Obrigada por começarem a ler... Espero que gostem.
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Meus amores ... Pode acontecer de alguns capítulos estarem fora de ordem. Peço com muito carinho, que sempre confiram se estão lendo a numeração certa ( descrita sempre no início do capitulo).
Não sei o que ocorreu, mas sei que alguns saíram da ordem - E eu tentei algumas formas mas não consegui reorganizar. Desde já agradeço... e muito Boa Leitura.
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Sem revisão.......
( Capítulo renovado)
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Inacreditável...
-Universo, não sou culpada por ter nascido. Pare de armar e comece a cooperar.
Samantha resmungou levantando os braços, como num apelo. Nem se lembrava quando começou a dizer essa frase, mas era uma de suas frases para descarregar as frustrações. Ou fazia drama/palhaçada, ou ficaria doida.
Resmungava enquanto arrumava suas coisas.
- Se eu fosse "vida louca" - Ela riu - não. ..eu não conseguiria ser" vida louca".
E respirou fundo...
As vezes achava que não tinha nascido pra ser feliz.
Poderia até ter momentos alegres, mas, sempre tinha um preço ou pelo menos era o que a vida parecia querer que ela acreditasse.
Sempre que parecia que ia ficar bom... Ela tinha quase certeza de choraria depois.
Mesmo assim, ela sempre foi um amor de pessoa, divertida.
No ensino fundamental ou no ensino médio, nunca entendeu o "porquê" de não ter amigos, so aqueles acenos de " oi, e ai? " . Claro que uma ou outra colega de classe, pra fazer companhia no intervalo... E ela gostava dessas companhias.
Já a sua prima Alice, vivia cercada de pessoas. Pareciam gostar dela, talvez por lembrar essas atrizes de filme adolescente.
Antes do fim do ensino fundamental, Samy brincava ( as vezes ) Com a Gilvania, 2 anos mais velha, mas a familia dela mudou de cidade antes do ensino médio.
Marília - mãe de Samantha - tinha adoração pela sobrinha, desde que esta nasceu.
O pai, sempre demonstrava mais carinho pela filha, do que a própria mãe.
Ele sempre dava um jeito de estar em casa, pra dar um beijo de boa noite na filha.
Ele morreu, ela tinha 10 anos.
Mesmo com as diferenças, Samy sempre foi carinhosa com as duas, amava a avó - mãe de seu pai.
Era fofa tambem com as pessoas que conhecia.
Marília sempre comparava as duas. Seja com pequenos comentários - do nada- ou quando presenteava Alice com alguma roupa " Não ficaria tão bem na Samy, e pra evitar que ela seja magoada por ouvir que não está bom, a visto como fica melhor pra ela... Mas você, fica linda com tudo que trago".
E Samantha por um bom, longo tempo, achava que era pro seu próprio bem, o que ouvia.
Isso ficou pior quando Samy começou a ganhar peso, a partir dos 12. Não tinha obesidade, mas o corpo já mostrava que teria mais do que a " modelo que tinham em casa".
Já a prima continuava magra - E com os cabelos loiros, pra alegria eterna de Marilia- que temia que um dia eles começassem a escurecer.
Alice, quando criança, era carinhosa com a prima, mas foi percebendo a adoração da tia e que era tratada feito princesinha.
Sempre ouvia da tia, que era sua unica familia. Sentia inveja quando a prima tinha o pai por perto, lhe dando carinho.
Quando ele a chamava pra sentar com eles - Nas vezes que Alice ficava observando escondida, ele contando histórias pra filha - Ela se aproximava, mas não parecia suficiente, ela queria os pais dela. Queria ter atenção do pai da prima, como tinha a da mãe... Já que seus pais se foram por causa de Samantha.
*Era o que ela havia escutado, algumas vezes.
Aos 15, Alice tinha um namoradinho, e depois disso quase não ficava solteira.
Fazia questão de lembrar a prima de que os homens gostavam das loiras e/ou de mulheres magras, apesar de Samantha não estar obesa, mas tinha uns quilos a mais.
