JENNY MILLER
- Jenny? Eu irei entrar - escuto o mesmo dizer e me desespero no mesmo momento.
- Não! Pai, não!
- Porque? Você está bem? - pergunta com preocupação em sua voz.
Olho para Perséfone e vejo que ela estava mexendo em minhas coisas.
- Ei! Para com isso! Deixa essas coisas aí! - sussurro para que só ela escute, mas papai acaba escutando.
- Jenny você está com alguém? - questiona e eu me desespero mais ainda.
- O que? Não! Você não pode entrar! - exclamo ao ponto de chorar.
Papai não pode vê Perséfone aqui, porque primeiro ele nem conhece ela, então praticamente ela é uma estranha no meu quarto.
Escuto algo caindo e vejo Perséfone me olhando com uma cara de espanto quando ela simplesmente derrubou um pote de glitter azul.
Merda agora tem glitter por todo meu quarto. E no meu lindo tapete felpudo branco.
- Que barulho foi esse?
Pergunta e eu desesperada corro até Perséfone e a puxo até o banheiro.
- Fica ai!
- O que? Claro que não!
- Claro que sim! Meu pai não pode te ver!
- Porque? Eu quero vê ele - ela diz e eu bufo a empurrando para dentro do banheiro e fechando a porta rapidamente.
Me viro no mesmo minuto em que papai entra no quarto.
Solto o ar e sorrio nervosa.
- Oi papai - digo indo até o mesmo.
- Está tudo bem por aqui? - pergunta olhando ao redor.
- Sim, porque não estaria? - digo ficando na frente do glitter espalhado no meu tapete para o mesmo não ver.
- Não, nada não. Vá dormir que já é tarde e amanhã tem faculdade - diz e deixa um beijo em minha testa.
- Ok bonne nuit papa.
- Bonne nuit ma fille - diz e se retira do quarto.
Tranco a porta e me jogo na cama.
- Então quer dizer que a princesinha do papai tem horário pra dormir? - pulo de susto quando escuto a voz de Perséfone.
Observo ela sair do banheiro e me sento na cama.
- É... alguém vai ter que limpar isso - ela disse apontando para o glitter espalhado.
- Alguém? Não era você que deveria limpar isso? - a questiono.
- Eu? Não foi eu - ela diz e eu a olho com uma carranca.
- É? Então quem foi? - pergunto cínica com os braços cruzados.
- O Ice - diz e meu queixo cai.
- Okay, okay eu acho que você ainda está alcoolizada - digo colocando minhas pantufas.
- Espera, você tem pantufas de vaca?
- Vaca, não. Vaquinha! - digo e ela levanta as mãos.
Ando até a porta e quando vou abrir eu a escuto falar.
- Aonde você vai?
- Não interessar.
Saio do quarto e começo a andar pelo corredor até sentir um braço em volta do meu pescoço.
- Está irritada, bravinha? - pergunta e eu reviro os olhos com o apelido.
- Para de me chamar assim, esse apelido é horrível - digo tirando o seu braço do meu pescoço. E olhando para trás vendo que a porta do quarto de papai está fechada.
- Sabe que eu não acho?. Ele combina com você - diz e eu olho para seu rosto bonito.
O que? Eu acabei de achar Perséfone bonita?
Não! Por favor, não.
- Espero que esteja pensando em mim - ela diz me tirando dos meus devaneios.
- Não. A última pessoa que eu pensaria agora seria você Perséfone - digo revirando os olhos e entrando na cozinha.
- Segunda vez que revira os olhos pra me - fala e eu a olho debochada.
- E posso revirar por mais vezes - digo e ela me olha com os olhos cerrados.
Três passos para ela está praticamente colada ao meu corpo.
- Sim, isso eu sei. Mas posso fazer você revira muito mais vezes esses olhos mas não desse jeito... mais sim de um jeito em que nós duas vamos achar muito prazeroso - abro a boca e a olho brava pela sua audácia de falar isso.
- O que?! Que merda é essa que você está falando? - questiono brava e nervosa.
- O que Jenny? Acha que eu não vi seus olhares para os meus peito e para minha calcinha de renda ou você estava olhando para outra coisa?
Abro a boca completamente nervosa sem saber o que falar.
- Eu... eu não estava olhando pra lugar nenhum - digo entre dentes, e gaguejando.
- Tem certeza? - pergunta aproximando seu rosto olhando fixamente para os meus lábios.
- Te-tenho - porra porque eu tenho que gagueja quando estou perto dela?.
Vejo ela se aproximar mais ainda e deixar um beijo em meu queixo.
Atrevida.
- Eu já disse e repito, você não faz meu tipo Jenny - ela diz abrindo a geladeira e pegando um pote com framboesas.
- E nem você o meu.
Por que eu sinto que isso não saiu firme?
