25.08.18 - Sábado

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De: zakrod98@gmail.com
Para: isa.sk8.2010@hotmail.com
Assunto: Eu... Não... Consigo... Dormir


Bom dia, amiga. Estou escrevendo do celular, e agora são quase 4h da madrugada.

Estou no quarto do motel (yes!), e o Nicolas está gloriosamente deitado na cama, oculto apenas pelo edredon branco e espesso que também me cobria um minuto atrás. Ele dorme como um anjo devasso...

Como eu não consegui pegar no sono (e por isso estava atrapalhando o do Nick) resolvi escrever logo tudo o que está em minha cabeça... (um turbilhão de coisas).

É até bizarro: enquanto eu estava deitado (tentando dormir) ficava repassando as coisas e pensando em como te contaria. Eu ficava meio que escrevendo este e-mail mentalmente, sabe? Até que percebi que o melhor era levantar de vez. Estou sentado em uma poltrona rosa que tem perto da cama e sinto como se estivesse no céu.

Inclusive, essa poltrona (uma cadeira erótica) meio que foi um dos palcos disso...

Tudo começou ontem à noite, quando a Jack foi para a casa das flores com o Lucas. Antes de sair ela disse "A maior dica que posso te dar é: relaxa". Bem, isso eu sabia, na teoria. Mas minha dúvida era se eu conseguiria isso na prática. Então, como parte desse processo de relaxamento, subi para o banheiro e comecei a me limpar (por dentro e por fora, você me entende). Escolhi uma camiseta branca (a vermelha que eu gosto já foi usada em passeios demais, de acordo com as fotos do celular da Jack), e coloquei um moletom preto por cima. E minha skinny preta, e meu tênis novo... que também é preto. E, se faz alguma diferença para você saber disso, minha cueca era azul (ahá, te peguei... você pensou que seria preta, né?).

Bom, esse foi um detalhe à parte... Eu fiquei mesmo preocupado sobre minha roupa de baixo. Peguei a melhor que eu tinha. Ela fica meio agarrada, sabe? Bem, eu achei que ficou até que... interessante.

Ok, estou ficando com vergonha só de escrever isso, não consigo imaginar como será o resto (porque aconteceram várias coisas).

Voltar a olhar para o sono do Nicolas me acalma... Ele é tão... aahhh!

Então. Ontem, às 19h40, eu já estava na minha varanda, esperando ver o Nicolas. É que, quando ele voltou da faculdade, havia ido direto para a casa dele. Foi nossa combinação: não nos veríamos até ele passar aqui na frente me buscar. E não demorou muito. Ele estava mais lindo que nunca (ok, eu sei que eu falo isso quase sempre... mas esse homem tem a habilidade de dar um tiro em meu coração a cada roupa diferente)... Ele estava usando, pela primeira vez, aquela camisa preta que a Jack deu no dia dos pais. O Nicolas não é de usar preto (essa tarefa é minha), então foi devastador (no bom sentido) admirá-lo se aproximar daquele jeito, parecendo um gigolô de luxo.

O carro estava estacionado na frente da casa das flores, mas ele veio à pé até meu portão. Eu já tinha saído para a calçada e estava lá, esperando, com o coração na mão.

Ele chegou e não disse nada. Apenas me olhou, e segurou em minhas mãos. Dava para ver, mesmo com a pouca iluminação de um poste meio distante, que aqueles orbes verdes brilhavam. Levantei minhas mãos para o rosto dele, e o puxei para mim. Acho que já te contei, mas preciso ficar na ponta dos pés para alcançar a boca do Nicolas, só que ele sempre se abaixa um pouco para nos beijarmos... E foi um beijo tão lento, tão gostoso...

E ele foi até meu pescoço e deu uma mordida rápida na minha pele... no meio da rua... A sorte é que aquele beco sem saída estava deserto para onde quer que olhássemos. Aquele pequeno ato dele foi como um "start" de nossa noite, pois tudo em mim se arrepiou.

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