Devido as conversas da prima, e por não ter uma amiga, ela quase não saía de casa. As vezes fazia companhia a uma senhora que morava na mesma rua que a sua.
Antes do pai falecer, visitava a avó com mais frequência. Depois, a mãe começou a por dificuldades.
Dona Elisa ia busca-la, pra ficar o fim de semana... Quando Marília não fazia muita birra e deixava.
Samy era apaixonada por livros, series de tv, filmes, novelas, desenhos, animes... Música.
Esse tipo de entretenimento, por um longo tempo foi a sua " única " companhia. Se sentia amiga dos personagens... Criava cenas em sua mente.
Então quando já havia terminado o ensino médio... 'descobriu' ' um Sebo, no mesmo bairro da cidadezinha onde morava.
Em uma de suas visitas pra trocar seus livros, e conversar um pouco com o dono - Um jovem, mas só talvez não tivesse a idade que aparentava, e sua ajudante, também jovem- conheceu Ana Carla, outra apaixonada pelas mesmas coisas que ela.
E foi amizade a primeira vista.
Ana era um ano mais velha. Na ocasião tinha 18 anos, e também tinha uns quilinhos a mais, um pouquinho mais que Samy.
A família dela tinha acabado de se mudar, ela deu um jeito de procurar um lugar pra renovar o estoque de suas companhias.
No dia em que foi a casa da amiga, pra irem até a pracinha tomar um sorvete e jogar conversa fora, conheceu Marília e Alice. Percebeu logo como era a situação.
Naquele dia ela viu que Samy era alguem que merecia mais que aquele lugar, merecia realizar os sonhos que falava que tinha - de se mudar, estudar, ser uma pessoa bem resolvida. Elas duas mereciam, mas no caso de Ana, a familia era um amor.
E conversavam - e também viam Alice, o namoradinho e sua galerinha do outro lado da praça, na lanchonete. Gargalhando, com certeza falando delas - e Samy pra disfarçar a tristeza, começava a inventar sobre quando Ana conheceria um cara e se casaria.
- Você também vai casar. Aliás, você vai casar... Eu quero, aproveitar um pouquinho antes. Aliás, nós vamos.- Ana dizia, e elas riam. - Aqui só tem menino besta. - riram de novo.
Ela sempre protegia Samy como se fosse sua irmã mais nova... E era recíproco.
" Você é a irmã que a vida me deu." - Ana Carla sempre dizia.
"Vamos sempre cuidar uma da outra". - ela respondia.
Elisa adorou conhecer a Ana e nesse tempo, conseguia ver a neta com mais frequência.
E a avó, sempre incentivava elas a buscarem mais que aquele lugar. Apesar de não ser uma cidade tão esquecida.
As duas criaram um plano: mudar de cidade.
Então, cada vez que cuidavam de crianças dos vizinhos, ou reforço escolar, guardavam a grana - com os trocados que já guardavam antes.
E com a ajuda dos pais de Ana Carla, e de Elisa - de amigas dela - encontraram uma casa para alugar, em Salvador.
E Elisa disse a Marília- assim que a neta entrou no táxi e esperava por ela pra irem até a rodoviária... - Se mudar qualquer coisa no quarto da minha neta, arranco você daqui pelos cabelos. Eu venho conferir. Elisa se aproximou de Marília - Tenho amizades muito importantes aqui e você sabe que eu não estou brincando. Não me provoque.
Elisa tinha ficado com Samy, lá, nos dois dias que arrumaram o que ela levaria.
Samy tinha 22 e Ana Carla 23 anos, quando se mudaram.
Frio na barriga, ideias, medo, e fingindo coragem até acreditar que tinham.
Mas foram, pois acima de tudo, tinham a vontade de vencer.
Até então. .. As duas não tinham namorado, nem mesmo beijado alguém...
Ana Carla entrou pra faculdade, começou o curso de Publicidade e Propaganda.