Escuto sua risada debochada.
- Okay, vamos ver se isso é verdade - a olho confusa.
O que ela quis dizer com isso?
Bufo já cansada dessa conversa e vou até a geladeira e pegando uma fatia de pizza e a colocando em um prato.
- Espera, você vai comer isso essa hora? - pergunta em quanto eu coloco a fatia de pizza no micro-ondas.
- Sim? - falo como se fosse o óbvio.
- Mas não vai mesmo! - diz se levantando.
- O que?! Você não manda na minha alimentação! - exclamo brava quem ela acha que é?.
- Não me importo você não irá comer isso, eu tenho certeza que não comeu nada o dia inteiro - diz seria.
- Por qual motivo você acha que eu não comi nada? - pergunto pois ela parece que está sabendo da minha vida inteira.
- Me diga você Jenny, o que você comeu hoje? - pergunta cínica cruzando os braços.
Abro a boca pra falar milhões de coisas mas me calo rapidamente.
A única coisa que me lembro de ter comido foi um sanduíche.
Ela cruza os braços abaixo dos seios e arqueia a sobrancelha.
- Você não vai comer a pizza Jenny - diz calma pegando o pote de framboesa e colocando em minhas mãos.
- Você vai comer isso, que é mil vezes mais saudável para uma pessoa que quase não comeu o dia todo.
Fala também pagando um sanduíche com pasta de amêndoas da geladeira e colocando em minha frente.
- E porque você acha que eu vou comer isso? - pergunto em quanto vejo ela tira minha pizza do micro-ondas e morde.
Ela mordeu a minha pizza?!
- Você acabou de morder a minha pizza?! - exclamo irritada.
- Não é sua. E coma logo isso pois eu preciso dormir - diz e eu fico indignada.
- Você é muito folgada! - exclamo um pouco alto e agradeço por o sono de papai ser profundo.
- Jenny colabore comigo - diz terminando de comer a pizza.
Bufo tirando a embalagem do sanduíche, não vou comer framboesa.
Alguns minutos depois...
- Pensava que ia passar a noite toda comendo o sanduíche - Perséfone fala enquanto nós entramos no meu quarto.
Vou direto para o banheiro escovar os dentes.
- Você vai mesmo dormir aqui? - pergunto quando vejo ela deitada na minha cama.
- Sim - diz com os olhos fechados.
- Perséfone sua casa é do lado da minha - digo me sentando na cama.
- Mas eu quero dormir aqui - diz se virando e eu suspiro trancado a porta do quarto e voltando pra cama.
Pego o potinho da minha chupeta e a pego logo a colocando na boca.
Desligo o abajur e jogo a coberta por cima de mim.
PERSÉFONE SCOTT
Ainda de olhos abertos começo a escutar alguns estalinhos. Me viro pra Jenny e vejo ela com a chupeta que lhe dei na boca.
Observo seu rosto vendo seus olhos fechados e escutando seus suspiros calmos.
Porra, porque tão linda?
Não Perséfone, não. Caralho... porque eu estou aqui?
Não sei o que aconteceu comigo, eu só senti que queria ficar aqui. E não dormir sozinha mais uma vez.
Jenny está sendo um... um desafio, não sei porque eu estou me importando com ela.
Ela é atrevida, brava, fofa, linda, tem um toque de inocência e timidez.
Ela está me deixando louca em tão pouco tempo.
Solto o ar e fico a observando até adormecer.
• • •
Acordo sentindo algo molhado debaixo da minha bochecha.
Levanto a cabeça um pouco, vendo que estou deitada por cima dos seios da Jenny. Olho e vejo que sua blusa está quase transparente de tão molhada que está.
Acho que ela não colocou o absorvente ontem de noite.
Suspiro olhando seu rosto calmo, olho pro lado e vejo que seu despertador já vai tocar.
Me levanto meio relutante tirando o meu braço da sua cintura.
Agradeço por não estar com uma puta dor de cabeça agora.
Já em pé, eu vejo um monte de glitter azul espalhando pelo tapete felpudo.
O que aconteceu?
Dou de ombros e sigo até o banheiro consigo pegar as minhas roupas e as visto. Hoje não irei pra universidade, e vou perde a prova, mas quem disse que eu ligo pra porra de prova?.
Minhas notas são ótimas.
Olho pela última vez Jenny que ainda está dormindo e sorrio.
Abro uma gaveta dando de cara com um monte de gloss e batons, por sorte tem um vermelho.
O pego e sorrio ao vê um espelho grande, olho pra ela que dorme calmamente.
Me aproximo do espelho e tiro a tampa do batom.
Bravinha.
Foi o que eu escrevi no espelho.
Sorrio com minha arte e vou até a janela.
◇◇◇
Me desculpe qualquer erro!
xoxo ☆