Ugh, que belo dia pra morrer sinceramente se meu patrão não tivesse me prometido uma boa quantidade de comissão eu forjaria minha morte agora e sumia pelos próximos quatro anos, tudo isso porque ele me colocou num projeto justamente com a mais metódica e perfeccionista designer de marketing da empresa, Sadie Sink, o quanto ela se veste bem é proporcional pro quanto eu odeio trabalhar com ela, não que ela não seja uma pessoa legal, é um doce (as vezes), mas gosta de mandar demais, é metódica em cada minuciosidade do projeto nada pode estar diferente do que ela quer e ela odeia todas as ideias que eu dou, comecei a cogitar a possibilidade das minhas ideias serem horríveis depois de um tempo, mas... de qualquer forma ela é um saco.
E pra piorar a situação meu querido amigo e parceiro de trabalho Joe pegou COVID e está afastado trabalhando home office, então sobrou apenas eu e a miss perfeição pra trabalhar no projeto pessoalmente e pra piorar mais ainda se já não bastava nosso projeto está atrasado e os clientes estão pressionando, então precisamos entregar logo a campanha. Com tudo isso desabando eu tive a boa ideia de chamar Sadie para meu apartamento hoje a noite para resolvermos algumas coisas do projeto, trabalhamos o dia todo nisso e ainda precisamos terminar alguns pontos importantes então não vi outra solução ao não ser chamar ela para cá já que é sexta feira e o escritório não permitiu a gente ficar depois das 17h no prédio.
Ouço minha campainha tocando e ando rápido pelo apartamento indo para a porta, abro e lá está ela com as mãos no bolso da calça preta larga social com uma cara não muito feliz, observo toda sua roupa, ela está usando um blazer preto longo de ombros meio pontudos com uma camiseta branca sem estampa por baixo e um colar redondo da Chanel.
Paro de me distrair e pigarreio.
— Boa noite — Digo e ela apenas levanta as sobrancelhas não muito animada.
— Boa noite, licença — Ela entra se abaixando pra passar por baixo do meu braço que atrapalha a passagem enquanto seguro a porta.
Olho pra trás e respiro fundo fechando a porta.
— Sinta-se à vontade — Dou de ombros enquanto ando pro meu sofá preto em L que fica em volta de uma mesa de centro baixa de madeira escura.
Sadie fica em silêncio e apenas se senta comigo no sofá bem distante de mim, ela senta como se não quisesse estar ali porque nem metade do corpo direito ela colocou no sofá.
— Então... — Aperto os lábios esperando qualquer sinal dela.
— Bom, precisamos decidir algumas coisas sobre qual será a campanha televisionada e qual será a de cartaz, quais serão os bordões usados na campanha de mídia social porque...
Paro de ouvir todos os blablabla que ela está falando porque me perco em seu rosto explicando tão concentrado cheio de expressões e admiro o quão inteligente e organizada ela é e por mais metódica que seja, isso é algo que eu admiro, querendo ou não é algo nela que até me atrai...
— Entendeu y/n? — Redobro a atenção com a voz firme dela.
— Entendi tudo, completamente — Balanço a cabeça em afirmação piscando várias vezes.
— Então por favor pegue o que eu te pedi — Levanta as sobrancelhas apontando pra trás de mim.
— Err, desculpa, mas você me pediu o que?
— Seu notebook — Ela fecha a expressão sem paciência. — E anda logo que eu estou vendo na sua cara de paisagem que você também não está muito animada de estar aqui comigo.
— Não, que isso! eu estou super animada, adoro meu trabalho — Levanto as mãos forçando um sorriso.
— Anda y/n, você não quer que eu fique aqui a noite toda né? — Ela diz num tom brincalhão sorrindo e isso me alivia.
Ufa, mais fácil que ela esteja de bem com a vida hoje e não insuportável como já conheci em outros momentos. A frase dela fez minha mente pensar que sim eu gostaria que ela ficasse aqui a noite toda, me levanto batendo a mão na cabeça de leve tentando não pensar em outras possibilidades, mas olho pra trás e vejo ela sentada no sofá olhando cada detalhe do meu apartamento.
Essa mulher é tão bonita e insuportável que deveria ser criminalizada.
Os próximos minutos se antecederam em trabalho e muita discussão sobre os assuntos da campanha, nada acalorado apenas a gente decidindo quais são os melhores caminhos, por algum motivo Sadie está sendo a melhor pessoa do mundo comigo hoje e ela até disse que uma das minhas ideias era inovadora e incrível, isso me fez sorrir feito idiota porque vindo dela um elogio assim é pra se guardar pro resto da vida, isso é item de colecionador extremamente raro.