Samy, não tinha ao menos conseguido bolsa e Carla ficava pensando no motivo de a vida ser tão chata com a amiga, que era a melhor pessoa ( exceto os pais) que ela conhecia. E Samy era inteligente.
E quando Ana fazia o segundo semestre, Samantha tentou outro vestibular, passou, porém não teria como pagar. Ana falou que conversaria com o pai e então ela falasse com a avó ( Samy não deixou, afinal já ajudavam ela, e também com algumas despesas).
- Por enquanto vamos cuidar do que você já tem. O que a gente consegue já é pra coisas aqui, e suas coisas na facul. - Samy dizia.
- A gente? Só você está trabalhando, e ainda me ajuda.
- Claro, calma que vai dar pra mim em algum momento. Mas já que você conseguiu primeiro, tem de fazer as atividades, se alimentar, tirar xerox... e conhecer carinhas.
- Conheci uns caras legais, mas não são interessantes pra namorar.
Samy riu. - Calma meu bem... Logo logo vai aparecer um do jeitinho que você quer. Mas pelo menos da pra beijar né? Adiante isso também.
- Veremos.
Samy trabalhou como caixa de supermercado, depois garçonete, telemarketing, babá, diarista, recepcionista, vendedora... Nenhum emprego durava o bastante, e as vezes era pouco demais...
E as pessoas gostavam dela, mas por algum motivo na vida, que nunca soube explicar, não tinha tanta sorte.
Ana Carla odiava trabalhar como operadora de telemarketing, mas, tinha um bom horário pra estudar. De tempo em tempo ela conseguia trabalho nessa área - Mesmo Samy protestando, dizendo que ela devia se concentrar apenas em estudar, que ela daria conta.
Os pais de Ana, sempre deram apoio às duas - o quanto podiam. Insistiram que mesmo com esforço, dariam um jeito pra ajudar a Samy estudar também, mas ela dizia que logo conseguiria bolsa mais favorável.
E também não queria que todo mês, eles pagassem o aluguel, por isso se esforçava pra poder pagar também. E sentia tanto orgulho da amiga, que seria Publicitária. - Um dia você vai nos por naquelas festas cheias de artistas. - Samy brincava.
- Se eu for conhecida assim. - Ana respondeu enquanto marcava um parágrafo no livro. E reclamava - depois de se lembrar - que faltava um assunto.
- Pesquisei pra você hoje, no intervalo do trabalho... - Samy lhe entregou duas folhas. - Mas agora não, meu bem... Fiz macarrão, vem.
- Você não existe. - Ana, disse levantando... Já sabia que não adiantaria protestar. - É aquele com sardinha e creme de leite?
- Hoje é, sabe que também amo.
- Já sei quem vai casar com você.
- Quem? - Samy parou e olhou pra ela.
- Eu. - Riu. - Mas você pode me trair, pra conseguir o que quer na cama, já que nisso não posso te ajudar. A não ser que nós comecemos a gostar.- E riu de novo, por causa da expressão que a amiga fez, e ter ficado vermelha.
Samantha telefonava com frequência pra avó, pra os pais de Ana...
E as vezes tinha curiosidade de ligar pra 'casa '... Talvez com essa distância pudessem sentir sua falta. Mas, o que ouvia era o quanto Alice, estava tendo sucesso como modelo, e marcam viagem pra Europa.
Numa dessas ligações, Marília lhe disse.
- Eu mereço uma vida melhor do que o que tenho, quero ser feliz. Você entende isso não é Samantha? Ainda bem que esse homem viu Alice lá na praça e reconheceu o quanto ela era bonita. Ele disse que vai nos levar pra Europa... Parece que quando você se mudou, as coisas andaram.
*
Antes da filha se mudar, Marília pagou o curso pra Alice, investiu nela, dizia que era pelo fato de ela não ter mais ninguém. E com um " amigo" que tinha carro, levava a sobrinha até a outra cidade pra ter as aulas e fazer fotos.
