De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Entrevista e hamburgers
Hey, amiga! Boa noite ^_^ Eu não tinha me dado conta, mas... Ontem fez um mês que me mudei para cá. Nossa, nem parece! =P
Bom, hoje à tarde eu fui fazer aquela entrevista no escritório onde a Jack trabalha. Fiquei sabendo (depois de pesquisar e conversar com ela) que a empresa tem duas sedes, aqui. Uma focada na contabilidade (onde eu fui fazer a entrevista) e a outra parte mais voltada a contato com cliente (onde a Jack fica).
Como eu tinha sido indicado, pareceu um pouco diferente do que eu esperava (e ter assistido àqueles vídeos com dicas ajudou bastante). Pra começar, a mulher que me entrevistou não parecia estar muito afim de fazer isso... Ela ficava dando uns suspiros longos (impacientes) e torcendo a boca ao olhar pro meu currículo (que não é nada impressionante).
Aí ela começou pedindo pra eu falar de mim... Eu acho essa pergunta muito ruim, sério (não tem muita coisa interessante para uma empresa sobre a minha pessoa). Acabei falando que tinha passado pelo ensino fundamental e médio com boas notas (o que é verdade), e que eu me dava bem com todas as matérias (não amo nem odeio nenhuma), e expliquei que ainda não tenho experiência com trabalhos anteriores (mas falei de alguns projetos que fiz na escola, organizando grupos... achei que poderia ser positivo para mim).
Ela ficou me olhando enquanto mastigava a caneta. Era um olhar do tipo "O que estou fazendo neste planeta?". Sei lá, ela não parecia estar bem. E ela teve a brilhante ideia de pegar numa gaveta uma papelada e me dar. E perguntou se eu entendia aquilo.
Bom, era uma porção de tabelas e números... Depois de analisar um pouco vi que eram as movimentações de dinheiro de uma pessoa. Acho que algum cliente antigo da empresa, porque era datado de 2007. Quando eu disse que compreendia, ela virou o notebook pra mim e pediu para eu fazer a catalogação daquilo, e se levantou. Eu perguntei em qual aplicativo deveria entrar, e ela apontou pra um lugar na tela como quem diz "não é óbvio?", e eu já percebi aí que ficar perguntando demais não é exatamente uma boa ideia... Pra piorar, ela tinha apontado para a Área de Trabalho do computador, onde estava LOTADO de ícones e atalhos de uma caralhada de coisas sem sentido (pra mim).
(nunca vi um PC tão zonenado)
Tive que usar o bom senso... Testei umas coisas (ela não prestava muita atenção, estava checando algo no celular), e depois encontrei um programa que parecia de cadastro da movimentação de clientes. E comecei a fazer o que eu achava que devia ser feito. Todos os campos estavam certos, mas no fim tinha que preencher alguns lugares onde eu tive que pesquisar naquela papelada toda. Pelo jeito, a empresa está passando por algum tipo de adaptação (de papel para o digital).
Quando a funcionária (que eu não lembro o nome) voltou a este planeta (já que ela estava no mundo da lua), viu que eu estava fazendo o trabalho. Eu ainda não tinha terminado, mas ela disse que já estava bom, e que entraria em contato caso tivesse alguma novidade.
Assim... Seca, fria.
A vibe daquele lugar estava cinzenta, nossa... Mas, fazer o quê. Eu preciso de um trabalho. E se for pra ser naquele escritório, que seja.
Agora me resta esperar a resposta deles.
Depois de eu ter voltado pra casa, recebi uma ligação do Nicolas. Sim, ligação, mesmo, e não uma mensagem (eu fiquei surpreso, porque é raro eu ter que atender algo). Ele me cumprimentou falando "Boa noite, candidato!" com uma voz linda que dava pra notar que ele estava sorrindo. Perguntou como eu estou, coisa básica... Mas era a maneira como ele falava, quase ronronando (meu gato) com uma voz rouca e baixinha, que fez eu ficar louco. Eu tentei entrar na dança, falando com "voz sexy", mas acabei rindo (acho que não consigo fazer voz sexy, rs), e ele revelou que gosta de ouvir "isso". Quando eu perguntei "Isso o quê", ele respondeu que era meu riso... Aahhh, Me segura! Ele disse que gosta de ouvir meu riso!