O clima durante o trabalho foi tranquilo e engraçado, ela ria quando eu fazia alguma piada sobre algo da campanha, não ficou de cara fechada, foi prestativa e não foi mandona. Agora decidimos fazer uma pausa pra descansar um pouco a mente, vejo Sadie muito mais confortável no sofá sentada com a perna esquerda dobrada em cima dele e o braço apoiado nas almofadas.
— Humm... eu vou pegar algo pra beber, aceita? — Fecho o notebook e levanto.
— O que exatamente?
Olho pra trás na minha mini adega suspensa feita de grades, um vinho não seria nenhuma má ideia, mas será que seria ousado demais oferecer álcool?
— Vinho, carmenere mais exatamente — Aponto pra trás de mim com o dedão.
— Perfeito — Sorri fechado fraco.
Fico feliz que ela aceitou e vou pra adega pegando duas lindas taças Bordeaux que nunca foram usadas porque eu basicamente montei essa adega de enfeite, mas estou feliz que estou estreando ela agora justamente com ela.
Graças ao meu apartamento de ambiente aberto consigo colocar a garrafa em cima da bancada e olho de relance pra Sadie que também está me olhando, deixo um sorriso pequeno escapar dos meus lábios e ela retribui o sorriso depois abaixa a cabeça desviando o olhar.
Abro o vinho com meu saca rolhas de ultra tecnologia que evita vexames e levo as taças as colocando em cima da mesa de madeira de centro, sirvo primeiro para ela e depois para mim a mesma quantidade.
Ela pega delicadamente a taça da mesa e balança o líquido girando e depois cheira profundamente o vinho.
— Cheiro de um frescor absoluto de um sabor inestimável — Ela diz daquela forma daquela mesma forma e tonalidade que diz todas as palavras do dicionário formal enquanto está trabalhando sendo metódica e perfeccionista em tudo.
— Pelo jeito você só não sabe o dicionário todo como também conhece de vinhos — Me sento no sofá por cima da perna e pego meu vinho pra tomar.
— Digamos que você não sabe muitas coisas sobre mim — Apenas observo uma de suas sobrancelhas se levantarem por cima da taça enquanto ela volta a tomar o vinho.
— Eu adoraria conhecer mais — Digo num tom de flerte e ela apenas semicerra os olhos ainda com a taça na boca.
Com o silêncio constrangedor que se instaurou por causa da minha última fala eu me levanto e vou até a cozinha abrindo a geladeira pegando um pote de vidro com uma torta que fiz ontem, é eu sei talvez não seja a melhor coisa oferecer uma torta de ontem, mas quem sabe ela ri e esquece que eu acabei de dar em cima dela descaradamente.
Ando por trás do sofá e paro perto dela esticando o pote em sua direção.
— Torta? — Sorrio sem graça.
— É vegana? — Franze o cenho observando o pote.
— Humm... não? por que seria? — Olho pra ela com as sobrancelhas franzidas. — Você é? tipo vegana... você é vegana? — Recolho o pote e seguro ele com as duas mãos sem saber pra onde ir.
— Sou sim, algum problema? — Ela levanta uma sobrancelha num olhar que me deixa mais sem jeito.
— Não, nenhum problema eu amo os animais também — Digo, mas aperto bem os lábios porque quase certeza que eu disse algo burro.
— Estou vendo como você ama até coloca eles dentro da sua torta — Sadie diz num tom sério.
— É torta de palmito — Fico levemente irritada com a provocação dela ainda mais em assumir que minha digníssima torta seja de frango ou algo do tipo — Minha torta de palmito é uma excelente receita sabia? Uma das melhores tortas que você comeria na sua vida.
— Baseado em que? — Ela sorri provocativo e entendo que ela já está levando na brincadeira.
— Olha eu disse que ela não é vegana, mas eu não sei na verdade, posso te dar os ingredientes e você olha — Digo rápido gesticulando ainda com o pote na mão.
— Só senta nesse sofá logo — Ela ri mexendo a taça em direção ao sofá e isso me alivia, que bom que eu não comecei uma crise estatal com essa história da torta vegana ou não vegana.
Me jogo pra trás e vou na cozinha colocando o pote por cima da bancada, volto pro sofá me jogando nele, pego meu vinho e volto meu olhar pra ela que já terminou sua taça.
— Mais? — Pergunto e ela apenas assente, pego a garrafa e me aproximo mais me arrastando no sofá, coloco pouco na taça e ia afastando a garrafa quando vejo sua mão segurando a garrafa e a virando mais enchendo quase metade da taça.