A "explicação " que ela dava pra Samy ( quando não aguentava ver a cara de " mãe porque não faz coisas assim pra mim? " ) era que Samantha era inteligente, conseguiria bolsa. Ou então que ela sabia fazer trabalhos pesados a prima não sabia. Que por isso tinha " preparado" Samy, mandando fazer as coisas em casa. Que fazia aquilo por Alice, pois ela não tinha ninguém - E não se esqueça, faço pra que ela esqueça que foi por sua causa que eles morreram... Só porque queriam te ver. Você gostaria de ver sua prima triste e deprimida?
A menina balançava a cabeça negativamente.
E Marília disse com um sorriso mais falso do que nota de 30. - Boa menina, então nos ajude, cuide das coisas... Prepare algo pra nós, vou chegar cansada. É uma pena que você não seja tão... com uma beleza igual a da Alice. Mas você pode trabalhar com as coisas que sabe fazer.
E Samy lhe disse- Mas um dia serei advogada talvez... Eu posso ser, meu pai dizia...
- Seu pai sonhava demais. Eu te preparo pra realidade... - Marília tocou nos cabelos da filha - Não quero que chore quando ouvir dos outros. Posso parecer cruel, mas estou cuidando de você. - Ela afastou a mão - Você não é tão bonita... Já viu como advogadas são? Mas enfim, estou atrasada. - e então saiu.
E Samy ficava com aquele sentimento de quem queria chorar até não poder mais. Porém se lembrava que tinha de ser forte, pra um dia provar que ela estava errada. - Eu vou estudar, ser alguém importante... Um dia, você vai me ver bem. - Falava baixinho enquanto uma lágrima escorria no rosto.
E Ana, que já sabia os dias que Marília saía e o tempo ( horas e horas) que ficava fora, chegava pra não deixar Samy chorar.
E nos dias em que Ana nao podia ir, ela ligava o walkman que a avó lhe deu e então dançava pela casa. Enquanto preparava alguma refeição e depois ia pro quarto, assistir na TV ( também presente da avó).
*
E enquanto Marília falava de como elas agora " tinham sorte" e que a beleza de Alice havia sido reconhecida rápido...
Ela não sabia a verdadeira história por trás do " Uau garota, você é muito linda... Eu sou um contato numa agência de modelos, você gostaria de ser uma? " . De um " desconhecido que a viu na praça ".
Samy pensava " melhor não dizer... deixa pra lá. Um dia, eu vou aprender a não gostar mais de vocês "
E a outra voz em sua mente, que sempre conversava consigo. " Credo Samy, não pensa assim em não gostar. Se você fizer isso, aí é que vão ficar com ódio. "
" Seu pai lhe mostrou como ser carinhosa... Continue sua vida, um dia quem sabe, aprendam. "
E depois que desligou o telefone, pensando em como a vida delas estava andando pra frente, rápido... Suspirou e disse que Ana Faria mais sucesso que a prima. E que um dia, elas também seriam reconhecida...
Um ano depois, a mãe e a prima já estavam em outros países.
E numa outra ligação - Uma raridade, pois levavam semanas sem se falar. Samy ligava pra ver se ouvia um " Como você esta? Quer saber? Vou te ver.. "
Que inocência...
Marília quando queria atender, era só pra falar como a prima estava fazendo sucesso. Ou outras poucas vezes, ela mesma ligava pra dizer isso.
Numa dessas ligações, a mãe sugeriu que se Samy estivesse em dificuldades, que pedisse ajuda a prima, pra leva-la pra fora do país. Que podia trabalhar para a prima, cuidando da casa onde estavam. - Você pode estudar enquanto isso.
"Nem se o inferno congelasse". Samy pensava. - Não precisa, estamos super bem.
- Já entrou pra faculdade?
- Ainda não.
- Está trabalhando?
- No momento não...
- Alice pode pagar a você e você cuida das coisas dela... E você poderia ir pra faculdade aqui.