Eu amo esse homem... Ah, meu Deus! Eu amo o Nicolas!
E eu fiquei tão sem jeito no telefone (ele deve ter notado). Então ele disse que tinha uma pessoa que queria MUITO falar comigo. E logo eu ouvi "alô tio idáqui"...
Aí sim, meu coração quase faliu.
Aquele garoto (o filho do homem que amo) é realmente muito fofo. Sabe o que eu fiquei pensando? Olha, vai parecer besta, mas eu me impressionei de ele ainda se lembrar de mim. Não que ele tenha memória ruim, NÃO É ISSO. É que criança tem uma mente ativa, pula daqui pra lá, pede um brinquedo numa hora e logo esquece porque já está de olho em outro... Então pensei que, depois de uma semana, ele já teria visto pessoas o bastante para se esquecer de mim. Mas quando ele falou aquilo no telefone eu me senti "O CARA".
Aff... kkkk... Como se eu fosse famoso e especial, sabe? Ok, agora pareço ridículo, kkkk...
Só que eu não sabia o que dizer no telefone com um pinguinho de quatro anos. Então só falei "E aí, Lucas?", e ele começou a contar alguma coisa que tinha feito na escolinha (acho que alguém ligou a tecla SAP do moleque, porque eu estava entendendo até que bem o que ele dizia). Nada muito interessante, mas o Lucas falava com uma empolgação de dar gosto. E logo eu ouvi o Nicolas cochichando para que ele me chamasse pra jantar.
Ah, amiga... (eu quis beijá-lo de novo... e de novo, e de novo, e mais uma vez... e ainda quero).
E o Lucas fez o convite na linguagem infantil dele. Começou a explicar (desesperado) que tinha lanche demais, que a Tia Jack tinha feito muito, rsrs. Ele falava como se fosse o maior desastre, kkk... Depois disso o Nicolas pegou o telefone e perguntou se eu aceitava. Eu fiquei meio quieto, e ele insistiu. "Vem, jante com a gente... Eu gostei de ter você aqui na quarta. Você sabe, foi... bem legal".
Se ele queria causar um curto circuito em mim com aquela voz rouca, conseguiu...
"Com você pedindo assim, todo sedutor...", foi o que eu respondi, na cara e na coragem (meio que brincando, mas... ao mesmo tempo falando sério). Eu acho que eu não falaria isso pra um simples amigo (só se fosse um amigo super zoeira de longa data, o que não é o caso). Eu ouvi ele dando um risinho meio encabulado no outro lado da linha (oh, God!), e respondeu que estava me esperando.
Como eu já tinha tomado banho (fiz isso enquanto ainda tinha sol, senão meu chuveiro não daria conta de esquentar), apenas precisei me trocar e partir para a casa do homem mais maravilhoso deste mundo. Assim que cheguei, bati palmas (não tem campainha... e eu não queria ficar gritando o nome de ninguém, nem batucando o portão que nem o orczinho de academia fez). Logo a Jack saiu para me receber, e o Lucas escapuliu por entre as pernas dela e veio correndo até mim. Assim que o portãozinho foi aberto ele pulou e se agarrou ao meu pescoço, e se prendendo em minha cintura com as pernas.
Amiga, eu nunca tinha pego uma criança no colo dessa maneira. Fiquei perdido e desajeitado, e a Jack riu, me mostrando como se faz (e, que menino leve!).