Ela apenas sorri fechado por uns segundos e volta a tomar o vinho.
— Então... qual cor deveríamos usar pro rodapé da-
— Não quero falar sobre trabalho ainda — Sadie me interrompe.
— Quer falar sobre o que?
— Me conta algum segredo seu — Ela me olha instigadora por cima da taça.
— Ahn, um segredo? isso é difícil, não acho que eu tenha um segredo — Rio soprado no final.
Sadie se arrasta no sofá ficando mais próxima de mim a ponto de nossos joelhos se encostarem, ela inclina para mais perto de mim e olha pros lados rapidamente.
— Posso te contar uma coisa?
Apenas balanço a cabeça aceitando.
— Eu roubei a lista de clientes do Arthur e pretendo usar na minha empresa que estou fundando — Ela ri maldosa e volta a tomar o vinho.
— Você não tem vergonha não? — Rio sabendo que o nosso chefe merece ter os clientes roubados.
E sinceramente agora eu gostaria de trabalhar na empresa dela.
— Quer saber outro segredo? — Sadie levanta as sobrancelhas sugestiva e volta a se inclinar pra perto.
— Quero — Falo baixo morrendo de curiosidade.
— Chega mais perto — Pede e assim faço me inclino mais pra perto e encaro seus olhos.
Silêncio, apenas isso, apenas ela me encarando sem dizer uma palavra.
— Qual é o segre-
Mal consigo perguntar e sou interrompida pela sua boca tocando a minha de repente, me afasto assustada balançando a cabeça.
— Sadie?! — Fico boquiaberta e ela apenas continua me encarando com esses olhos profundos e meio caídos.
Fico por uns segundos passeando os olhos pelo rosto dela procurando alguma explicação, mas desisto de entender e me entrego ao momento colocando a mão em sua nuca, ela segura meu braço e aperta me aproximo e beijo ela sabendo que eu queria isso fazia muito tempo.
Sua boca me consome de um jeito indecente, sua mão vai ate minha perna segurando com força, mesmo sem enxergar coloco minha taça de vinho na mesa de centro e volto minha mão puxando o blazer dela a fazendo se inclinar para cima de mim. Nosso beijo se torna mais rápido e nossas línguas se tocam me fazendo a puxar com mais força pra cima de mim, caio mais pra trás até que sinto um líquido gelado cair na minha coxa.
— Ui! — Abro os olhos e encontro Sadie com uma expressão de "puts" olhando pro vinho derramado no meu sofá e em mim.
— Tá tudo bem — Falo calma e pego a taça da mão dela colocando na mesa de centro.
— Acho que bebemos vinho demais — Respira fundo sem jeito olhando pros lados.
Sadie se ajeita no sofá novamente e mantém uma postura reclusa.
— É bebemos mais de meia garrafa — Rio fraco olhando pra garrafa quase acabando.
Passo os dedos na minha perna vendo a bagunça que se tornou, ainda bem que não caiu tanto vinho.
— É, é melhor eu ir — Sadie fala em desespero e se levanta quase correndo pra porta.
Fico meio triste com isso, mas bom acho que ela precisa processar o que acabou de acontecer, não vou pedir pra ela ficar contra sua vontade. Vou até a porta e abro, ela sai quase que atropelando os próprios pés.
— Então, é, a gente termina melhor as coisas do projeto amanhã quer dizer amanhã não, é segunda feira, domingo, qualquer dia — Sadie se embaralha respirando rápido enquanto fala.
— Tudo bem, no seu tempo, boa noite — Sorrio pra ela que apenas balança a cabeça e deixa um sorriso fraco sem graça surgir.
Ela se vira pra ir embora e eu fecho a porta, olho de volta pro meu apartamento e passo a mão no cabelo pensando no que acabou de acontecer, até que minha campainha toca.
Abro a porta.
— Eu não quero ir embora — Sadie fala entre uma respiração ofegante.
— Eu não quero que você vá — Sorrio e ela se joga nos meus braços me dando um beijo longo estralado.
Ficamos rindo e eu empurro a porta fechando, pego ela pela cintura e giro no ar a colocando pra frente.
— Y/n — Me chama encarando bem meu rosto com esses olhos brilhantes.
— Sim? — Observo seu rosto radiante que me faz sentir coisas.
— Posso te contar um segredo? — Ela ri alto e eu acompanho a empurrando pro lado do sofá.
...
oi de novo
tive essa ideia tomando um vinho péssimo comendo um cachorro quente vegano péssimo de uma salsicha péssima que eu fiz que deu tudo errado e auqjfglbfncle rnijloffdgdesespero
enfim
boa noite, não comprem vinho da arrivo 31