- Vou desligar, tenho de sair. Tchau mãe.
- Só não mandarei dinheiro... Se quiser, venha trabalhar. Posso te ajudar assim. - " Por que não vem de uma vez... Sua prima está ficando super bem. Você só sabe fazer essas coisas mesmo. Não vai pra faculdade, não vai arranjar um homem... não vai ser feliz. Você não vai... eu estou começando a ser feliz. Você não precisa disso". - Ou pensando bem... Talvez seja melhor que fique aí mesmo. Você sabe que no tempo que estávamos juntas, as coisas não andavam.
- Eu estou bem. Não está faltando na...
- Vou desligar. Alice precisa de mim...
Não odiava a prima, mas também não gostava dos comentários, e dá "superioridade" de Alice. Tinha se livrado da presença, mas, as redes sociais e sua mãe não a deixava esquecer.
Também não tinha raiva da mãe... Só não entendia porque a mãe achava que ela devia sempre se contentar com pouco.
O pai nunca deixaria ela acreditar que não pode mais... A avó também não. E ela no fundo sabia, que um dia sua luz começaria a brilhar.
" Eu sou legal, vida... Já fiz novas amizades. Colabora aí. ".
- Tenho de passar nessa entrevista. Por que sempre é difícil, algo pra mim. Parece até uma praga.
Não era fácil, os pais de Ana, não eram ricos, mas conseguiam ajuda-las, e pagavam a faculdade da filha. As duas dividiam aluguel, as contas, compra de alimentos, as vezes só Samy estava trabalhando, e outras só a Ana Carla.
Mesmo com a Judá que recebiam.
E com todo esse esforço, conseguiu terminar a faculdade.
Samantha, conseguiu emprego numa livraria - pequena, era a única funcionaria.
Os donos logo se encantaram vom ela. Na primeira semana ja recebeu a chave e a responsabilidade de cuidar da loja, sem eles.
- Você é ótima, vai tirar de letra. - A senhora lhe disse e o marido confirmou.
Ela dizia que Samy tinha algo especial... E que não pararia ali.
E como eles queriam viajar, deixaram ela cuidando das coisas. Claro que no começo eram viagens de três dias, uma semana... pra lugares pertos, até que Samy aprendesse tudo.
A Sobrinha deles, de vez em quando passava lá, pra verificar a contabilidade.
E Samy se desnvolvia muito bem, afinal, estava num ambiente que adorava.
Em semanas ela já trocava e-mails e ligações com o pessoal das distribuidoras, jornais... Cuidava do estoque da parte de artigos para presente.
As equipes que iam até lá, montar painéis, levar as entregas e recolher livros, revistas, adoravam conversar com ela.
Não só eles...
A Livraria ficava próximo a uma Faculdade, um Colégio, prédio empresarial.
Então ela acabou conhecendo muitas pessoas de todas as idades, classes sociais, e profissões diferentes.
Muitos faziam questão de passar por lá, pra vê - lá novamente e isso lhe rendia boas vendas.
Grupos de alunos, tanto do colégio quanto os da faculdade, passavam por lá. Muitos gostavam de falar sobre séries e filmes que estrearam.
Ou sobre os interesses amorosos.
Todos achavam que ela era uma boa ouvinte. Divertida. Que dava bons conselhos...
Ana já sabia de tudo isso. Mas ficou surpresa a primeira vez que viu, a quantidade de pessoas que passavam por lá pra dar um " oi", num certo dia que foi fazer companhia pra ela - e sabiam que ninguém ( os donos ou a sobrinha deles )aparecerecia.
- Da pra ser vereadora. - Ana brincou quando enfim ficaram só.
- Ôh meu bem... sabe que você é a melhor né?
- Eu acho bom mesmo... - Ana riu. - Tá na hora de você chegar lá em casa dizendo que recebeu convite pra sair.
- Um dia desses o supervisor da equipe do jornal ficou aqui dizendo que ia me chamar pra sair.
