meu celular apitando na bolsa, peguei vendo que era mensagem do grupo da família, da Joana falando sobre umas blusas, ia responder mas escutei me chamaram, virei olhando quem era e revirei os olhos.

Willow- o que tu quer, Jaqueline? Eu não tô num bom dia - guardei o celular na bolsa e a vagabunda deu um sorrisinho falso. No colo dela tava a Paula dormindo, o que é um milagre porque pra ela ficar com a Paula e raro.

Jaqueline- o dia tá tão lindo pra você ficar nesse mal humor- negou se aproximando mais. Bufei virando e comecei a andar pra longe- eiii, espera aí- senti a mão dela no meu ombro. Respirei fundo virando novamente- por que tá fugindo? Tá com medo de mim? 

Willow- medo de você? - ri irônica - me poupe, garota, quantos anos cê tem? Dois? 

Jaqueline- quanta ignorância- sorriu provocativa- eu só queria perguntar como anda seu namoro, fiquei sabendo que não estão se falando - comentou como quem não quer nada. Fechei a cara me segurando pra não explodir com ela.

Willow- o que te faz pensar que eu falaria da minha vida pra você? Na real eu nem sei o porquê eu tô dando ideia pro seu tipinho.

Jaqueline- meu tipinho? - riu- e o que seria meu tipinho? O tipo gostosa que ninguém esquece? Se é que você me entende claro.

Willow- do tipo baixo, bem baixo - sorri provocativa- fala logo o que cê quer e me deixa em paz.

Jaqueline- Cê sabe que eu não sou de desistir fácil - percebi - então eu vou direto ao ponto- fiz sinal pra ela prosseguir- quanto você que?

Willow- quanto eu quero pra que? - perguntei sem paciência vendo uma movimentação estranha atrás dela, no beco pra ser mais específica.

Jaqueline- pra deixar o Juca pra mim e sumir das nossas vida- ri sem acreditar no que ela tava falando- acha que eu tô brincando? Eu tô falando sério, eu pago o quanto você quiser, deve tá com ele só por dinheiro mesmo.

Willow- pelo amor de Deus, Jaqueli.....- parei de falar engolindo a seco vendo um cara do morro inimigo parado encarando a gente com uma arma na mão. Juca já tinha me mostrado uma foto de todos do outro morro, era o morro que mais tava ameaçando subir aqui- Jaqueline

Encontro de amores {M}حيث تعيش القصص. اكتشف الآن