Ao entrar, o Nicolas se demorou um pouco mais do que o normal olhando para mim e o Lucas. Ele estava com um sorriso angelical no rosto, parecia feliz em me ver com o menino no colo (foi com relutância que eu desviei daquele ser perfeito, porque a Jack começou a colocar os lanches na mesinha de centro da sala, e o Lucas já desceu de meu colo e me puxou para lá). No fim, ficamos os quatro comendo na sala (o Lucas sentado no tapete com o prato na mesinha, eu com a Jack no sofá maior, e o Nick sozinho em outro - tenho a impressão de que a Jack está nos mantendo distantes de propósito).
Conversamos sobre várias coisas enquanto o Lucas assistia um desenho estranho de umas minhocas mais estranhas ainda, e eu contei pra Jack como foi a entrevista, e ela disse que o departamento de contabilidade é gelado, mesmo (simbolicamente falando). Pela forma como ela ficou empolgada por eu ter recebido um teste prático, acho que tenho esperanças de conseguir algo lá.
Eu comi dois hamburgers (não eram tão grandes, então nem me olhe torto...) e depois percebi que tinha uns livros de estudo numa mesa de canto. Coisas do Nicolas, para o vestibular. Por isso, achei melhor ir embora logo. O Lucas ficou pedindo para eu não ir (aqui eu me lembrei de mim mesmo, quando minha tia vinha – a tia lésbica que se divorciou do irmão de minha mãe - e eu não queria que ela fosse embora, pra não ter que ficar de novo sozinho com meus pais), mas eu tive que ignorar o Lucas e ir. Eu sabia que o Nicolas estava estudando antes de eu chegar, e seria inconveniente se eu ficasse.
Quem me acompanhou até lá fora foi ele (com o pingo atrás, claro). Foi uma despedida normal, exceto que ele pegou rapidamente em meu queixo (coisa de um segundo, mas o bastante para eu sentir um "choque") e falou "Se cuida, Zak". Aquele décimo de segundo pareceu ter uma conexão enorme com ele. Acho que, se o Lucas não estivesse ali (no colo do pai) eu teria arriscado uma aproximação.
Ah, sei lá... Talvez não.
Porque a sensação de que ele está sendo cauteloso ainda está presente. E a Jack ficava ao meu lado durante o jantar como se estivesse me protegendo do próprio irmão. Como se ela fosse minha escudeira, sei lá. Eu aprecio demais a presença dela, mas adoraria ter sentado ao lado do Nicolas... =/ (mas enfim, oportunidades não faltarão... ele mora logo ao lado, embora meio longe de minha casa solitária).
Antes de eu dar as costas para ir embora de fato, o Lucas se lembrou do sorvete que havia sido prometido semana passada. O Nicolas riu e brincou com ele: "Mas está frio, rapaz!", mas o menino insistiu. Nessa hora o Nicolas me olhou e mordeu o lábio (daquele jeito, ahh!) e perguntou "Topa, amanhã? Podemos ir nós três, durante a tarde".
É claro que eu aceitei... Me pedindo daquele jeito, não tinha como negar...
Eu quero aquele cara pra mim... E ficar longe está cada vez pior (e ficar perto também dói, porque não fico perto da forma como eu gostaria). Não é um inferno?
É... Gostar de alguém sem estar de fato com a pessoa é uma coisa de louco. Mas, veremos amanhã. Quero curtir esse sol de outono junto com meu gato (e o pinguinho dele).
Mal posso esperar...
Espero que dê tudo certo.
Vou parar por aqui, amiga. Desejo a você uma boa noite, e sonhos maravilhosos!
💕
Olá, fujodanshis! Vocês gostam de PLAYLISTS de livros? (seleção de músicas baseadas em algum livro)
Eu fiz algumas para vocês curtirem! Tem de "Gatos Pervertidos", do Isaac e também um especial "Velazque Motoclube" (para quem leu Anjo Negro).
Vou deixar o link no comentário da lateral (para ficar clicável), mas qualquer coisa é este aqui:
bit.ly/lyanplaylist
São músicas que gosto e que considero que combinam com os respectivos títulos. ;-)
Have fun!
IT'S
BETTER
WITH
MUSIC
K I S S E S 💋 K I S S E S