- E ai?
- Era brincadeira dele, menina. Foi só pra eu dar risada e deixar eles fazerem o serviço naquele dia, é que estava programado pro outro dia.
- Quero ver que dia você vai parar com isso.
- Isso o quê? Olha aqui oh... O que mandaram de novo. - Samy lhe mostrou o box da saga Crepúsculo.
Ela sorriu e os pegou da mão da amiga, que dizia - Sabia.
Ana gostava, achava bonitinho a história dos vampiros. Samy ria e ela dizia que não era nada demais achar bonitinho.
Naquele dia, Samy deu de presente a amiga o box com os livros da série.
Samantha nesse período já começava a se interessar pelos heróis.
E também uma nova paixão surgiu... Decoração de interiores.
De tanto ver as revistas de arquitetura e decoração, se apaixonou pelo tema.
Quando não tinha o que fazer, lia Romances Julia, Sabrina, Bianca - costume que tinha desde antes de conhecer Ana, não é a toa que se conheceram num sebo.
Ou então, ela rabiscava uns desenhos...
Numa tarde, uma das moças que sempre ia conversar com Samy, apareceu lá com um rapaz. O rapaz que Samy tanto ouvia sobre...
O rapaz que talvez a moça namoraria sério, mas não tinha afirmado pois queria fazer intercâmbio, então poderia não dar certo, namoro a distância.
E Rayane apresentou o Rodrigo a ela.
Samy levou uns segundos tentando parecer bem, mas por dentro pensava " Já teve caras bonitos aqui, e como... Mas, gente... Cadê Ana aqui pra ver esse rapaz. ".
Mas como uma pessoa super legal que era, logo o rapaz estava super a vontade.
E ele viu que tudo o que ouvia, não só da jovem com ele, mas de outros também... e até de alguns professores, era verdade.
Ela era um encanto.
.
Ana ainda não havia conseguido emprego na aérea, porém trabalhou em algumas empresas, como assistente. As vezes só " tirando férias de alguem".
E assim, 2 anos...
Apareceu a oportunidade de Ana Carla trabalhar por 1 ano e meio, em Nova York, numa agência de publicidade muito famosa. Samy ficou feliz e triste...
Mas, claro que apoiou a amiga.
Ela a princípio não queria ir, Mas até Rodrigo - sim - passou a frequentar lá tantas vezes que se tornaram amigos, insistiu pra que ela fosse.
E Samantha teve de arcar com as contas, sozinha. Claro que os pais de Ana e avó queriam continuar ajudando, mas ela sempre insitia qye estava tudo bem, que nao faltava nada.
E ela realmente se virava. Claro não vivia com roupas novas, sapatos novos. Mas fazia o que podia.
Era melhor ter um teto, do que só a ostentação.
E ela nem ligava muito... Poucas vezes ela usava batom, e quando usava lápis.
Todos reclamavam quando ela não usava.
Então ela até que passou a usar mais vezes.
Quase sempre só sobrava moedas, mas o pior era a saudade da amiga/irmã.
Quem a distraía era Rodrigo. Que já tinha se tornado, sem perceber - e também querendo - o seu melhor amigo.
Os 3 haviam se dado bem...
Rodrigo quase sempre estava "perturbando o juízo" dela. Antes de Ana se mudar, ele as levava pro cinema, restaurantes...
Ana as vezes comentava com Samy, que ele tinha " cara de rico". Mas a amiga dizia " Nunca perguntei... "
Além disso, Samy tinha feito amizade, pelo whattsap, com uma moça que fazia parte de um grupo sobre livros. Elas conversavam como se já tivessem se conhecido há tempos.
8 meses depois da viagem da Ana, a livraria fechou. Samy mesmo recebendo seguro, procurava outro emprego, mas não encontrou. E a amiga, não sabia dizer mais quando voltava.
Até então, Ana não sabia que ela estava sem trabalhar. E Samy fez Rodrigo prometer que não contaria.
Ele dizia que abriria seu escritório e que ela seria sua assistente. Perguntava se ela precisava de algo, queria a indicar pra trabalhar em algumas empresas, mas ela dizia " padrão muito alto pra mim... Se eu não encontrar nada que eu fique bem, aí eu tento. "
Noites sem dormir, e preocupação.
O tempo do seguro desemprego terminou. Com a economia que fizera, deu pra pagar um mês a mais de aluguel.
E os trabalhinhos que conseguia, não eram garantia.
Todas aquelas pessoas que conhecia, naquele momento parecia até que tinha sumido.
Mas a vida as vezes apronta dessas.
E ela pensava " Vou ter de voltar pra 'casa '.
Ana ficou chateada por não saber do que tinha acontecido. Claro que desconfiava, mas a amiga sempre a vencia.
Sabia que Samy não contou a ela, pra não " preocupa-la".
- Eu vou ajudar, não volta. - Ana dizia.
- Claro que vai... Mas, quando você voltar, vai trabalhar em alguma empresa e conseguir vaga pra mim. - Ela riu pra ver se a amiga ria. - Ôh amor, não fica zangada. Olha meu bem, é só por um tempo. Vou estudar pro Enem, ano que vem serei na facul.
- Não muda de assunto...
- Não estou. Calma que vai dar certo... Continua aí, e trabalhe certinho.
E na manhã seguinte, Samy ligou pra mãe... Pra saber se por um acaso voltariam naqueles tempos.
Nada de: "filha tô com saudades... vem ficar comigo". Só que não pretendiam voltar.
Então ela falou sobre voltar.
..
Rodrigo sempre falava em ajudar Samy ( aparentemente rico,pelo menos era o que elas achavam, mas nunca perguntou ) porém ela sempre recusou.
E até a Ana Carla, dizendo que mandaria uma pequena ajuda,até que voltasse, ela recusava.
Não queria ser um peso, como uma vez escutou a mãe falando escondido.
Enfim, um dia antes de acabar o prazo pra sair da casa, ela conversou com a amiga, disfarçou a tristeza.
Já tinha vendido as coisas maiores que pertenciam as duas, dividiria o dinheiro.
- Não vai dividir nada... Você vai usar. - Ana.
- Você ficou rica aí é? - Samy brincava pra distrair a amiga.
- Se eu pudesse, voltava.
- Volta ainda não... trate de conhecer uns atores aí. Aproveita... E vê se vai pra festa da sua empresa... Você vai ganhar um prêmio.
- Eu não... o idiota do meu chefe.
- Mas sabemos que você quem fez tudo. Ele roubou seu projeto.
- Enfim, Samy... Não manda nada pra mim não... estou me virando muito bem. Tem um cidadão aí, que quer me levar pra empresa dele, mas depois a gente fala sobre isso. Tô preocupada com você.
- Meu bem... já resolvi tudo. E não fica triste, vou ficar perto de vovó. - sorriu na voz.
Explicou que pediria a Rodrigo, pra leva-la de carro, com algumas coisas pessoais menores na manhã seguinte...voltaria pra casa da mae...
Eita lasquera...
Ana Carla só disse "Ok."
Muito estranho....
Samantha desconfiou, Ana só respondeu "ok"? Mas fazer o quê?
Fez tudo sem consulta - lá primeiro, pois sabia que ela não iria concordar.
Enfim, arrumou o restante das coisas, ouvindo Lana del Rey, e mandando o universo "parar de armar".
Bebeu um restante de vinho... Quente, já que não tinha mais geladeira.
Duas horas e meia depois da conversa com Ana... Samy ouviu batidas na porta.
- Sério isso? Não ia me dizer nada? - Disse o homem à sua frente.
- Oh meu bem, calma... eu ia te chamar...
-..."Ia". mas agora eu estou aqui, e nem pense que você vai continuar com isso. Ele passou por ela e entrou na sala. - É por isso que está me evitando há 4 dias? - Olhou ao redor o espaço quase vazio.
Ela ficou muda. Mas pensava " Na verdade, foi pela vergonha que passei naquele dia, com você vendo aquela ligação... Me desculpa aquela situação... "
-Qual foi o nosso acordo?- Ele estava chateado. Não queria pressiona-la, pois percebeu que ela já tinha chorado muito. Mas, aquele era o momento de convence-lá.
Esse acordo que ele citou, foi feito numa tarde, em que ela estava ligando pra mãe e ele chegou bem na hora.
E ela respondeu a pergunta dele, baixinho -Aceitaria sua oferta, caso não conseguisse me virar sozinha. - e levantou a cabeca - Mas olha só Rodrigo...
-Nada de 'mas'... merda, Samy! Eu não vou deixar ir.
Ela nunca o viu tão sério.
Lágrimas escorreram nas bochechas de Samantha. Era um misto de tristeza com raiva.Como ela queria que que a vida tivesse sido um pouco ou talvez muito diferente e melhor pra ela... Que ela a essa altura da vida, já estaria estabilizada e não naquela situação. Aos 29, desempregada, não tinha casa própria, carreira, não tinha ao menos um namorado...
"Mulher...deixe pra chorar depois".
Mas os olhos não obedeciam a mente.
Rodrigo a abraçou como se entendesse o que ela estava pensando...
-É que... - tentou que a voz fosse mais firme. - Vai passar, logo poderei voltar pra Salvador de novo. Vai ficar tudo bem, meu bem.
-Samy...-Ele se afastou um pouco e limpou o rosto dela. - Aceita, por favor... eu sei que vai acontecer uma mudança pra você! Acredite!
- Foi Ana Carla que te avisou?
- "Rodrigo seu putanheiro, se você deixar a Samy ir embora, eu mato você peste!"
O jeito que ele imitou Ana, fez os dois rirem.
- Eu fui muito paciente com você, mandaram eu ser paciente com você.
- Quem...
- Uma rainha que a gente conhece. Enfim, fui muito paciente, deixando você se virar e tal... mas agora chega. Você vai aceitar a minha ajuda, eu hein... ajuda tanta gente, vai ficar comigo sim. Você não vai ligar pra ela.
E quando ela iria contestar...
Sucker for pain.
O toque atual no celular do Rodrigo.
Olhou a tela e disse: -Bem na hora!
Colocou o celular na mão dela, que a princípio não entendeu, até que viu quem estava ligando...
Marcela, a mãe de Rodrigo.
A rainha que o disse pra ter paciência.
- Seu...isso é golpe baixo. - Disse fingindo que estava zangada.
Atendeu : -Oi meu bem.
- Oi minha querida.
Aquela voz do outro lado da linha era como um abraço pra Samy.
No primeiro dia que recebeu a ligação dela, antes mesmo de conhece-la pessoalmente, foi um susto... Mas se sentiu tão bem.
Rodrigo observou a cena, que não levou nem dois minutos.
Ela deu um sorriso tímido, se despediu e desligou. Olhou pra ele e disse:
-Eu vou com você.
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Algumas imagens, pra que tenham uma noção de alguns personagens....
Rodrigo:
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Ana Carla :
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Samantha:
( Avatar provisório)
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*imagens usadas, são meramente ilustrativas.
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Amorecos... muito obrigada por lerem esse capitulo. Espero de coração que vocês gostem e acompanhem. Comentem se gostaram... é importante pra mim.
Nervosa..... friozinho na barriga. ^_^
Não prometo capítulos todos os dias, mas farei o mais breve possível. Isto é, se voces gostarem.
Vamos torcer para nossa protagonista. ^_^
"Muito thank you" a Ana Cristina, Amanda Ayara, Bekinha, Daiane e Karolyne Braga.
E para todas as outras Lindonas que chegaram aqui.
Bjim da Nany pra vcs. ^_^
Fiquem com Deus!
Vote e comente!